25 julho 2006
meu amor
meu amor. acordou sentindo o corpo. acordou sem sobressalto, sentindo a mão dele acariciando a sua barriga. meu amor. acordou sem abrir os olhos e deixou que ele a rolasse devagarinho na cama. afundou mais nos lençóis e saboreou o peso dele em cima do seu corpo. sentiu o desejo dele tão duro contra as suas nádegas na manhã branca de verão. meu amor. entreabriu as pernas e mordeu a almofada. fode-me assim de manhã em silêncio, antes que eu acorde de vez e me esqueça de como as palavras “meu amor” me sabem a doce pecado.
Depois saiu da cama, de casa e esqueceu nos dias monótonos como era morno o esperma dele jorrando nas suas costas. Voltou, muito depois, a lembrar-se do significado das palavras “meu amor” no dia em que prendeu com molas da roupa os lençóis de renda no estendal e a sua brancura lhe feriu os olhos e lhe aqueceu o ventre há muito adormecido.
foto de Helmut Newton
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Uma por dia tira a azia