10 julho 2007

Carpe Diem - por RestricteD


"Há dias num funeral reparei que uma familiar da arrefecida, menina para 40-42 anos, morena, escultural, que mesmo a chorar saíam dos poros frases como «vem-te nas minhas mamas», «morde-me»... e eu juro que o meu cérebro ouvia coisas ainda melhores quando ela se baixava para ajeitar as flores, tinha tatuado na cintura, entre o fundo das costas e o começo do rabo, esta divina expressão: «Carpe Diem».
Fantástico, divino, brutal. Não lembra a ninguém.
Imaginei a menina de quatro, eu ali... tau... coiso e... «Carpe Diem». Dá um incentivo do caraças!
Sabem o que significa «carpe diem», não sabem? Vocês sabem de certeza.
Já agora e para terminar, as letras estavam mal desenhadas e sem gosto, tortas, com dimensões diferentes... enfim, rasca.
Mas depois de meditar no assunto percebi porquê: Qual é o ser humano que perante a visão de um cagueiro fenomenal, mesmo ali à frente dos olhos, consegue manter firmeza na mão? Logo presumi que a qualidade artística é inversamente proporcional à entrega ou paixão do artista para com a modelo. É por estas e por outras que cada vez mais acredito no sexo depois da morte. Uma vida não chega.
Carpe Diem.
Dixit
RestricteD"

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É óbvio que sabemos o que quer dizer «Carpe Diem»: é quando o prato do dia é carpa!

E agora, «Carpe Diem» por Alcaide:
"Porquê... visão tão amarga e ela tão doce...
Que todas as promessas não se aliem
à vida na distância... Carpe Diem...
Não seja vida, morte... se ela fosse!

E tudo passa e corre e eu sem posse
daquilo que mais quero. Não se fiem
no que digo e jamais me desafiem,
pois sofro com o que passo! É agridoce!

Um dia estou alegre, outro estou triste,
um dia vejo o céu, outro o inferno
com esta paz em fogo que persiste.

Sempre a este querer também alterno
não querer nunca mais sonho que insiste,
conforme o amor me foge ou é eterno!"

O OrCa gosta de oder quem ode:
"Ao Carpe Diem altamente erótico do Alcaide!

se por carpa se perder em carpe diem
na prosápia de prosódia metediça
que ensandeça a sarda que se atiça
no surdo sorvedouro em que a enfiem

mas que os bardos da bruteza desconfiem
ao cuidar sem cuidados a noviça
que gritará alto aos quatro ventos "-Chiça!"
se apercebe do percebe que lhe enviem

Carpe diem - tatuar assim num rabo
é convite - é delírio - é emoção
que dirá ela então ao ver o nabo
onde ad hoc nele se lê em extensão?

Ad gloriam ele se estira ao fim e ao cabo
pois abusus non tollit usum... ora, então!

(Nota para engenheiros que não deram à língua em latim: a expressão acima, trocada por miúdos, diz-nos que o abuso não tira o uso... As outras são conhecidas, até na UI - porra que me aleijei!...)."


O Alcaide ode a segunda:

"RestricteD e o velório se findaram.
Triste. Sai de tristeza combalido.
Comoção da mulher... fui comovido,
num beijo nossas bocas soluçaram.

Que buscam suas mãos que me agarraram,
depois de nosso abraço tão perdido?
Eu nem cheguei a ser surpreendido
quando olhos espantados nos fitaram!

Ouvi «non tollit usum»... Era o poeta!
Depois, só «carpe diem»... que ele lia
a olhar aquele rabo... sua meta!

Ficamos soletrando o que escrevia,
até chegar ao fim duma punheta!
Ad eternum era foda e poesia..."


OrCa - "A São sabe que eu gosto de aplaudir a Arte, onde ela - a Arte e não a São, ainda que... - se encontre. Assim, naquele velha técnica de o fazer de costas para uma parede, que o seguro morreu de velho, cá vai mais uma vénia ao colega:

já vai funda a sonetada e então
o mais certo é já poucos cá caírem
mas ainda sendo poucos se sentirem
quanto gozo se apura na função

hão-de a nós por certo dar razão
e, os vates, 'inda mais se nos sorrirem,
de verso em verso vão até se virem
de soneto, de quadra... de escantilhão!

Há Alcaides que possuem esse dom
de a verve erguer faceira até ao céu
sem p'ra tanto terem de manchar o tom

eu cá, faço o que posso - que digo eu?
que parece que só ... odo o mau e o bom
quando o pé me descai p'rò escarcéu...

E não é que me ia passando o amável convite/sugestão do Alcaide? Claro que acho essa ideia dos copos excelente. Quem sabe, a dona São não se mete a promover esse encontro...
Lembras-te, São? Havia por aí um projecto literário e tal..."


Alcaide - "Que o vinho não fique na malga e que a ideia siga como a «Cana Verde»

Eu toco a cana verde aos sete mares,
sem grandeza que as ondas lhe levantam,
repico o cavaquinho se me encantam
palavras, poesia e bons cantares.

E soa o eco oco em meus lugares
sem espaço e sem balanços que libertam,
sem força que essas águas tanto lutam
na dança deste vira doutros ares.

E toco e mais retoco esta cantiga,
agora meu bordão é d´encanada...
Que a rusga vire e rasgue quanto siga!

Depois vem esta sede desgarrada
de beber liberdade em voz amiga,
sonhar boas palavras... qual golada!"

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