01 fevereiro 2014

«Sempre, mas hoje mais» - João

"Seja esta a mão que te percorre os cabelos e infunde paz, o ombro onde te apoias e o corpo onde te encostas. Bata o meu coração ao alcance do teu ouvido, e seja a minha respiração o único ruído suave que te embala. Sejam os meus braços aqueles que te recebem, as mãos abertas para amparar, um rosto novo de sorriso aceso para te suavizar a dor. Seja o meu silêncio preenchido de compreensão e amor, das coisas que não precisam dizer-se nem escrever-se, na tranquilidade de se saber que existe, que o pensamento está todo ali, e que mais nada, e mais ninguém, faz realmente diferença. Haja um beijo terno que viaje até ao longe que é esse perto, e recaia sobre ti como pena que o vento empurra até cair com um estrondo que ninguém sente, amparada pela Terra que se preparou para a acolher. Hajas tu, sempre. Haja eu, sempre. Haja o dia que sobrevém, com as pessoas que nos querem bem, e os rostos configurados de paz, com dedos que se entrecruzam e passos alinhados, num verde que se estenda entre o aqui e o sempre."
João
Geografia das Curvas