Tentei, durante vários anos, encontrar alguém que pudesse fazer uma «camisinha de bilros», com base num desenho que um visito me tinha enviado, de origem desconhecida e que aqui reproduzo:
Provavelmente por pruridos culturais e religiosos, nunca consegui convencer alguém de Peniche (onde as rendas de bilros são uma tradição muito acarinhada) a fazer-me este trabalho. Recentemente, uma artesã de rendas de bilros de Peniche ficou de pensar nisso e aguardo uma resposta.
Entretanto, encontrei quem me fizesse esta «camisinha» de Verão, bem arejada, noutra localidade com pergaminhos nesta arte: Vila do Conde. E apresento-vos o resultado, em fio de seda (e não algodão), de que me orgulho de passar a pertencer à minha colecção.
Até a cor (rosa, nada habitual em renda de bilros, pois o comum é o branco e o cru) foi escolhida e justificada: "Cabeças desempoeiradas passam também por outras cores".
São 18 centímetros de comprimento e 5 de diâmetro (sim, sim, para a maioria dos homens seria uma camisinha folgada e, muito provavelmente, teria que fazer-se bainha).