03 outubro 2004

Da Função, do Órgão e da Mão

(Num breve desvio do meu retiro espiritual, a São convenceu-me a vir até cá chatear a paciência dos estimáveis leitores... Enquanto artesão, resolvi dar o ar da minha graça, com um elogio às manufacturas - claro que, tendo dado o ar, achei por bem guardar o resto...). Então, cá vai:

Escapa, célere, a nossa vida nesta inércia
Mesmo sem querermos atraída pelo chão
Com gravidade, mas também sem controvérsia,
Por cada órgão já cansado da função

Assim, amigos, se é a função que faz o órgão
O mesmo órgão à função não faz igual
Importa então consolidar esta opção:
Ter da função a perspectiva horizontal

Seguir em frente nos caminhos mais estreitos
Mantendo em pé cada aventura e cada sonho
Fazer cumprir por cada órgão os direitos
Para adiar esse cair ao chão tristonho

Há que hastear em alto mastro esta bandeira
E hasteá-la sem descanso em cada dia
Será, quiçá, p’ra nós mortais essa a maneira
De se adiar a fatal queda com alegria

E mesmo quando a vida parece adversa
Há que saber contrariar a disfunção
Procurem bem que nem sequer é controversa
Por vezes está perto de vós, na vossa mão.

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