30 janeiro 2019

Separar mas unir

Aquilo que os ligava era profissional.  No meio de tarefas, as conversas eram pessoais, íntimas até, devido a uma pequena mas pertinente diferença de idades, ela sabia dar -lhe conselhos. E ele precisava. Um rosto maroto, idolatrado por outras, tratado ali com respeito de quem tem uma amiga mais velha... mas com sangue nas veias. As paixões de cada um seguiam o seu curso, aquele porto seguro de ouvir e dar conselhos estava certo e não se levava nada a mal.
Uma noite ela pediu-lhe para ir ao seu encontro a sua casa. Embora estranho o convite, ele foi. E foi num ambiente aconchegado com o luar que entrava pela janela e a luz de algumas velas que ela lhe pediu para não se sentar.
Toda vestida de preto, com os seus saltos agulha, olhou para ele, e confessou que soube separar bem a relação profissional do que ia dizer.
Curioso, ficou em silêncio e ouviu: "Sinto-me atraída por ti, acho-te boa pessoa, acho-te lindo e estou curiosa, dás-me tesão".
A sua pouca experiência fez o coração disparar mas não se mexeu.

Num abraço, ela beijou-o, tocou-lhe nas costas, sentia o calor dele e uma simples conversa transforma-se numa mistura de emoções, era a surpresa, a ansiedade que acabava.
Ela olhou demoradamente nos olhos dele, depressa o conduz a um sofá onde começa a dança daqueles dois corpos. Ambos se sentiam merecedores, daquelas mãos, daquela pele, daquele momento...

O cheiro do sexo... Esse cheiro, estava lá, fez com que o atraso, fosse tão bom e tão divertido, nunca uma mulher lhe havia tocado assim, mexido assim, sem vergonhas, "selvagem" como ele apelida, nunca ela se havia sentido tão solta e ao mesmo tempo tão cuidadora...

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Uma por dia tira a azia