16 março 2008

Adrenalina-me


Tenho muitos defeitos de fabrico e já o meu irmão que me conhece desde que nasci me considera instável mesmo que eu rebusque a situação traumática de ele ter sido brindado com uma mijinha logo na primeira vez que me mudou as fraldas.

Sem nada debaixo da mesa estou aqui a dialogar com esta cerveja porque me afasto de cada homem quando se lhe acaba a adrenalina e não tenho paciência para os fazer pegar de empurrão mesmo que no sexo seja muito dada a provas orais como um escanção que bochecha para aquilatar a qualidade do vinho e meta as mãos na massa para levedar o cacete nosso de cada dia.

A seca começa quando como no refrão do Jorge Palma a interacção se resume a um insistente e irritante encosta-te a mim. Quando os beijos descambam para uma carimbadela e sem saliva. Quando o telefone ou as sms a desoras não cantam amanhãs.Quando o silêncio é a manta da preguiça. Quando a cópula é uma receita decorada de um livro de culinária a que não falta nenhum passinho por ser prato do dia todos os dias.

Apesar de julgar que nasce por uma questão de segurança, custa-me a proliferação deste vírus de perda gradual da adrenalina no género masculino que os deixa sem nenhum factor competitivo face ao mais simples vibrador.

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Uma por dia tira a azia