13 fevereiro 2014

Tempo de chuva

Thomas McKeller por John Singer Sargent (1917)

Tem o corpo muito jovem, suave, quase feminino. Apenas uma penugem  a emoldurar-lhe o sexo e a cobrir-lhe as pernas, as coxas perfeitas, morenas, atraentes.
Paga o triplo ou pelo menos assim o insinua. Quer experimentar o que o seu preenchido rol de “perversões” não tem ainda inscrito.
O D. prontifica-se. É agradável perceber que o “triplo” não será dividido por dois. O D. diverte-se de forma gratuita.
Excita-me pensar no modo como o gigantesco homem vai acrescentar o desejado à lista do rapazinho mimado e fico surpreendida com a ausência de qualquer hesitação no rapaz, nu, de sexo semi-erguido, com olhos cravados no potente pénis daquele que sorri sentado no sofá, à espera da descida da vítima.   
Coloco-me na frente do desejo. Quero ver com nitidez o sofrimento que provoca a ousadia virgem.
O pénis do D. é maciço. Tem um diâmetro invulgar e, apesar das dimensões, é perfeito. Sem intumescidas veias, grossos troncos latejantes. A curvatura é excelente e a glande toca-lhe o umbigo sem qualquer dificuldade.
O rapaz vira-lhe as costas e desce lentamente abrindo as nádegas com ambas as mãos. O D. vai guiando a erecção lubrificada até encontrar a rota que pretende. Lentamente o sexo do homem mergulha no ânus do rapaz que titubeia.
Preocupa-me o ranger dos dentes, o tremer das pernas e o amordaçar dos gritos. Assusta-me o sorriso do D. que continua a fazer desaparecer o pénis no corpo do sofrido.
Aproximo-me e sussurro-lhe:
- Se não aguentas, o D. para imediatamente.
Olha para mim como um carneiro imolado. Tenta sorrir, mas as investidas do D. não permitem expressões de felicidade pura. É dura a alegria que o homem lhe vai dando.  
- Não! Arde muito, mas gosto.
Descansa-me a coragem do empalado.
Os impulsos do D. vão abrandando. O rapaz oscila, quase suspenso, cravado no sexo que vai surgindo e vai desaparecendo agora já sob o seu comando. Procura masturbar-se, mas o pénis assustado perante a invasão avassaladora, esconde-se, tímido.
O D. encosta as costas do jovem ao seu peito e coloca-lhe os pés nas suas coxas abertas. Sempre adivinhou o que eu queria! Tenho agora a visão plena privilegiada da penetração e ao meu alcance um pénis encravado, bruto e suculento e outro assustadiço e bamboleante.
A minha mão percorre o corpo dos dois. Viaja pelos testículos dos homens até sentir o latejar inseguro do que se habituou depressa a ter o ânus preenchido. É fácil despertar a bela adormecida, porque nada faz perder o sono com tanta eficácia do que ser sacudido por marés de sexo.
Sinto-o morder os lábios, gemer, uivar e guinchar enquanto é penetrado e masturbado. Sinto-lhe o sexo endurecer furioso entre os meus dedos, o acelerar dos solavancos e percebo-lhe os testículos a subir e a contrair. O jacto de esperma atinge-me o peito ao mesmo tempo que o suspiro cavernoso do jovem em êxtase.
O D. retira o pénis e a sorrir, num manuseio rápido, ejacula encostado aos testículos do rapaz saciado.
Depois de um duche rápido vai ter de se submeter a mim.
Há que encontrar modos de esquecer a chuva! 

O cio das cerejas  - Camille