Lembrem-se, meninas: depois de um dia de trabalho árduo, uma refeição boa e quentinha é a segunda coisa na cabeça dele.
31 dezembro 2009
30 dezembro 2009
A Lua
ansiosa,
naquela cor
queria saber o amor.
A lua vestiu-se de vermelho,
viu-se ao espelho
em cor de coração;
queria saber como é a paixão.
A lua vestiu-se de cereja,
madura,
de quem deseja;
queria saber a gosto de loucura.
A lua vestiu-se de pêssego,
mordido,
semi-doce, semi-amargo;
queria saber a sabor de pecado.
A lua vestiu-se de trigo,
a colher,
e sonhava contigo;
queria saber sentir-se mulher.
A lua vestiu-se de madrugada,
tão nua,
deitou-se desamparada;
queria saber como é ser tua.
A lua vestiu-se de noite,
a escurecer,
negra de tristeza a tingir;
não entende o que é sentir.
A Lua vestiu-se de mim, de nada
em azul ciano
e fundiu-se deslumbrada,
ao saber-te mar, seu Rei e dono.
«Les Fleurs du Mâle»
A língua francesa é danada para a brincadeira!
Para vos aguçar o apetite, transcrevo uma dessas canções e a ilustração respectiva:
"Gnouf, gnouf, gnouf
Un jour la p'tit' Lisette
Gnouf, gnouf, gnouf comme on attrape ça!
Un jour la p'tit' Lisette
S'en revenait du bois. (bis)
En chemin ell' rencontre
Le fils d'un avocat.
Il la prend, la renverse
Sur du foin qu'était là.
Le foin était si sec
Qu'il en faisait cric crac.
Vint à passer la mère,
Qui revenait par là.
Courag' courag' ma fille,
On ne meurt pas de ça.
Car si j'en étais morte,
Tu ne serais pas là.
Ni bien d'autres encore
Que papa n' connait pas.
Et si t'en meurs, ma fille,
Sur ta tombe on mettra:
Ci-gît la p'tit' Lisette
Qu'est morte en faisant ça.
En faisant sa prière
Au grand Saint Nicolas.
Ce grand saint que les hommes,
Portent la tête en bas.
Et quand ils la relèvent,
toutes les femmes en rêvent."
29 dezembro 2009
Final de tarde
Final de tarde em Junho.
O ano (não interessa).
Inesperadamente
beijaste-me
como quem se entrega,
como se me dissesses
que sim - que nos amaríamos -
que a partir daquele momento
a nossa relação
valeria a pena.
Engano.
Não valeu a pena.
Trouxe sofrimento
e lágrimas
(não arrependimento)
e deixou-me, mesmo assim,
o sabor doce
do teu sexo em explosão.
Foto e poesia de Paula Raposo
Diálogo em verso entre o Santoninho e a Joana Well
Santoninho:
Nos teus lábios, eu descanso o meu falo...
Nos teus lábios, o descanso ele não tem...
E olhas, sem saber como acabá-lo...
E aperta-lo p'ra saber quando se vem...
Não descansas, não descanso... e sorrio,
E estremeço a cada beijo que lhe dás...
Meu corpo treme o tremor dum arrepio,
E os meus lábios sussuram "não te vás"!
Joana Well:
Lindo
Esculpindo e beijando
viajando
sorrindo
imaginando
sentindo
ai! que me findo!
Santoninho:
Não se finde, que fenece...
Etérea... subindo no ar...
E, nas nuvens, arrefece...
Num gelo frio de rachar!
Duas estatuetas africanas em madeira
28 dezembro 2009
Desequilíbrio
Em silêncio, começou a construir um castelo de cartas.
Guardou para o fim o ás de copas, que lhe mostrou antes de o colocar no topo como uma cereja no bolo ou uma estrela na árvore de natal.
Equilibrou a custo a carta final do baralho que utilizou e foi então que olhou fixamente para ela, atónita enquanto assistia à difícil construção.
Depois colocou diante do castelo um coração, equilibrado a custo com um fósforo por detrás.
Olhou de novo para ela, muito sério na expressão, e retirou da base uma dama.
E tudo desabou.
Grito
essa tua intensidade feroz
que te faz cheirar a grito!
Ah, pois bem! Agora admito
que quando me deito e te aceito
te quero assim, atroz;
e no teu grito me cito
para que possa gritar por nós.
Vem cá, agora que estamos sós
e te podes curar do que foi finito;
dá a boca fria ao beijo que o meu peito
entrega à angústia da tua voz;
faz das minhas pernas quentes foz,
desagua o rio do teu grito aflito.
«Les Pornographes - vol. 1»
Na minha colecção, tenho música em vários suportes (cassete, vinil, CD,...).
Os franceses têm um património oral e escrito riquíssimo, também neste domínio das canções malandrecas.
Este LP em vinil chegou fresquinho de França à minha colecção.
Face A
Le plus beau cul
La grosse poilue
Pompe moi le noeud
Celle du Senegalais
Ladie salope
Face B
Quand tu mouilles
Partouse car
Change pas de main
Ketch la bouche pleine
Les prenoms braguettes
E como não sou egoísta, partilho as dez canções convosco:
27 dezembro 2009
O que eu queria !
Agarrar todas as estrelas que há no céu!
E mostrar-te que o Universo é tangível,
Oferecer-te, num beijo, tudo o que é meu!
Queria ver, nos teus olhos, mil desejos...
E, nos teus lábios, palavras de loucura!
Queria encher-te a boca com meus beijos,
Deixar-te o corpo com frémitos de tremura!
Queria preencher os recônditos espaços
Onde guardas, para mim, os teus tesoiros!
E queria abraçar-te com meus braços,
Afagar, sim, os teus cabelos loiros!
Queria possuir-te numa noite de luar,
Desenhar-te, traço a traço, num esboço...
Queria, meu amor, tanta coisa pra te dar,
Queria...oh, se queria! Mas não posso...
Tatuagem
Marcas-me a vida
Como uma tatuagem,
No meu corpo
Sem reencontro,
Deixas-me num minuto
E as palavras sobram
Num livro sem imagens.
Figurante nesta peça,
Saio de cena sem alarde,
Voltando à casa
De onde nunca parti,
Perdendo-me no caminho
Do meu corpo.
Febrilmente marcas-me
Os sentidos
E deixas-me só, muda
Sem saber
Onde me encontro agora.
A tatuagem permanece,
Mas eu não....
Foto e poesia de Paula Raposo
Tintas @MissJoanaWell
Tintas: não passes por cima do castanho, o cinzento desaparece.
Tintas: de que cor é perto?
Tintas: a que cheira a tinta da cor de ti?
Tintas: pintei uma ponte da cor dos teus joelhos. Escondi-me debaixo dela.
Tintas: agora, é a tua vez. Pinta-me a roupa, para a poder tirar.
Estás a escolher as tintas, como palavras, cauteloso. Escolhi-te porque consegues jorrar, livre.
Mergulhei as pernas no teu tinteiro. Carimbei as tuas ancas, as tuas costas.
Entinteci.
O tinteiro do tempo. Branco. Mergulhei as mãos. Agarrei o teu cabelo. Envelheci-te.
Mistura bem as nossas tintas. Mas deixa linhas dos nossos tons.
Carimbei as asas no teu lençol. Mas não me deitei.
Não vês as minhas asas marcadas na tua janela. Porque ainda estou aqui. A pintar estrelas de amarelo e branco. A tingir-te.
Sou de leite, sou de água, sobre o papel; sou do leito, sou de tábua, sob o teu pincel.
Silêncio é bom quando não seca a tinta.
Sou tinta a escorrer-te em palavras. Contas as cores?
«Penicos de Prata»
"Cordas, Falas e Falos
Músicas marotas...
sonetos com garotos e garotas...
"poesias porcalhotas"!
Erotismo e Sátira!
Grandes poetas escreveram,
Os Penicos de Prata compuseram!"
26 dezembro 2009
Lume
por favor, fala;
por favor,
nunca te cales,
que a indiferença não te alimenta;
qualquer chama
é demasiado frágil
sem a lenha da palavra que a acalenta,
e fica lenta
a vida à tua volta
quando, para arderes,
os teus próprios sonhos consomes.
Lume,
por favor, estala;
por favor,
nunca desmaies,
que a apatia não te aumenta;
qualquer vela
é demasiado volátil
sem a cera macia que a sustenta
e fica tonta,
a vida nessa anoxia,
quando, para acenderes
os teus próprios desejos, implodes.
Lume,
Monte
Chamas de Vénus
ao monte que acaricias,
que beijas e mordes,
onde te enterras
e quente, te diluis um pouco;
chamarás o que quiseres,
quando as palavras
já forem poucas
- sendo o gesto tudo -
e lamberás de prazer
as entranhas desse monte
onde te vens,
perdendo até
(os tempos não mudam)
a noção de ti.
Foto e poesia de Paula Raposo
25 dezembro 2009
As Músicas de Natal Enjoam
– Além de coxo, és parvo! Coxo e parvo! É demais…
Ele abriu muito os olhos, congelou o sorriso num esgar de perplexidade e, depois de um tímido olá que lhe saiu automaticamente, limitou-se a esperar que eu continuasse.
– Anda sentar-te – disse-lhe, toquei-lhe no braço e ordenei, sem esperar por ele: – Vamos para aquele banco!
Segui em ritmo acelerado, para o obrigar a caminhar aos saltinhos para me acompanhar e dirigi-nos a um banco do jardim.
Esperei que se sentasse e recomecei.
– És parvo, não és?! – Ele olhava-me fixamente, sem expressão. – Sabes que as coisas não são assim!
– Não? O...
– Não! Claro que não. As coisas não se passam assim e ninguém te deu liberdade para dizeres o que disseste! Pelo menos, eu não dei!
Ele baixou o olhar, acabrunhado, coçou a perna manca junto ao joelho, fazendo força para fazer parar o pé que batia descontroladamente, lançou alguns grunhidos quase inaudíveis que não chegaram a transformar-se em palavras e tornou a levantar a cabeça e a olhar-me de frente, com ar derrotado.
– Vocês, os homens, estragam tudo – disse-lhe baixinho –, parece que nunca percebem nada.
Ele anuiu com um trejeito dos lábios, encolheu ligeiramente os ombros, entristeceu o olhar ainda mais, estendeu a perna manca, pois não conseguia controlar o nervoso movimento do pé e, após ganhar coragem, perguntou num murmúrio:
– Mas estás a falar exactamente de quê, Clara?
– De quê? – explodi.
– É por eu ser coxo, não é? – sugeriu ele, quase a medo.
– Coxo!? – espantei-me com a sua franqueza e desatei a rir, como se fosse engraçado, mas arrependi-me logo das gargalhadas, acho que me excedi na crueldade, bastava um riso abafado, cínico, menos óbvio, mas mais consequente. – Se todos os teus problemas fossem seres coxo da perna…
E eu disse-lhe. Expliquei-lhe quase tudo sem poupar nas palavras. Fustiguei-o sem dó nem piedade ainda que soubesse que nem tudo era merecido, se calhar, nem metade era devido. Enfim, quando me entusiasmo, quando me defendo atacando, quando quero marcar o meu terreno, quando quero que eles mostrem que me querem apesar de mim, acho que perco as estribeiras… Acho que me perco.
Mas ele era coxo e não ripostava. Tinha um olhar profundamente embaraçado e ouvia-me sem se defender, ainda que esclarecesse o que lhe dizia respeito e me confrontasse, sempre com excessiva educação, com a pouca ou nenhuma fundamentação das minhas opiniões e juízos.
No fim, envolvidos no frio do princípio da noite e no silêncio embaraçoso em que se desvaneceu o meu discurso estupidamente crispado, reduzido aos escombros dos frágeis mal-entendidos, dos vulgares juízos errados e das tristes e medrosas opiniões e preconceitos, ele repetiu, sem censura ou antipatia na voz:
– É por eu ser coxo, não é?
– Não, não é – afirmei, sincera: o olhar dele vencera-me. – Se calhar é por eu ter medo de estar aqui… De estarmos aqui.
– Podemos ir para outro lado – disse ele, com um sorriso trocista, límpido e perfeito. – Está frio…
– E a música de natal em repeat enjoa – completei, com itálico e tudo, devolvendo-lhe o sorriso.
– Vamos, Clara?
– Vamos, André – concordei, igualmente formal mas, como ele, sem desfazer o sorriso.
Ele apoiou-se levemente no braço da minha cadeira de rodas, levantou-se e pediu se me podia empurrar. Eu aceitei com um aceno.
E, mancando e rodando, fugimos do frio e das enjoativas músicas de Natal.
Cortesã (By: Florlinda Espancada)
da cor da lua, se lua me queres,
ou da cor tua, quando nua, meu Rei,
se o teu reinado me deres,
se nua em teu manto me envolveres
que a minha roupa já debotei.
Sou o nome que me chamares
o nome da louca, se louca me quiseres
o nome de ti, quando submissa te reinei,
se o teu nome me cederes,
se anónima em teu manto me teceres,
que a minha coroa já rasguei.
E agora? Terminou a peça,
sai do meu palco de estranhos;
que logo, logo recomeça
nova peça, para novos reinos...
24 dezembro 2009
Postal de natal porno da padaria
Didas
Blog Farinha Amparo, a padaria da família
Conselho da Maria Árvore para o Natal
"Vamos poupar o abate de árvores para este Natal.
Por favor usem esta!"
Maria Árvore
23 dezembro 2009
Notícia de última hora - por Fin
Em Torres Vedras, um agricultor tinha uma grande plantação de conas.
Esta noite veio um vento do caralho e fodeu-lhas todas."
Favas com chouriço!
Primeiro vieram as minhas queixas, sobre as rendas e os lacinhos que insistem em colocar na roupa interior feminina (estou para ver quando é que alguém se lembra de meter lacinhos em cuecas de homem, que agora parece que vale tudo…). Depois, veio um pequeno exemplo de coisas que eu gosto de ver, e que fazem o contraponto a esses exageros contra os quais me manifesto. Disse-vos nessa altura que é sempre mais difícil encontrar boas fotos de coisas de que gosto porque, em lingerie, se encontram mais facilmente os conjuntos exuberantes, em que as marcas apostam para promover a sua imagem.
Mas eu sou pela sobriedade, e a sobriedade nem sempre vende. Veja-se o caso da Triumph e da Helena Coelho numa lingerie vermelha exuberante. Eu não compraria aquilo para oferecer a ninguém, eu não gostaria de ter uma mulher com aquilo ao pé de mim (embora cumprisse bem a tarefa de me fazer tirar-lhe aquilo de cima depressa), e no entanto admito que é uma imagem que vende, e que se destaca bastante nas ruas, pese embora prefira, muito, o outdoor da Intimissimi que infelizmente ainda não tive o prazer de encontrar na net.
A Intimissimi tem-me proporcionado muitas alegrias. Passageiras, é certo, ainda que eu faça questão de levantar o pé do acelerador quando passo por algum dos seus outdoors, tentando dividir bem a minha atenção entre a Irina Sheik e o carro da frente. Até à data, com sucesso. A Intimissimi serve-me, hoje, para vos ilustrar aquilo que eu gosto de ver numa mulher, quando ela tira a roupa. Dir-me-ão alguns «Ah, mas o que tu gostas não é exactamente lingerie, é uma coisa mais básica, mais dia-a-dia!». Meus amigos, tratando-se daquilo que eu gosto de ver no corpo de uma mulher, podem chamar-lhe o que quiserem. Lingerie, arroz de ervilhas, favas com chouriço (esta última, para refrear ânimos, numa associação de ideias que nem todos apanharão).
Sabeis o que não vejo nestas fotos? Não vejo rendas. Não vejo lacinhos. Vejo coisas simples, em tecidos que me agradam ao tacto, e que deixam imenso espaço para fazer todos os filmes do mundo porque não ficamos zonzos com a poluição sensorial para a qual nos remetem certos conjuntos de lingerie que já vi por aí. As coisas boas são as coisas simples. A Irina, não sei se é simples. Mas é boa. Aos olhos, é. Favas com chouriço…. favas com chouriço….
Sair
de mansinho,
prometes que não dás pela minha falta?
Prometes que é verdadeira
essa ausência que me mostras agora?
Prometes?
Eu enchia a minha vida de amantes,
de sonhos, de pesadelos;
agora são pequenos,
e não mais amarrarei os cabelos.
Resto eu,
(não encontro fim)
mas este corpo não é teu
e eu não sei encher-me de mim.
Pedido de Desculpas
Reconheço que nada postado aqui é útil, que às vezes, ou quase sempre, faço piadas impróprias, machistas, racistas e nazistas. E por isso peço perdão para quem entra aqui pensando encontrar algo interessante.
Perdoem-me se posto fotos de mulheres semi nuas, ou completamente nuas. É algo que eu deveria controlar melhor. Afinal, crianças visitam esse blog.
E é por isso que, além de me desculpar, iniciarei a partir de hoje uma linha de postagens mais culturais, menos pesadas. Começando pela foto que colocarei nesse post.
Com vocês a Pont Neuf, de Toulouse, na França:
Capinaremos.com
______________________________
Santoninho:
"Donzela de rosas e violetas,
E cu lindo... a desabrochar!
És a inspiração dos poetas
Mas não apanhes tanto ar...
Sabes? É que te podes constipar
E apanhar o vírus da gripe porcina!
E aí... eu tenho de te inocular
Duas ou três doses de vacina..."
22 dezembro 2009
Sexo
Quero ouvir a tua voz,
Esse som perturbador
E sussurrante
Que me inebria e me ilude,
Transporta a minha vida
Além das estrelas.
Quero as tuas mãos
A envolver-me
O teu olhar fixo no meu,
O teu sexo em mim
A enlouquecer-me
Para além da minha vida.
Vou segredar-te
Palavras de amor,
Num riso nervoso
Da minha inconsciência,
Transportar-te nas minhas ondas,
Na espuma que transformo
Água em que me dissolvo.
Nas palavras que te segredo,
Nas tuas mãos que me envolvem
Com o teu sexo em mim.
Hoje.
Foto e poesia de Paula Raposo
A ratola perfeita - segundo o Bartolomeu
não pode trazer maleita
senão a pila está feita
e a um desgosto sujeita
A ratola que mais gosto
Dista polegada do cu
Põe a pila no seu posto
Arrecada o pescoço de peru
A minha ratola de eleição
Não é larga nem caprichosa
É como a ratola da São
Muito funda e vaidosa
Gosto de ratola que se babe
quando a minha língua a toca
Gosto de ratola que sabe
Enrijar-me bem a moca
Gosto daquela ratola ardente
Que me pede sempre mais
Com grosso lábio, mordente
Que sem falar, solta ais
Gosto de ratola agitada
Que se mexa com ligeireza
Que sugue a pila eriçada
Sem nunca perder a nobreza
Gosto de ratola doce
Sem pintelho, rapadinha
Que se esfregue e se roce
Na minha pobre pilinha
Bartolomeu
a propósito do texto «Pelo sim, pelo não, falo de pila» do Shark
Cem pequenos olhinhos
2 páginas - basta cricares em "next page" a partir da página inicial acima
oglaf.com
21 dezembro 2009
Limbo....
Uma breve aragem atravessa o espaço.
Tem o sabor morno de mãos que se sentem de olhos fechados
a meros instantes de rasar a pele.
Levemente e sem ruído, uma das abas do cortinado enche-se de ar
desdobrando-se depois num drapejo
onde todo o seu interior se espalha
sobre o sono
em lances de água à beira-mar.
Roda um pouco sobre si mesma,
a pele suada de repente tornada fria
no contacto com as línguas,
subitamente mares, que de dentro de si a envolvem.
Sente o vermelho doce que nasce nos olhos
antes do despertar e diz:
Não!...
Não desperta!
e afunda-se numa sinfonia de mãos
onde as suas são gaivotas
num céu acabado explodir
em sóis e estrelas de silêncio e gritos.
E o ar passa...
Traz o escuro morno
através do sono do corpo
em remanso
A Traição de Psiquê
“A Traição de Psiquê” é uma colectânea com textos de 37 autores reunidos numa obra de 90 páginas, com 70 textos e poemas sobre amor e erotismo.
O júri de apreciação foi constituído por Henrique Monteiro (professor e poeta), Paulo Melo-Lopes (psicólogo e escritor) e Alzira Cavalheiro (professora e pintora).
A capa (e a foto) é da autoria do designer Aurélio Mesquita.
Estes são os autores:
Adolfo Fonseca
Alice Santos
Ana Maria Mendonça
António Sem
Ausenda Hilário
Bruno Miguel Resende
Conceição Bernardino
Daniel Orge
Dinah Raphaellus
Fernando Neto
Fernando de Sousa Pereira
Florbela de Castro
Francisco Grácio Gonçalves
Glória Costa
Isabel Reis
João Bosco da Silva
João Cordeiro
João Filipe Pimentel
Joe Outeiro
José António Pinto
Luís Manuel Ferreira
Manuel M. Oliveira
Maria Escritos
Modesto Nogueira
Mónica Correia
Náiade
Namibiano Ferreira
Nazarith
Octávio da Cunha
Paulo Alexandre e Castro
Paulo César Gonçalves
Rafael Atalaio
Romeu Braga
Silvério Calçada
Sílvia Soares
Silvino Figueiredo
Vieira Calado
O Lançamento da Colectânea “A Traição de Psiquê” teve lugar no passado sábado, dia 5 de Dezembro, às 16 HORAS, na Biblioteca Municipal de Gondomar (Avenida 25 de Abril, GDM).
O evento decorreu no âmbito de uma Tertúlia de Amor e do Erotismo, promovida pela Argo - Associação Artística de Gondomar, entidade promotora do IV Prémio Nacional de Arte Erótica, em parceria com a Lugar da Palavra.
Esta obra estará à venda a partir de Janeiro em algumas livrarias do país. Até lá, todas as encomendas terão de ser feitas através do site da Editora.
Nesta colectânea estão incluídos dois poemas da minha autoria.
Maria Escritos
Blog Escritos e poesia
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Nota da rede à São (Rosas): Já comprei o livro. Uma delícia.
Nocturnus
tão fortes, porém apunhalados
até formarem ângulos agudos.
Dobrei! Pela minha alma, dobrei,
até não haver mais de mim para dobrar
e já dobrada, então te alberguei
até não ter mais espaço para ocupar;
mas não foi só depois que pensei
que não tinha com que te alimentar,
então, fome e sede te matei
com o meu corpo que afoguei
lançado a ferver no teu frio mar.
As pernas molhadas pingavam
para nunca mais as fechar
no teu suor denso a nadar
do corpo fiz taça e te transbordei.
Os 3 CDs da Rosinha já moram na minha colecção
Entretanto, na página dela descobri que a Rosinha já tinha editado mais outros dois CDs: «Com a boca no pipo...» e «Só quer é fruta».
A Rosinha é muito simpática e enviou-me os CDs com dedicatórias bem malandrecas, à imagem da sua música:
«Com a boca no pipo...» - "À São Rosas que também gosta de pôr a «boca no pipo». Ah! Ah! Ah! Rosinha"
«Só quer é fruta» - "Para a São Rosas que é uma bela malandra. Só quer é fruta. Rosinha"
«Eu levo no pacote» - "São, afinal sabes apreciar que «levar no pacote» também é bom. Beijo, Rosinha"
«Eu [Rosinha] levo no pacote»
E siga o baile!