Primeiro vieram as minhas queixas, sobre as rendas e os lacinhos que insistem em colocar na roupa interior feminina (estou para ver quando é que alguém se lembra de meter lacinhos em cuecas de homem, que agora parece que vale tudo…). Depois, veio um pequeno exemplo de coisas que eu gosto de ver, e que fazem o contraponto a esses exageros contra os quais me manifesto. Disse-vos nessa altura que é sempre mais difícil encontrar boas fotos de coisas de que gosto porque, em lingerie, se encontram mais facilmente os conjuntos exuberantes, em que as marcas apostam para promover a sua imagem.
Mas eu sou pela sobriedade, e a sobriedade nem sempre vende. Veja-se o caso da Triumph e da Helena Coelho numa lingerie vermelha exuberante. Eu não compraria aquilo para oferecer a ninguém, eu não gostaria de ter uma mulher com aquilo ao pé de mim (embora cumprisse bem a tarefa de me fazer tirar-lhe aquilo de cima depressa), e no entanto admito que é uma imagem que vende, e que se destaca bastante nas ruas, pese embora prefira, muito, o outdoor da Intimissimi que infelizmente ainda não tive o prazer de encontrar na net.
A Intimissimi tem-me proporcionado muitas alegrias. Passageiras, é certo, ainda que eu faça questão de levantar o pé do acelerador quando passo por algum dos seus outdoors, tentando dividir bem a minha atenção entre a Irina Sheik e o carro da frente. Até à data, com sucesso. A Intimissimi serve-me, hoje, para vos ilustrar aquilo que eu gosto de ver numa mulher, quando ela tira a roupa. Dir-me-ão alguns «Ah, mas o que tu gostas não é exactamente lingerie, é uma coisa mais básica, mais dia-a-dia!». Meus amigos, tratando-se daquilo que eu gosto de ver no corpo de uma mulher, podem chamar-lhe o que quiserem. Lingerie, arroz de ervilhas, favas com chouriço (esta última, para refrear ânimos, numa associação de ideias que nem todos apanharão).
Sabeis o que não vejo nestas fotos? Não vejo rendas. Não vejo lacinhos. Vejo coisas simples, em tecidos que me agradam ao tacto, e que deixam imenso espaço para fazer todos os filmes do mundo porque não ficamos zonzos com a poluição sensorial para a qual nos remetem certos conjuntos de lingerie que já vi por aí. As coisas boas são as coisas simples. A Irina, não sei se é simples. Mas é boa. Aos olhos, é. Favas com chouriço…. favas com chouriço….
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