Por Charlie
Passei à tua rua onde te sabia escondida atrás dos
vidros da janela.
Nos reflexos via as marcas dos lábios que querias nos meus. Sempre que eu passava punhas-te por trás das cortinas pensando não seres vista mas o azul do céu transportava-te até aos meus olhos, até ao mais fundo de mim.
Quando regressava à tarde, via as marcas acrescentadas da tua boca a reflectir no espelhado ao pôr do sol.
Soube que não querias mais beijos contra as vidraças quando um dia te despiste e deixaste as cortinas meio abertas. Assim tal e qual como tu estavas.
Não olhei!...
Gosto de despir-te com os olhos quando passas à minha rua. Atrás da minha janela vou despojando-te dos trajes enquanto as minhas mãos fazem o teu corpo.
Fecho nos olhos a tua nudez e abro nos dedos o teu querer.
Ai azul do céu!
Ai comboios a apitar!
Quem me dera ter-te agora.
Aqui, onde nos meus gestos te invento...
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Uma por dia tira a azia