13 julho 2018

2003, Torre da Marinha - Ruim

Eu: Mãe, pai... aconteceu uma coisa.
Pai: Estás agarrado à droga? És rapatocha? Engravidaste alguma putéfia? Nesta casa, não sai um e entram três. Diz-me que és paneleiro, por favor. Antes isso.
Mãe: Zé, deixa o miúdo falar. O que é que se passa filho? Tens um namorado?
Eu: EU NÃO SOU HOMOSSEX... f#da-se. Não. Fui apanhado...
Pai: ... a levar no cu. Quem é que viu?
Eu: F#d... Ninguém levou no cu, porra. Fui apanhado pela mãe da minha namorada - repito - namorada.
Pai: Foste apanhado pela mãe da tua namorada a levar no cu?
Mãe: Zé, pára com isso. O moço está a falar a sério. Queres Halibut para pôr no rabo, filho?
Eu: Quantas drogas é que vocês os dois tomaram nos anos 80? Juro. Eu estou aqui a tentar contar algo sério que me aconteceu...
Pai: Tens razão. Teresa, deixa lá o nilas contar o que se passou. Diz, filho.
Eu: A mãe da minha namorada apanhou-nos na cama. Ela entrou em casa, não estávamos à espera. Vestiu-se, disse para eu ficar debaixo dos lençóis e foi à sala tentar distrair a mãe. Depois entrou a minha cunhada e o filho.
Só faltou o senhor da mercearia, o padeiro e o carteiro para aquilo se tornar num sketch. Eu estava aterrorizado. Ouvi passos a virem na minha direcção e agarrei-me com toda a força aos lençóis. Senti uma mão no meu tornozelo, um grito e uma enorme discussão. Ela depois voltou e disse que a mãe queria falar comigo.
Pai: E também queria levar com ele, certo? Ah, grande filho. AHAHAHAHA.
Eu: Não, pai. Disse que era uma casa de respeito e que não admitia aquele tipo de comportamento. Saí a correr cheio de vergonha.
Mãe: ...
Eu: Mãe?
Mãe: Não tenho palavras.
Eu: Mãe, só estou preocupado com ela.
Mãe: Estás a dizer que essa senhora não te deu nada para comer? Tens ali panados e há pão na despensa. Vai lá comer qualquer coisa. Não te quero ao pé dessa gente. Que falta de respeito.

#baseadoemfactosveridicos

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