somos casas desenhadas
no confim dos ossos,
assombradas
pelos braços incandescentes
da solidão
das águas
somos braços de um céu
cujo azul não se demora,
assombrada a aurora,
e os amanheceres
do corpo
somos casas desossadas
quando o inverno
nelas mora,
assombradas pelo riso
ilusório
das bocas
somos tudo, somos nada,
vazio que se preenche
no encontro prenhe
dos olhos,
no encontro dos dedos,
e nos fantasmas
anódinos
das viagens
das palavras
somos casas abandonadas,
residentes nos uivos
migratórios
das solidões anteriores,
braços erguidos
na procura do conforto
do riso
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia