Por estes dias, um velho amigo retomou o contacto. Mandou-me um simpático mail a dizer coisas agradáveis, irrelevantes para este contexto. Há anos que não tinha notícias dele, pelo que foi com um sorriso nostálgico que recebi novidades. Um tipo afável, interessante e peculiar, este meu colega. Conhecemo-nos nos bancos da Universidade e hoje publicamente admito que ele não me causou uma boa primeira impressão! Dele apenas sabia o nome, que era meu colega e que comia a irmã!
Antes que os meus mais depravados leitores, interpretem de forma leviana a minha expressão “comia a irmã”, que mentes conspurcadas teçam pensamentos impuros, esclareço que a expressão não significa alguma espécie ignóbil de canibalismo, mas tão somente que ele e a irmã tinham relações sexuais!
É envergonhado que partilho com os meus leitores que aos dezoito anitos, um pacóvio na cidade grande, a minha primeira reacção foi de uma mal disfarçada estupefacção, pintada em tons de asco. Bem sei que era uma hipocrisia provinciana, mas a notícia fez-me confusão! Um dia, ambos ébrios, com aquela coragem que só o álcool, indignado, confrontei-o com a situação incestuosa! E a sua resposta, foi de uma eloquência que me deixou sem palavras: se o avô pode ter sexo com a avó, os tios com as tias, os padrinhos mamarem as madrinhas, se os primos ao casarem elas se tornam nossas primas e eles têm relações íntimas, se chegam a existir homens que até com a própria mulher têm sexo, qual o drama de um irmão fazer o amor com a irmã?
E que irmã, meu prezado leitor: uma cavalona morenaça, sempre com roupa provocante e um olhar felino, que nos arrebitava o órgão com um único sorriso! Uma deusa: assim uma espécie de corpinho de Odete Santos, rosto de Manuela Ferreira Leite e carisma da Ministra da Educação!
Infelizmente nunca cheguei a prová-la (e, admito que tentei, desastradamente e sem sucesso) mas ele sempre me disse, e eu acredito, que a irmã era a mais deliciosa e sensual mulher na cama em toda a Lisboa. Aliás, todo o bairro onde habitavam, partilhava dessa ideia! E era um bairro grande… Comentava-se por toda a Lisboa, que ela na cama conseguia ser ainda melhor que a mãe!
Mas regresso ao meu amigo que tinha intimidades com a irmã, para comentar a forma como os moralistas de mentes perversas olham com desdém o sexo entre manos! Se o sexo é o acto de fazer o amor, qual o problema de, para variar, fazê-lo com alguém que realmente gostamos? Não deverão uns ciosos pais ficar orgulhosos das suas rebentas, quando estas em vez de andar a correr riscos, em pensões mal frequentadas e carros mal estacionados em locais ermos, a ceder a desconhecidos a intimidade vaginal, estão no recato do lar, contribuindo activamente para a paz familiar, acalmando as hormonas saltitantes dos seus amados maninhos?
Como o meu amigo sempre dizia, naquelas noites longas que saiamos às tantas do Plateau e terminávamos a comer um caldo verde: família unida coita junta!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia