28 outubro 2004

Promessas...



Estava desconsolada
Sentia já murcho o instrumento
Que batia em retirada.
Sentou-se na cama, perguntou-lhe:
- Acabaste? É só isto?
Onde está o paraíso
Que parecias prometer?
Ele admirado, cabisbaixo
Ainda a recuperar do acto
Perguntou-lhe arfando
Cansado:
- Não foi bom para ti?
Não atingiste o orgasmo?
Não sentiste prazer?
Olhou-o, levantou-se da cama
Olhou o falo murcho, ridículo
E respondeu-lhe irada:
- Eu já devia saber
Que quem muito se gaba do que tem
Quem muito diz que faz
Só tem língua e mais nada!

Foto: Victor Ivanovski

Encandescente

E o OrCa fez um comentário de comentador sem contraditório:

Semeou a tempestade... e colheu só leve brisa
Gritou alto e com ardor... e só murmúrio se ouviu
Trouxe fanfarras e luzes... e nem tirou a camisa
Prometeu noite de amor... e foi um ar que lhe deu

Vã glória de cobrir, triste estultícia
P'ra quê prometer o mundo, para quê tanto sarilho?
E dirá a pobre amante em trejeito com malícia
Ter na boca a dinamite... e, afinal, nem ter rastilho!

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