Ontem fui mãe. Só mãe. Completamente mãe.
Não que também não o seja nos outros dias, mas ontem não vivi nem pensei em mais nada.
Limitei-me a ser mimada pelo meu filho e a ter um dia só nosso, para fazermos coisas que agradassem aos dois.
Não pensei em trabalho, em dinheiro, em homens, em amores e desamores. Nem sequer pensei no sentido e rumo que dei e contínuo a dar à minha vida.
Não pensei na renda que tenho que pagar daqui a dois dias, na conta absurda da luz (200€!) cujo prazo já terminou, no aproveitamento escolar do meu filho, de ele estar apenas ao meu encargo, nem sequer na minha mãe há tantos anos morta e que tanta falta me faz...
Ontem, dia da mãe, o meu filho foi-me acordar com um ramo de rosas nas mãos e um abraço daqueles que me chega à alma.
Aquele pirralho que é a única coisa que importa na minha vida, armou-se em crescido e foi-me dando surpresas atrás umas das outras...
Primeiro aquele acordar meigo e romântico (como pode uma criança ser romântica?...). Depois já estava de dentes lavados e vestido para irmos para a piscina. A seguir levou-me à sala, onde tinha o pequeno almoço preparado para os dois. Por baixo do meu guardanapo tinha um embrulho: uma prenda feita por ele!
Fugindo às minhas mariquices de mãe babada, informou-me como ia ser o nosso dia: primeiro piscina, depois queria oferecer-me um almoço num restaurante (com o dinheiro que tinha no mealheiro), depois alugávamos um filme e comíamos pipocas.
E assim foi!...
O meu filho fez e organizou o melhor dia da mãe que eu já alguma vez tive.
E eu pude sentir-me feliz e ser apenas mãe...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado