Isto apesar de no dia anterior, o primeiro do Salão e bem a meio da semana, terem lá ido mais de oito mil pessoas, uma afluência superior em 15% à do ano passado.
Cheguei ainda a remoer no artigo do DN que desinformou alegando que o Salão tinha sido planeado para homens (comentei isso ontem) e prestei atenção: bastou olhar, não restavam dúvidas - se dividirmos os visitantes por géneros, os casais ganham; depois, mulheres sozinhas ou com outras mulheres e homens idem aspas estão muito equilibrados.
Julgo que se pode dizer sem grande risco de erro que o Salão é maioritariamente visitado por casais.
Pelo sim pelo não, escolhi uma loja enorme, aberta (sem paredes) logo na entrada da feira, com bancadas onde milhares de artigos de sex-shop podiam ser avaliados, escolhidos e comprados. Fui lá três vezes ao longo da noite e fiz uma contagem rápida: da primeira vez, 22-17 ganharam as mulheres, da segunda 24-18 ganharam os homens, da última 28-19 ganharam as mulheres...
Há dúvidas?...
Verifiquei também que os expositores que proporcionavam shows privados, por um preço, não o faziam apenas com as meninas... também as senhoras podiam assistir um show privado com um dos modelos masculinos presentes.
Mas chega de chover no molhado, ou tentar contrariar que a comunicação social menos bem informada continue a bater no ceguinho... ceguinho é quem vai para ali já com ideias feitas e depois tenta impingi-las ao bom do povinho...
A Sónia lá bateu o record e parece que quer dar a segunda, amanhã, com mais três metros...
É aquilo a que se pode chamar uma cona de alta competição!
Crica para saberes o que este gajo está a fazer
[fodografia Bruno B. para a funda São]
Já agora, acho que tenciono ir lamber-lhe a psique e sugar-lhe os pensamentos assim que ela o fizer, com a corrente ainda húmida - mas não vou entrevistar a corrente, que eu cá não coleciono memórias orgânicas, nem que sejam conservadas em argolas. Estou é curioso de saber porque é que ela faz aquilo... ainda escrever com a vagina (á assim que ela diz, embora eu ache que deveria dizer com a vulva... mas posso estar enganado), entendo que é um acto de difícil perícia, mas como também não colecciono autógrafos não me vai valer de nada...
Já que estamos a falar de escrever, um estudante de arquitectura de Guimarães venceu o primeiro concurso nacional de contos eróticos, com um trabalho a que chamou "Dia de Treino". Trata-se de João Abreu, que assim conseguiu suplantar as outras cinco dúzias de trabalhos apresentados a consurso.
O júri foi constituído por Francisco Pedro, das Publicações Europa-América, Mário Sena Lopes, da D. Quixote, e Leonor Sousa, autora de "Amanhã à mesma hora - Diário de uma Stripper Portuguesa".
Foi um dia literariamente rico. A D. Quixote lançou dois livros, "As fantasias de um homem - Histórias provocantes de uma portuguesa da classe média" de uma autora anónima sob pseudónimo "Pecadora" - e "Como fazer amor com uma estrela porno", autobiografia da super-star norte-americana Jenna Jameson.
Ficou já anunciado outro livro, da portuguesa Ana Lopes, para o Salão de 2007 - promete ser um caldeirão de polémica!
Foi também lançado o nº 0 de uma revista vocacionada para "as minorias alternativas" (palavras dos responsáveis) chamada "Dominium", que visa divulgar "sub-culturas e/ou estilos de vida alternativos em português", também apoiada por um site da especialidade, bem como um blog e um canal de IRC.
A Casa D'Eros lançou um vinho afrodisíaco, com a presença do enólogo Daniel Maia
Fizeram-se eliminatórias para o concurso de "strippers" e a área que mais surpreendeu a própria organização foi a Zona Swing, novidade no Salão deste ano, onde mais de 600 casais foram "saber como é " só nestes primeiros dois dias.
Também deu muito nas vistas um pequeno grupo a quem foi emprestado um stand durante dois dias, por um expositor que não podia ir antes de sábado, e que levaram para lá pintura corporal.
Chamaram tanto as atenções que chegaram a estar rodeados de gente... ao mesmo tempo que decorriam shows eróticos a menos de dez metros...
Do outro lado do Salão, a Liga Portuguesa Contra a Sida alertava para a sua mensagem promovendo um passatempo em que os visitantes tentavam acertar com um preservativo gigante em forma de mama num dos muitos falos que enchiam uma parece a dois metros, ou seja: atiravam mamas a uma parede de pichas... divertido!
Ainda tentei, mas não acertei népia... eu já sabia que "não consigo acertar um caralho" mas ganhei, mesmo assim, um preservativo e literatura informativa - a verdade é que, acertassem ou não, toda a gente levava a camisinha!
E pronto, foi decerto um dia diferente para muita gente, mas devo confessar que para mim nem por isso: como sou nudista, senti-me perfeitamente à vontade... era como se estivesse em casa...
Pedro Laranjeira
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