31 outubro 2013
«O Serviço de Inspecção de Toleradas em 1938» - A. Tovar de Lemos
Publicação do Dispensário de Higiene Social da Direcção Geral de Saúde - Lisboa, 1939.
Trata-se de um relatório dos serviços de Inspecção das toleradas (na época em que a prostituição era legal em Portugal, desde que praticada de acordo com os regulamentos em vigor), no ano de 1938. Contém gráficos e estatísticas com os tratamentos feitos, serviços clínicos e o movimento mensal do Dispensário.
Oferta de Lourenço Moura, a juntar a outras publicações do género, da minha colecção.
Trata-se de um relatório dos serviços de Inspecção das toleradas (na época em que a prostituição era legal em Portugal, desde que praticada de acordo com os regulamentos em vigor), no ano de 1938. Contém gráficos e estatísticas com os tratamentos feitos, serviços clínicos e o movimento mensal do Dispensário.
Oferta de Lourenço Moura, a juntar a outras publicações do género, da minha colecção.
«A católica» - Patife
Patife
Blog «fode, fode, patife»
30 outubro 2013
«Lembrei-me de ti» - João
"Lembrei-me de ti como se precisasse de motivo para isso. Lembrei-me de ti como se precisasse pensar para beber água quando estou ressequido no deserto. Lembrei-me de ti como se não fosse isso uma constante, uma letra da equação que nunca muda, aquela coisa que agarra à vida e expande os sorrisos. Onde eu estou, tu estás. Pode ser um som. Um cheiro. Uma imagem de um sítio ou um nome. Onde eu estou, tu permaneces. No teu cabelo que continuo a afagar, quando em mim repousas a tua cabeça. É filme que roda em contínuo, algo que nunca deixei de fazer, quando durmo e muitas vezes até acordado.
Estas mãos, onde se marca o que se pensa, se dá traço ao que se sente, são força que te agarra. De manhã, à tarde, na noite. E se agora se erguem muralhas, são de outra pedra. As correntes, sabes, foram caindo. A princípio, eram pesadas e numerosas. Uma a uma foram tombando, fechos abrindo, ainda que teimosamente a querer fechar, a querer voltar. Mas o sofrimento na queda, o esforço no passo, foi muito para agora ser pouco. Rompeu-se o que era sagrado. Rasgaram-se escrituras. Voltaram-se páginas de livros que nunca voltarão a fechar-se como um livro nunca lido, que nunca devolverão ao papel o cheiro de uma página nunca virada. O que se avançou não se recua. Deixar a terra segura, deixar os pais, deixar aquilo em que se cresceu. Maturar. Ser maior. Fazer travessias, navegando atento a um farol que se conhece bem, que se vê mesmo apagado, a luz que até o tacto sente.
Dizem-me que vá. Que vá à luta. Não se sabe bem como, ou com que rapidez. Mas que vá. Que é de ir. Que não se desiste de algo assim, que o mar é revolto e muito salgado, que o desespero dê lugar à força para empurrar, e puxar, e sacudir, e andar, andar, andar. Que estime, dizem. Que é isto. Que é isso. À minha frente, cruzam os dedos das mãos, dizendo-me que é peça que encaixa, que é a moldura que enquadra a tela. Lembrei-me de ti. Sem necessidade. Não se lembra quem não desaparece em nós. Nem precisam dizer-me que estime, navegue ou lute. Eu sei.
O negro e o pavor alastram, o buraco alarga-se e não existe mais onde segurar o corpo. Os dias são tempo que corre, apenas, na vida parada, no vento que não sopra, do Sol que não aquece. Do Inverno veio um frio de ausência. Dos dias pequenos, escuros nos fins destas tardes agora longas, vieram os murmúrios, as memórias da perfeição, a falta de ti, de nós, de tudo. Lembrei-me de ti quando pensei que não há nada acima do cume, que não há nada mais fresco nas dunas desertas, que sou eu sentado a olhar-te, a sofrer por ti se te magoas, na telepatia dos nomes que se cruzam. Lembrei-me de ti, como se precisasse de motivo para isso. Lembrei-me de ti quando morri. Como se precisasse de motivo para isso."
João
Geografia das Curvas
Estas mãos, onde se marca o que se pensa, se dá traço ao que se sente, são força que te agarra. De manhã, à tarde, na noite. E se agora se erguem muralhas, são de outra pedra. As correntes, sabes, foram caindo. A princípio, eram pesadas e numerosas. Uma a uma foram tombando, fechos abrindo, ainda que teimosamente a querer fechar, a querer voltar. Mas o sofrimento na queda, o esforço no passo, foi muito para agora ser pouco. Rompeu-se o que era sagrado. Rasgaram-se escrituras. Voltaram-se páginas de livros que nunca voltarão a fechar-se como um livro nunca lido, que nunca devolverão ao papel o cheiro de uma página nunca virada. O que se avançou não se recua. Deixar a terra segura, deixar os pais, deixar aquilo em que se cresceu. Maturar. Ser maior. Fazer travessias, navegando atento a um farol que se conhece bem, que se vê mesmo apagado, a luz que até o tacto sente.
Dizem-me que vá. Que vá à luta. Não se sabe bem como, ou com que rapidez. Mas que vá. Que é de ir. Que não se desiste de algo assim, que o mar é revolto e muito salgado, que o desespero dê lugar à força para empurrar, e puxar, e sacudir, e andar, andar, andar. Que estime, dizem. Que é isto. Que é isso. À minha frente, cruzam os dedos das mãos, dizendo-me que é peça que encaixa, que é a moldura que enquadra a tela. Lembrei-me de ti. Sem necessidade. Não se lembra quem não desaparece em nós. Nem precisam dizer-me que estime, navegue ou lute. Eu sei.
O negro e o pavor alastram, o buraco alarga-se e não existe mais onde segurar o corpo. Os dias são tempo que corre, apenas, na vida parada, no vento que não sopra, do Sol que não aquece. Do Inverno veio um frio de ausência. Dos dias pequenos, escuros nos fins destas tardes agora longas, vieram os murmúrios, as memórias da perfeição, a falta de ti, de nós, de tudo. Lembrei-me de ti quando pensei que não há nada acima do cume, que não há nada mais fresco nas dunas desertas, que sou eu sentado a olhar-te, a sofrer por ti se te magoas, na telepatia dos nomes que se cruzam. Lembrei-me de ti, como se precisasse de motivo para isso. Lembrei-me de ti quando morri. Como se precisasse de motivo para isso."
João
Geografia das Curvas
União Zoópila
Ainda ninguém perguntou quantas passarinhas se pode ter num apartamento, isso preocupa-me.
Postalinho da panificação criativa
«conversa 2026» - bagaço amarelo
Eu - E qual é?
Ela - Um homem apaixona-se por uma mulher, uma mulher apaixona-se pelo facto desse homem estar apaixonado por ela.
Eu - E é tudo?
Ela - É.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
O cúmulo do fracasso sexual
Pior que isso só se a esposa dele o trair com o cara que está pegando a amante dele
Capinaremos.com
29 outubro 2013
Desabafo do Triângulo Felpudo
A propósito da Colecção digitalizada de revistas porno portuguesas (à qual o servidor onde as tenho bloqueou o acesso por excesso de tráfego), comentou o Triângulo Felpudo:
"Lá se foi a oportunidade. E eu que estava prestes a fazer uma edição de autor, de capa dura, páginas convenientemente plastificadas e em vários tomos da Gina...
E os jornais? Era algo que me fascinava quando era miúdo e me acercava dos quiosques forrados com títulos como «Sexy Club» e «Sexus»: como seria a redacção desses jornais? Qual era a periodicidade dos mesmos? Teria uma secção com correio dos leitores? Imaginava uma reunião do conselho editorial, escolhendo as peças, decidindo reportagens, montando a capa... Invejava a arte do jornalismo. Claro que o mamaçal em barda, cricas que pareciam castores cantando tirolês e os títulos onde a palavra 'orgasmo' abundava, eram também focos de atracção para o petiz que fui. Que é feito do jornal porno? Toda a gente lamenta o definhar da revistinha canholeira, mas... e o periódico do refustedo, o saudoso Sexy Club?
... Onde tornaremos a ler textos que começam com «Lothar estava a ter um dia difícil, quando bateram à porta»?
Numa recente tertúlia em pelota com uma delegação escandivana, durante o intervalo dos trabalhos, defendi a minha convicção de que atravessamos uma idade média na pornografia, não obstante a abundância e facilidade de acesso. Depois não pude desenvolver, por não ser capaz de simultaneamente me entregar ao espasmo e à metafísica (Escandinava, obviamente)."
"Lá se foi a oportunidade. E eu que estava prestes a fazer uma edição de autor, de capa dura, páginas convenientemente plastificadas e em vários tomos da Gina...
E os jornais? Era algo que me fascinava quando era miúdo e me acercava dos quiosques forrados com títulos como «Sexy Club» e «Sexus»: como seria a redacção desses jornais? Qual era a periodicidade dos mesmos? Teria uma secção com correio dos leitores? Imaginava uma reunião do conselho editorial, escolhendo as peças, decidindo reportagens, montando a capa... Invejava a arte do jornalismo. Claro que o mamaçal em barda, cricas que pareciam castores cantando tirolês e os títulos onde a palavra 'orgasmo' abundava, eram também focos de atracção para o petiz que fui. Que é feito do jornal porno? Toda a gente lamenta o definhar da revistinha canholeira, mas... e o periódico do refustedo, o saudoso Sexy Club?
... Onde tornaremos a ler textos que começam com «Lothar estava a ter um dia difícil, quando bateram à porta»?
Numa recente tertúlia em pelota com uma delegação escandivana, durante o intervalo dos trabalhos, defendi a minha convicção de que atravessamos uma idade média na pornografia, não obstante a abundância e facilidade de acesso. Depois não pude desenvolver, por não ser capaz de simultaneamente me entregar ao espasmo e à metafísica (Escandinava, obviamente)."
«Quadrifólio» - Susana Duarte
Nascem trevos das pontas dos teus dedos, e de teus trevos nascem flores
azuis. Dedilhando canções ou…trocando segredos, as flores são sonhos,
as flores são medos, litania cantada em noite de trovoada e as palavras…segredos
( de noites sem fim).
Segredos sussurrados onde demos a mão e seguimos na eira, povoada
por fantasmas de outra canção. Saio de ti, em ti saio de mim, e entro na água
que me percorre, no seio da lua onde deixei a Luz incerta abrigada
(e os trevos me deram a mão).
As barcarolas seguem caminho onde sonhei… nascem segredos da ponta
dos dedos. Fico de mão dada contigo, e de ti leio sinais. Sinais de passagem,
sinais de ilusão… sinais de sinais na ponta da mão onde o sol desponta
(e a noite entoa-te em mim).
Nas palmas, nas palmas das mãos, tens trovas invulgares e séculos de paixão,
cantados num Cancioneiro onde agitei a luz e te disse que estou aqui, de vento
na lua e dedos na alma, onde um sábio guerreiro parou e lavou a voz da solidão
(de trevos que nascem da tua, de trevos que nascem da minha mão).
És o Romanceiro onde o sol flutua e a noite é a voz que acalma o canto
da coruja. Pois és vida e saber, reflectidos na água, sussurrados na planície
onde a estrela branca do dia encantou e sussurrou a promessa e o encanto.
(E ali, jurou… ).
E da jura, nas pontas dos dedos nasceram trevos. Erva-do-amor. Flor
eterna, eterno trovador, que as asas do sol e o azul do mar, fizeram terna luz.
(Nascem trevos)
…………………das pontas dos teus dedos……………………
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
azuis. Dedilhando canções ou…trocando segredos, as flores são sonhos,
as flores são medos, litania cantada em noite de trovoada e as palavras…segredos
( de noites sem fim).
Segredos sussurrados onde demos a mão e seguimos na eira, povoada
por fantasmas de outra canção. Saio de ti, em ti saio de mim, e entro na água
que me percorre, no seio da lua onde deixei a Luz incerta abrigada
(e os trevos me deram a mão).
As barcarolas seguem caminho onde sonhei… nascem segredos da ponta
dos dedos. Fico de mão dada contigo, e de ti leio sinais. Sinais de passagem,
sinais de ilusão… sinais de sinais na ponta da mão onde o sol desponta
(e a noite entoa-te em mim).
Nas palmas, nas palmas das mãos, tens trovas invulgares e séculos de paixão,
cantados num Cancioneiro onde agitei a luz e te disse que estou aqui, de vento
na lua e dedos na alma, onde um sábio guerreiro parou e lavou a voz da solidão
(de trevos que nascem da tua, de trevos que nascem da minha mão).
És o Romanceiro onde o sol flutua e a noite é a voz que acalma o canto
da coruja. Pois és vida e saber, reflectidos na água, sussurrados na planície
onde a estrela branca do dia encantou e sussurrou a promessa e o encanto.
(E ali, jurou… ).
E da jura, nas pontas dos dedos nasceram trevos. Erva-do-amor. Flor
eterna, eterno trovador, que as asas do sol e o azul do mar, fizeram terna luz.
(Nascem trevos)
…………………das pontas dos teus dedos……………………
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
«The sensation of the Aquacade» - Tijuana bible
Tijuana bibles - bíblias de Tijuana (também conhecidas como eight-pagers, bluesies, gray-backs, Jiggs-and-Maggie books, jo-jo books, Tillie-and-Mac books e two-by-fours) eram pequenos livrinhos de banda desenhada pornográfica produzidos nos Estados Unidos da América entre os anos 1920 e início dos anos 1960.
Para quem tiver curiosidade em saber mais, recomendo o livro «Tijuana Bibles» de Bob Adelman publicado pela editora Taschen (que tenho na minha colecção).
Tenho dois exemplares. Este é um deles.
Para quem tiver curiosidade em saber mais, recomendo o livro «Tijuana Bibles» de Bob Adelman publicado pela editora Taschen (que tenho na minha colecção).
Tenho dois exemplares. Este é um deles.
28 outubro 2013
Anúncio de 1995 da Guinness que foi censurado - «Homens e mulheres não deviam viver juntos»
Este anúncio foi produzido em 1995 pela Ogilvy & Mather de Londres.
Grupos anti-homossexuais ficaram indignadíssimos e a Guinness retirou-o.
Grupos anti-homossexuais ficaram indignadíssimos e a Guinness retirou-o.
«conversa 2025» - bagaço amarelo
Ela 1 - Até dava umas voltas contigo, ó jeitoso!
Ela 2 - Foda-se! Não vês que ele é um velho?!
Ela 1 - É velho, mas não é como o teu pai.
Ela 2 - E tu já comeste o meu pai?
Ela 1- Não, mas ele está sempre a fazer ao piso, o cabrão.
Eu (só em pensamento) - Socorro!
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Luís Gaspar lê «Hino à beleza» de Charles Baudelaire
Virás do céu profundo ou surges do abismo,
Beleza?! o teu olhar, infernal e divino,
Gera confusamente o crime e o heroísmo,
E podemos, por isso, comparar-te ao vinho.
Conténs no teu olhar o poente e a aurora;
Expandes os teus odores qual noite de trovoada;
Teus beijos são um filtro e uma ânfora, a boca,
Tornando o herói cobarde e a criança arrojada.
Vens da treva mais negra ou descerás dos astros?
Encantado, o Destino é um cão que te segue;
Semeias ao acaso alegrias, desastres,
E por dominares tudo é que nada te interessa.
Caminhas sobre os mortos, que são o teu gozo;
Das tuas joias, o Horror é das que mais fascina,
E entre tais enfeites, o próprio Assassínio
Vai dançando feliz no teu ventre orgulhoso.
O insecto, deslumbrado, procura-te a chama,
Arde, crepita e diz: Benzamos esta luz!
O apaixonado trémulo, aos pés da sua dama,
Parece um moribundo a afagar o sepulcro.
Mas que venhas do céu ou do inferno, que importa,
Beleza! monstro ingénuo, assustador, excessivo!
Se o teu olhar, teus pés, teu riso, abrem a porta
De um Infinito que amo e nunca conheci?
De Satanás ou Deus, que importa?
Anjo ou Sereia, Se tu tornas – ó fada de olhos de veludo,
Ritmo, perfume, luz, ó rainha perfeita!
-Mais leve cada instante e menos feio o mundo?
(Tradução de Fernando Pinto do Amaral)
Charles Baudelaire
(Paris, 9 de abril de 1821 — Paris, 31 de agosto de 1867) foi um poeta e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do Simbolismo e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com Walt Whitman, embora se tenha relacionado com diversas escolas artísticas.
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Beleza?! o teu olhar, infernal e divino,
Gera confusamente o crime e o heroísmo,
E podemos, por isso, comparar-te ao vinho.
Conténs no teu olhar o poente e a aurora;
Expandes os teus odores qual noite de trovoada;
Teus beijos são um filtro e uma ânfora, a boca,
Tornando o herói cobarde e a criança arrojada.
Vens da treva mais negra ou descerás dos astros?
Encantado, o Destino é um cão que te segue;
Semeias ao acaso alegrias, desastres,
E por dominares tudo é que nada te interessa.
Caminhas sobre os mortos, que são o teu gozo;
Das tuas joias, o Horror é das que mais fascina,
E entre tais enfeites, o próprio Assassínio
Vai dançando feliz no teu ventre orgulhoso.
O insecto, deslumbrado, procura-te a chama,
Arde, crepita e diz: Benzamos esta luz!
O apaixonado trémulo, aos pés da sua dama,
Parece um moribundo a afagar o sepulcro.
Mas que venhas do céu ou do inferno, que importa,
Beleza! monstro ingénuo, assustador, excessivo!
Se o teu olhar, teus pés, teu riso, abrem a porta
De um Infinito que amo e nunca conheci?
De Satanás ou Deus, que importa?
Anjo ou Sereia, Se tu tornas – ó fada de olhos de veludo,
Ritmo, perfume, luz, ó rainha perfeita!
-Mais leve cada instante e menos feio o mundo?
(Tradução de Fernando Pinto do Amaral)
Charles Baudelaire
(Paris, 9 de abril de 1821 — Paris, 31 de agosto de 1867) foi um poeta e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do Simbolismo e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com Walt Whitman, embora se tenha relacionado com diversas escolas artísticas.
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Bullying masculino
Não importa a idade. Não importa a área. Sempre haverá piadas com bengas.
“HAHAHAHA, muito engraçado, Gerd! Só dá pra ver um pedaço porque o resto tá na sua mãe.”
Capinaremos.com
“HAHAHAHA, muito engraçado, Gerd! Só dá pra ver um pedaço porque o resto tá na sua mãe.”
Capinaremos.com
27 outubro 2013
Porta-Curtas - «Mentira»
Comédia
Director: Flávia Moraes
Elenco: Ellen Helene, Roney Fachini
Duração: 9 min
Ano: 1989
Sinopse: Um marido pacato e fiel percebe que uma mentira cabeluda pode ser mais segura que a verdade inocente. Baseado num conto de Luis Fernando Verissimo.
Director: Flávia Moraes
Elenco: Ellen Helene, Roney Fachini
Duração: 9 min
Ano: 1989
Sinopse: Um marido pacato e fiel percebe que uma mentira cabeluda pode ser mais segura que a verdade inocente. Baseado num conto de Luis Fernando Verissimo.
Contornos do calor
Lá íamos nós a chinelar da praia para o apartamento, tchec tchec tchec naquele passo amolecido que o sol e a água da praia provocam. É como se o esforço de exalar calor por cada poro da pele durante horas me fizesse desfalecer. E no entanto este aumento da temperatura corporal ao distribuir facilmente o sangue por cada canto de mim também me aumenta a energia como se acabadinha de sair de um aparelho de ginásio mesmo que naquele dia só lá estivessem barrigudos para lavar as vistas. É assim a modos como encher o peito de ar e, as mamas estivessem de dedinho no ar a gritar eu quero, eu quero uma massagem com o refresco da saliva que nestas ocasiões faz muito bem as vezes de um cubinho de gelo.
Ele continuava calado como se o peso da toalhita lhe retirasse o fôlego e avancei que talvez fosse bom lancharmos para ele arrebitar e porque o mar abre sempre o apetite. Ele concordou, pediu-me as chaves para abrir a porta e perguntou-me o que é me estava a apetecer. Dei-lhe as chaves na mão enquanto o pressionava contra a porta e fazia descair a minha mão direita que não sou canhota para o seu centro de gravidade, abrindo bem os dedos para abarcar todo o volume das massas em causa e lhe dizer que desde que proibiram as bolas de Berlim na praia mais vontade tenho delas com um niquito de leite fresco.
Ele continuava calado como se o peso da toalhita lhe retirasse o fôlego e avancei que talvez fosse bom lancharmos para ele arrebitar e porque o mar abre sempre o apetite. Ele concordou, pediu-me as chaves para abrir a porta e perguntou-me o que é me estava a apetecer. Dei-lhe as chaves na mão enquanto o pressionava contra a porta e fazia descair a minha mão direita que não sou canhota para o seu centro de gravidade, abrindo bem os dedos para abarcar todo o volume das massas em causa e lhe dizer que desde que proibiram as bolas de Berlim na praia mais vontade tenho delas com um niquito de leite fresco.
26 outubro 2013
«Da falácia» - João
"Do casamento fica a amizade. A paixão vai-se, e o amor também vai desaparecendo, ficando uma amizade que mantém as pessoas unidas ao longo de uma vida. Quantos de vós ouviram a frase que acabei de escrever? Eu ouvi. E conheço outras pessoas que ouviram o mesmo, normalmente dita pelos pais, sobrevivendo eles mesmos em casamentos de várias dezenas de anos. A mim foram os meus pais que mo disseram, que do casamento apenas sobra a amizade. Estou seguro que, antes deles, também os seus pais lhes disseram o mesmo. E sempre assim, recuando no tempo, esta ideia que, bem espremida, significa apenas isto “contenta-te. Vão desaparecer-te as borboletas mas aguenta-se, que é mesmo assim”.
Acho criminoso. Poderá ser bem intencionado. Não duvido disso. Mas é criminoso. É uma ideia tóxica, que mata, que reduz, que amarrota o prazer da vida, que desde muito cedo nas nossas existências nos faz pensar que é normal, expectável, porventura até desejável, que a vida se desenrole assim, com paixões, amores, e suaves amizades que no fim se sobrepõem às primeiras. Obviamente não discuto o valor da amizade. A amizade tem de existir. As pessoas não podem ser apenas fodilhonas umas perante as outras. Tem de existir carinho, tem de existir preocupação. Tem de existir a genuína vontade do “bem” do outro, tudo isso é verdade. É verdade, também, que numa vida longa o corpo dará lugar à mente, e esta lembrará com saudade as coisas que o corpo outrora permitia. Mas tudo isso tem um lugar e um tempo. E só precisa acontecer se a matéria se debilitar de uma forma desajustada ao desejo. De outro modo, vender aos filhos a ideia de que vão casar para viver com amigos, é, repito, tóxico.
Temos a obrigação de fazer diferente enquanto pais. Um dia, mais tarde, quando tiver de falar sobre casamento à minha descendência, tentarei explicar que um casamento exige investimento, exige trabalho. Que as borboletas, para se manterem, exigem investimento contínuo ao longo da vida, quando existe sintonia, quando existe encontro, entre as pessoas. E que, se essa sintonia não existir, nenhum investimento dará fruto. Mas nunca, jamais, em tempo algum, direi “olha, no fim, fica a amizade”. Não. Direi, da forma que melhor me aprouver, que cultivem o tesão, que se fodam enquanto existir corpo, que se comam com os olhos, que se valorizem, e que embora devam ter carinho (aquele carinho que sustenta os velhos do nosso mundo, a quem idade deixou de sorrir), nunca devem perder a malícia do olhar e dos trocadilhos com as palavras. Mesmo quando os gestos já não forem iguais."
João
Geografia das Curvas
Acho criminoso. Poderá ser bem intencionado. Não duvido disso. Mas é criminoso. É uma ideia tóxica, que mata, que reduz, que amarrota o prazer da vida, que desde muito cedo nas nossas existências nos faz pensar que é normal, expectável, porventura até desejável, que a vida se desenrole assim, com paixões, amores, e suaves amizades que no fim se sobrepõem às primeiras. Obviamente não discuto o valor da amizade. A amizade tem de existir. As pessoas não podem ser apenas fodilhonas umas perante as outras. Tem de existir carinho, tem de existir preocupação. Tem de existir a genuína vontade do “bem” do outro, tudo isso é verdade. É verdade, também, que numa vida longa o corpo dará lugar à mente, e esta lembrará com saudade as coisas que o corpo outrora permitia. Mas tudo isso tem um lugar e um tempo. E só precisa acontecer se a matéria se debilitar de uma forma desajustada ao desejo. De outro modo, vender aos filhos a ideia de que vão casar para viver com amigos, é, repito, tóxico.
Temos a obrigação de fazer diferente enquanto pais. Um dia, mais tarde, quando tiver de falar sobre casamento à minha descendência, tentarei explicar que um casamento exige investimento, exige trabalho. Que as borboletas, para se manterem, exigem investimento contínuo ao longo da vida, quando existe sintonia, quando existe encontro, entre as pessoas. E que, se essa sintonia não existir, nenhum investimento dará fruto. Mas nunca, jamais, em tempo algum, direi “olha, no fim, fica a amizade”. Não. Direi, da forma que melhor me aprouver, que cultivem o tesão, que se fodam enquanto existir corpo, que se comam com os olhos, que se valorizem, e que embora devam ter carinho (aquele carinho que sustenta os velhos do nosso mundo, a quem idade deixou de sorrir), nunca devem perder a malícia do olhar e dos trocadilhos com as palavras. Mesmo quando os gestos já não forem iguais."
João
Geografia das Curvas
25 outubro 2013
E quando murcham?
O Journal of Sexual Medicine revelou que o tamanho médio do pénis de um americano é de 14,2 cm quando erecto.
Sinto-me um colosso.
Sinto-me um colosso.
24 outubro 2013
«Andar de barco a motor com raparigas» - campanha de angariação de fundos para a prevenção do cancro da mama
Motorboat(ing) (fazer de barco a motor) - acto de pressionar o rosto entre dois seios fartos e balançar a cabeça de um lado para o outro muito rapidamente ao mesmo tempo que se faz um som "brrr" vigoroso e vibrante.
A segunda camisinha de bilros da minha colecção
Lembras-te da camisinha de bilros que recentemente me fizeram, por encomenda, em Vila do Conde?
Pois agora recebi outra camisinha que tinha também encomendado, mas desta vez em Peniche.
Uma maravilha para usar numa ocasião festiva, Noé? Como tem 20 centímetros de comprimento, para muitos teria que ser feita bainha. Teria mas não tem, porque esta camisinha de bilros não sai da minha colecção.
Pois agora recebi outra camisinha que tinha também encomendado, mas desta vez em Peniche.
Uma maravilha para usar numa ocasião festiva, Noé? Como tem 20 centímetros de comprimento, para muitos teria que ser feita bainha. Teria mas não tem, porque esta camisinha de bilros não sai da minha colecção.
«Diário do Patife V» - Patife
28 de setembro
A padeira onde compro o pão quente de manhã voltou a olhar fixamente para o meu papo de picha. Mais uma dessas e vou ter de alargar essa tua experiência de meter a mão na massa.
Hoje malhei como se não houvesse amanhã. Apesar de não lhe ter deixado manchas no corpo, a gaja que acabei de pinar saiu daqui com ar de vaca malhada.
“Enfia-te na virgem e não corras”. Check.
Tomo agora consciência que acabei de ter uma das experiências mais traumáticas no que a lingerie diz respeito. Aquilo não eram cuecas gigantes. Era uma burka de pachacha.
Presumo que ela fantasiasse com uma queca que durasse horas, mas não tinha cabedal para isso. Levou com um dos meus orgasmos ninja. Rápidos e silenciosos.
Desta colecção:
Diário do Patife I
Diário do Patife II
Diário do Patife III
Diário do Patife IV
Patife
Blog «fode, fode, patife»
23 outubro 2013
o cu gumelo - pequeno apontamento bucólico...
Imagem colhida em Aldeias de Portugal
passeando pelo campo
espantado pelo encanto
de ver como o mundo é belo
fui de espanto em espanto
com um belo cu gumelo
tão róseo tão oferecido
de humidade envolvido
traz riqueza ao universo
mas lá fiquei confundido
por parecer que o atrevido
por outro lado é perverso…
«Perto, mas tão longe» - João
"Há gente bem intencionada. Como a pessoa que inventou a ideia de que estar longe da vista é estar longe do coração. Fê-lo, certamente, imbuída do melhor espírito, de uma genuína vontade de desenhar, no ar, uma porta imaginária que consola os sofredores de ausência, uma passagem por onde podem canalizar os seus sentimentos, achando que aquilo que não se vê, não se sente. Procuro evitar um sorriso condescendente quando penso nesse lugar comum. Não acredito nele. Não é verdade. Estar longe da vista é apenas isso. Longe da vista. A vista e o coração não têm ligação directa, e nem sequer necessariamente proporcional. Estar longe da vista pode ser, até, um estado de espírito, mas na redução à verdade, é apenas uma medida de distância, uma situação geográfica, reduz-se ao facto de uma pessoa ter os pés assentes num ponto que dista do ponto onde outra pessoa tem os seus. E os pés sempre distam qualquer coisa, excepto quando se tocam, como se fossem mãos. Mas para as pessoas que se querem bem, perto ou longe, os corações estão sempre perto. De outro modo, não se quereriam bem. Não teriam significado. A distância não desafia, não belisca, a mente. A capacidade de pensar, de lembrar, de querer bem, de sentir. A química que anima os nossos neurónios não se rege pelas regras do mundo físico, aquele onde a maçã sempre cai na cabeça do Newton.
As pessoas têm a mania de morrer. Morre-se por tudo e por nada. Porque tem de ser. Porque se ia na rua e catrapum. Porque se fez uma asneira qualquer e se ficou doente, ou porque se ficou doente porque sim, mesmo sem asneira nenhuma. As pessoas têm o estranho hábito de falecer. Não querem cá ficar. Vão desta, diz-se, para melhor. E no meio de tudo isso, o tempo que aqui se passa é curto. Mais curto que a distância. E talvez, também por isso, as distâncias façam pouco aos corações de bem. Esses sabem que isto é passageiro. E que o querer é o que mais vale. E, então, estar longe da vista é apenas o facto de não ver. Não diz nada a ninguém sobre o sentir. O coração que não vê, também sente. Mesmo que digam que não. E talvez sinta mais. Porque não vendo, não enjoa. Não cansa. Não desvaloriza nada que possa considerar seguro, adquirido, garantido. Os corações distantes são corações receptivos. Atentos. Antes que um qualquer catrapum os leve e, aí sim, fiquem a uma distância difícil de encurtar."
João
Geografia das Curvas
As pessoas têm a mania de morrer. Morre-se por tudo e por nada. Porque tem de ser. Porque se ia na rua e catrapum. Porque se fez uma asneira qualquer e se ficou doente, ou porque se ficou doente porque sim, mesmo sem asneira nenhuma. As pessoas têm o estranho hábito de falecer. Não querem cá ficar. Vão desta, diz-se, para melhor. E no meio de tudo isso, o tempo que aqui se passa é curto. Mais curto que a distância. E talvez, também por isso, as distâncias façam pouco aos corações de bem. Esses sabem que isto é passageiro. E que o querer é o que mais vale. E, então, estar longe da vista é apenas o facto de não ver. Não diz nada a ninguém sobre o sentir. O coração que não vê, também sente. Mesmo que digam que não. E talvez sinta mais. Porque não vendo, não enjoa. Não cansa. Não desvaloriza nada que possa considerar seguro, adquirido, garantido. Os corações distantes são corações receptivos. Atentos. Antes que um qualquer catrapum os leve e, aí sim, fiquem a uma distância difícil de encurtar."
João
Geografia das Curvas
«conversa 2024» - bagaço amarelo
Eu - Ainda não. Para a semana devo ir algumas vezes...
Ela - Vais para a mesma zona do ano passado, onde te encontrei várias vezes?
Eu - Devo ir...
Ela - Este ano, se me quiseres encontrar, vai lá mais para trás para o meio das dunas...
Eu - Eu não gosto de ir para as dunas...
Ela - Mas eu tenho que ir... pelo menos enquanto não fizer a depilação total e definitiva...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Problemas de relacionamento
Quando não dá mais para consertar o que resta é ir embora.
O jeito é encarar os fantasmas do casamento, cara.
Capinaremos.com
O jeito é encarar os fantasmas do casamento, cara.
Capinaremos.com
22 outubro 2013
A FODA COMO ELA É - (III) Murchos Discursos
Devia ser etiqueta e contemplar poucas excepções: na alcova a retórica deve ser a dos corpos, não a do paleio. O preço a pagar por uma exclamação menos feliz, atirada em pleno paroxismo, pode ser a própria manutenção do folguedo. Fui compilando ao longo de anos frases fatais à saúde do tesão que me foram sendo relatadas por incontáveis anónimos, oscilando entre a gargalhada e o profundo pesar. Deixo-vos alguns exemplos de frases que irromperam no meio da cavalgada, reiterando a sua total veracidade e certo de que nelas encontrareis o cunho da vossa própria experiência. Não resisto, porém, a acrescentar-lhes o meu deselegante comentário. Ei-las. Os nomes são fictícios.
- Chupa-me as bordas da cona. (Só mesmo a zona limítrofe?)
- Preciso de ir mijar. (...)
- Sou uma porcalhona! (Ninguém diria, vendo-a dando sumiço ao vergalhão com mestria, num autêntico rodízio de orifícios)
- Estás a gostar, Tomás? (Grato pelo inquérito: estava mesmo agora assestando uma opinião na Crica de Reclamações)
- Curtes Xutos? (Nota: podia ser pior... podia ser Delfins)
- Tens uma pila tão gorda, Camilo! (Rápido! Para o Holmes Place)
- 'Tou toda m'lhadinha... (Pessoas que falam com apóstrofes)
- Bufaste-te, Afonso? (Adoro meninas com agudo sentido do romantismo)
- Os teus tomates são tão aveludados! (Nem penses que vais fazer um par de sapatos com eles)
- Estás aborrecido por não ta ter chupado? (Claro, e estou por isso vingando-me a facadas de caralho nesses entrefolhos. No entanto, interromperei as festas para que discutamos tranquilamente o assunto)
Outro tema de capital importância para um refustedo ininterrupto, mas inteiramente diferente da converseta, é o cariz das exclamações gemebundas, urros de prazer, arfares canídeos, peidos de cona e outras sonoridades animalescas do acto. Mas não abusarei do espaço, remetendo o assunto para o vídeo abaixo reproduzido.
- Chupa-me as bordas da cona. (Só mesmo a zona limítrofe?)
- Preciso de ir mijar. (...)
- Sou uma porcalhona! (Ninguém diria, vendo-a dando sumiço ao vergalhão com mestria, num autêntico rodízio de orifícios)
- Estás a gostar, Tomás? (Grato pelo inquérito: estava mesmo agora assestando uma opinião na Crica de Reclamações)
- Curtes Xutos? (Nota: podia ser pior... podia ser Delfins)
- Tens uma pila tão gorda, Camilo! (Rápido! Para o Holmes Place)
- 'Tou toda m'lhadinha... (Pessoas que falam com apóstrofes)
- Bufaste-te, Afonso? (Adoro meninas com agudo sentido do romantismo)
- Os teus tomates são tão aveludados! (Nem penses que vais fazer um par de sapatos com eles)
- Estás aborrecido por não ta ter chupado? (Claro, e estou por isso vingando-me a facadas de caralho nesses entrefolhos. No entanto, interromperei as festas para que discutamos tranquilamente o assunto)
Outro tema de capital importância para um refustedo ininterrupto, mas inteiramente diferente da converseta, é o cariz das exclamações gemebundas, urros de prazer, arfares canídeos, peidos de cona e outras sonoridades animalescas do acto. Mas não abusarei do espaço, remetendo o assunto para o vídeo abaixo reproduzido.
«Luz-semente» - Susana Duarte
baixa as tuas mãos sobre a lua,
e devolve-me a luz. destapa as sombras
das auroras nubladas e devolve-me a luz.
sê, de todas as manhãs, a evidência florescente
de todas as primaveras. na noite, despoja-me de sombras
e das névoas que trago nos olhos. e sobrevoa-me a pele,
e arranca-me os ossos da espera, e retira-me das crostas
dos dias estranhos. na viagem das veias, sê a promessa
de uma manhã clara, onde as mãos são segredos
e os segredos são apenas o regresso à raiz do ventre.
sê, em cada veia, a única luz que reconheço. dos deuses,
capta os sons das asas. mitiga, com o pó dos dias,
a estranheza das noites. e, na viagem, sê.
sê comigo. sê em mim. sê a vida onde me sinto.
________semente_________absinto__________
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
e devolve-me a luz. destapa as sombras
das auroras nubladas e devolve-me a luz.
sê, de todas as manhãs, a evidência florescente
de todas as primaveras. na noite, despoja-me de sombras
e das névoas que trago nos olhos. e sobrevoa-me a pele,
e arranca-me os ossos da espera, e retira-me das crostas
dos dias estranhos. na viagem das veias, sê a promessa
de uma manhã clara, onde as mãos são segredos
e os segredos são apenas o regresso à raiz do ventre.
sê, em cada veia, a única luz que reconheço. dos deuses,
capta os sons das asas. mitiga, com o pó dos dias,
a estranheza das noites. e, na viagem, sê.
sê comigo. sê em mim. sê a vida onde me sinto.
________semente_________absinto__________
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Canivete com duas lâminas...
... e decorado em relevo nas duas faces: «Leda e o cisne» e «a recompensa do campeão».
Dois mimos em um... na minha colecção.
Dois mimos em um... na minha colecção.
21 outubro 2013
Alguém faz o obséquio de me explicar o que quer dizer "canoar no sexo"?
Não é que eu queira responder a este anúncio publicado em 25 de Setembro na página de classificados de Convívio do Diário de Coimbra... mas a cultura é uma coisa muito linda e eu não queria morrer sem saber o que é isto.
«conversa 2023» - bagaço amarelo
Eu - Porquê?
Ela - Num dia estou muito feliz e no dia seguinte já estou triste...
Eu - É sempre assim?
Ela - É. Ontem estava deprimida e hoje já estou a sentir-me feliz.
Eu - Bem... aproveita o dia de hoje, pelo menos.
Ela - Não consigo.
Eu - Porquê?
Ela - Porque estou feliz, mas sinto-me mal só de saber que amanhã já vou estar triste.
Eu - Não és assim tão bipolar, então. No fundo estás sempre triste.
Ela - Mais ou menos. Amanhã, por exemplo, vou estar triste, mas como sei que além de amanhã vou estar feliz consigo andar mais ou menos bem...
Eu - Estás a gozar comigo?
Ela - Não.
Eu - Parece mesmo!
Ela - Os homens é que não percebem estes labirintos sentimentais das mulheres.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Luís Gaspar lê «Em linguagem…» de Carlos Poças Falcão
Em linguagem clara o abandono é o amor.
Quando a hora chega e o tempo se consuma
as mãos podem estar tranquilas
que o olhar vê tudo bem e o coração desprende
a nuvem exaltada. Disto muitos querem prova.
Estende-lhes a taça para sua provação
pois só quem faz a prova conhece este sabor.
Abelha no açúcar e ave no pomar
som inicial duma canção fraterna
noite que ascende a uma estação mais pura
- ah, como escandaliza aquele que não ama
ver o amor provado do que todo se abandona!
Carlos Poças Falcão
nasceu em Guimarães, em 1951. Licenciado em Direito na Universidade de Coimbra, exerceu durante alguns anos a advocacia, que abandonou para dedicar-se à docência e à escrita. Tem colaboração dispersa por numerosas publicações e revistas literárias.
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Quando a hora chega e o tempo se consuma
as mãos podem estar tranquilas
que o olhar vê tudo bem e o coração desprende
a nuvem exaltada. Disto muitos querem prova.
Estende-lhes a taça para sua provação
pois só quem faz a prova conhece este sabor.
Abelha no açúcar e ave no pomar
som inicial duma canção fraterna
noite que ascende a uma estação mais pura
- ah, como escandaliza aquele que não ama
ver o amor provado do que todo se abandona!
Carlos Poças Falcão
nasceu em Guimarães, em 1951. Licenciado em Direito na Universidade de Coimbra, exerceu durante alguns anos a advocacia, que abandonou para dedicar-se à docência e à escrita. Tem colaboração dispersa por numerosas publicações e revistas literárias.
Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Não tem como controlar
É a testosterona que faz isso com a gente.
Pra que uma banana com ereção no bolso, cara?
Capinaremos.com
Pra que uma banana com ereção no bolso, cara?
Capinaremos.com
20 outubro 2013
Música no Coração
O Senhor Doutor sabe melhor que eu que aos 18 anos as hormonas estão aos saltos e apaixonei-me então pela doce toada de um violoncelista, com ele a tanger o seu corpo contra o meu, a tocar cada poro da minha pele como uma corda vibrátil, num solo molto vivace de cama húmida do suor dos nossos corpos.
Ele era fã de música minimal repetitiva e adorava improvisar no seu violoncelo e vai daí que, em vez de me esfregar a toda hora e em qualquer lugar, como a nossa idade sugeria, levava-me para um estúdio arrendado à hora, com vários instrumentos e equipamento de gravação para o acompanhar ao piano nos seus solos quando eu só sabia tocar a escala e o toca o sino sacristão que são dois dó e quatro ré indefinidamente.
E nestes ensaios passaram-se meses Senhor Doutor, que eu até já tinha os dedos engelhados de tanto me contentar com eles e sonhava que uma clave de sol me penetrava mas se dissolvia no ar chilreando temas do Música no Coração que, com uma piscadela de olho e um dedo nos lábios da minha boca entreaberta lhe comuniquei que me ia que a minha especialidade são instrumentos de sopro e, percussão.
19 outubro 2013
«Tu não existes» - João
"Pode alguém que não existe ser insubstituível? Penso nisso com os olhos pregados no tecto. O ponteiro das horas rodou, e afastou-se já muito da meia-noite, e eu de olhos no tecto, parcamente iluminado por uma luz amarelada que vem de um candeeiro na rua, desconfiando que também os teus olhos estejam fixos num qualquer ponto, num tecto qualquer diferente, mas ainda assim tecto. Se não existes, se tu não existes, podes ser insubstituível? Pode haver gente cujo vazio não se consegue preencher? Tirar uma peça e meter outra? Como num puzzle duplicado em série, sempre igual?
As pessoas não são peças de puzzle. Os nossos recortes não são todos iguais. Temos arestas por limar, coisas que nos permitem melhor ou pior encaixe. Mas há puzzles que encaixam sem esforço, e ficam tão perfeitos que a nossa incredulidade leva a dizer que não existem. Que nada disto existe, nada disto é certo, verdade, forte. E afinal é. E afinal na não existência existe tudo, e o meu tecto é apenas um tecto, e há gente que não se substitui, há gente que não tem igual por mais que se busque. E esta sede que não cessa, que não se refresca, e este calor, estas gotas que rolam, este sangue que corre veloz, estes corpos, estas almas que se chamam. O rasgar das vestes, o grito, o morder e o suspiro. Isto. Isto não se substitui, mesmo sendo certo que não existes, existindo tanto."
João
Geografia das Curvas
As pessoas não são peças de puzzle. Os nossos recortes não são todos iguais. Temos arestas por limar, coisas que nos permitem melhor ou pior encaixe. Mas há puzzles que encaixam sem esforço, e ficam tão perfeitos que a nossa incredulidade leva a dizer que não existem. Que nada disto existe, nada disto é certo, verdade, forte. E afinal é. E afinal na não existência existe tudo, e o meu tecto é apenas um tecto, e há gente que não se substitui, há gente que não tem igual por mais que se busque. E esta sede que não cessa, que não se refresca, e este calor, estas gotas que rolam, este sangue que corre veloz, estes corpos, estas almas que se chamam. O rasgar das vestes, o grito, o morder e o suspiro. Isto. Isto não se substitui, mesmo sendo certo que não existes, existindo tanto."
João
Geografia das Curvas
São horas para foder
Relógio de corda manual, dos anos 70, fabricado no Japão.
«Time to fuck»... in my erotic art collection.
«Time to fuck»... in my erotic art collection.
18 outubro 2013
Qrònicas do Nelo
A Crize, melhéres, e cumu fujir dela, eça lambisgoita falça
... Parésse um feishá-roda: Melhéres: Eli ei cuelhus atrás das portash e portas atráz dus cuelhos...
Ihola melhéres, comu istán Iustédis? Ai cando à dias harmada eim ispanhola e assim. Hihihih ai …ai… beim hihih…
Nam leveim a çério, quisto éi uma melhér çó a desopilar per cauza da crize e çaem-me açim umas coizas, tipo: Ihola, cuméstá ushteid? Ishtá freshquito? Quierie tumiari iuno cafiezito e açí? Vá cu Nelo paga hihihihi. E çe fueri há nôitche? Puédi çeri iuna copa ene iuno Bar?
ai...ai...
Melhéres deshte broshe.
Ishto éi quéi vida, uma melhér çair e andare na rua a mirar-çe hás montras das loijas, a ver çe a imajeim nus enshe o ôlho e açim. Ai çim çim, perque uma melhér çe quere engatar um home bom teim de ishtar açim apetitosa, gushtoza e açim, ó ó, e éu, o Nelo, bisha de istalo, nam çe deicha abandalhare e açim,. Çempre perfumada, e açeada e cu o çorrizo nus labius, prinçipalmente nus Baris cuando miru um pãu bom açim de cumer tôdu, e vôu de Pizangambóim na mãu au pé deli pra le oferesser um copu.
Ai cá homes tam bonsh e açim, que deixam uma melhér cumpletamenti, mash cumpletamenti, eistaziada e fora de çi…
Ai ai… mash isto vai çendo cada vesh mais raru melhéres…
Çe vossezes çobesseim da deficuldadi duma melhér çair de caza çeim çer logu açediada cas cunverças da crize….
Nam á pashôrra. Parésse um feishá-roda. Eli ei cuelhus atrás das portash e portas atráz dus cuelhos, e ash eleissões e maish nam çei u queim e ei us cortis e converça e maish converça…ai caté aburreçe.
Cumo éu nam votu, perque nam pressebo nada da pulitica, lá tive dir shamar o Alfredu, o nóço shaufér, e paçar a ire ali a Badajóz e açim, Ai caquilo éi uma diverção, cu neim les conto...
- Onde é que vai, Gonçalo Manuel?- pregunta a minha Efigénia.
- Melhér, vôi çólamenti aiá comperare iunos caramelios, digo, (ai ai que mi discuido) vôu comperare uns caramelos, daquelis muinto bonsh que vossê tanto goshta e açim.
- E, meu esposo, é preciso levar a limousine?.
- Ai çim perque ondi á us bons caramelus, fica um pouqashinho fora de volta e açim, Efigénia melhér.-
Prontes e açim lá me metu a caminhu de Badajós e neim les digu o caquilo éi há nôite´
Prá semana contu-les o milhor broshe queu já fish e açim. Ai cu fôi tam bóm mash tam bom.....
Ai.....
Mazagora porteim-çe beim e já çabeim:
Homes bonsh: çe as voças lambisgoitas handam fêitas maluqas e handan cas covas aus çáltos e nam les ligam, á um Nelo çempre au vóço dispôre pra dare uma volta ao uailde çáide. Nam çe arrependerãu, Garantu-les, Palavera de Nelo
E cumu diza ôtra: mi ligui, vá!
hihihihihi....
... Parésse um feishá-roda: Melhéres: Eli ei cuelhus atrás das portash e portas atráz dus cuelhos...
eli ei cuelhus atrás das portash e portas atráz dus cuelhos |
ai...ai...
Melhéres deshte broshe.
Ishto éi quéi vida, uma melhér çair e andare na rua a mirar-çe hás montras das loijas, a ver çe a imajeim nus enshe o ôlho e açim. Ai çim çim, perque uma melhér çe quere engatar um home bom teim de ishtar açim apetitosa, gushtoza e açim, ó ó, e éu, o Nelo, bisha de istalo, nam çe deicha abandalhare e açim,. Çempre perfumada, e açeada e cu o çorrizo nus labius, prinçipalmente nus Baris cuando miru um pãu bom açim de cumer tôdu, e vôu de Pizangambóim na mãu au pé deli pra le oferesser um copu.
Ai cá homes tam bonsh e açim, que deixam uma melhér cumpletamenti, mash cumpletamenti, eistaziada e fora de çi…
Ai ai… mash isto vai çendo cada vesh mais raru melhéres…
Çe vossezes çobesseim da deficuldadi duma melhér çair de caza çeim çer logu açediada cas cunverças da crize….
Nam á pashôrra. Parésse um feishá-roda. Eli ei cuelhus atrás das portash e portas atráz dus cuelhos, e ash eleissões e maish nam çei u queim e ei us cortis e converça e maish converça…ai caté aburreçe.
Cumo éu nam votu, perque nam pressebo nada da pulitica, lá tive dir shamar o Alfredu, o nóço shaufér, e paçar a ire ali a Badajóz e açim, Ai caquilo éi uma diverção, cu neim les conto...
- Onde é que vai, Gonçalo Manuel?- pregunta a minha Efigénia.
- Melhér, vôi çólamenti aiá comperare iunos caramelios, digo, (ai ai que mi discuido) vôu comperare uns caramelos, daquelis muinto bonsh que vossê tanto goshta e açim.
- E, meu esposo, é preciso levar a limousine?.
- Ai çim perque ondi á us bons caramelus, fica um pouqashinho fora de volta e açim, Efigénia melhér.-
Prontes e açim lá me metu a caminhu de Badajós e neim les digu o caquilo éi há nôite´
Prá semana contu-les o milhor broshe queu já fish e açim. Ai cu fôi tam bóm mash tam bom.....
Ai.....
Mazagora porteim-çe beim e já çabeim:
Homes bonsh: çe as voças lambisgoitas handam fêitas maluqas e handan cas covas aus çáltos e nam les ligam, á um Nelo çempre au vóço dispôre pra dare uma volta ao uailde çáide. Nam çe arrependerãu, Garantu-les, Palavera de Nelo
E cumu diza ôtra: mi ligui, vá!
hihihihihi....
A posta na plástica
É fácil rotular o cuidado (que se tem por excessivo) que algumas pessoas dedicam à sua aparência. Basta considerar coisas como o botox, o silicone ou o branqueamento anal.
É fácil porque é excessivo. Porém, é impossível traçar uma linha a partir da qual já podemos catalogar um excesso, salvo raras excepções, sobretudo num domínio em que cada um/a sabe de si e todos têm o direito a não levar com considerações de terceiros acerca de opções tão pessoais.
Claro que isto é muito claro na teoria. Na prática, apontamos o dedo a quem acrescenta as mamas enquanto reparamos que está na altura de cortar as unhas.
Onde quero eu chegar com isto? As tais linhas que todos gostamos de traçar relativamente às escolhas dos outros são imaginárias e subjectivas (quase mitológicas, portanto) e nunca coincidem com as das pessoas visadas.
Definimos os nossos próprios limites mas isso não nos impede de os alterar ao longo do caminho, nem que pelo efeito tramado da passagem do tempo no nosso visual.
Alguns dos que se chocam com o excesso de maquilhagem de outrem pintam o cabelo de outra cor que não a sua, deitando às urtigas o tal conceito do artificial que, bem vistas as coisas, veste os dois exemplos em causa ainda que com diferentes (e hipotéticas) gradações.
É o tal piso escorregadio dos limites e das avaliações quantitativas, nos outros como em nós. Às tantas, mesmo os que se afirmam alheios a essas coisas da aparência acabam um dia confrontados com a realidade da sua. E lá vão por água abaixo os argumentos “para fora”, na reacção hostil à verdade que qualquer espelho insiste reflectir.
A aparência, que não conta para ninguém, é lixada quando constitui uma clara desvantagem na interacção com os tais outros que também afirmam não ligar coisa alguma e depois a pessoa cai do céu quando percebe que falar é fácil e que toda a gente vai concentrar a atenção na borbulha feia por cima do nariz.
Para felizes contemplados com um visual agradável de origem o problema pode assumir proporções mais sérias, pela novidade da perda de confiança em si mesmos, o abanão num dado adquirido tão fácil de tombar pelo efeito da perda de um dente frontal ou de largas porções de cabelo. Ou das primeiras rugas. Ou de outra coisa qualquer que se imponha como um handicap potencial e seja demasiado óbvia para dissimular.
É nessa altura que a aparência passa de figurante a protagonista e o filme é quase de terror.
Tudo é muito relativo e de estanque já nem se safam as verdades ditas universais como, por exemplo, a que dizia que as pessoas e os livros não se julgam pela capa.
Nas bibliotecas como no resto da vida, são instintivamente escolhidos os mais apelativos, os mais perfeitos, os mais bonitos, os mais jovens e depois do que a vista selecciona, só depois, podem eventualmente impor-se outros detalhes a que chamamos “as coisas importantes” ou assim.
E o resto, perdoem-me a franqueza, não passa de mais um politicamente correcto folclore das boas intenções.
Postalinho lá de cima
"Será que foi feito para ser visto do espaço?
Quem sabe onde é?
beijos"
Luis B.
Por acaso consegui descobrir: é o Quebra Mar, um parque de skate em Santos (Brasil).
Quem sabe onde é?
beijos"
Luis B.
Por acaso consegui descobrir: é o Quebra Mar, um parque de skate em Santos (Brasil).
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