Meu querido
Lembras-te quando chegavas e eu te agarrava logo ali, junto à porta, e me encostava e te encostava à parede, e te despia num ápice, as mãos vorazes, a boca colada à tua, a boca dizendo na tua: - Não te mexas. Não te movas.
E tu não podias, e tu não querias, e tu não te movias, e mordias os lábios para sufocares o grito, para não soltares o grito, para não ouvirem a tua nudez, do outro lado da porta.
E as minhas mãos que procuravam o teu sexo e encontravam a tua erecção e a seguravam e a apertavam e a consumiam e a esgotavam e te esgotavam e no chão…
No chão marcadas a tua chegada e a tua vinda, e eu olhando-te e tu cansado, e tu ofegante, e tu seco de sémen e repleto de prazer e eu...
Eu apertava-te o rosto e puxava o teu cabelo, e abria as minhas pernas, e empurrava a tua cabeça, e descias no meu corpo, e eu dizia-te apontando chão, apontando marcas:
- Falta ali junto ao teu o meu sinal.
Foto: Kay
14 julho 2006
Detrás da porta
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Uma por dia tira a azia