12 outubro 2004
Surpresa
Saiu para almoçar, reparou que tinha começado a chover e não tinha guarda-chuva. Caminhou junto às montras para se abrigar.
Parou.
Numa, um manequim com uma saia comprida. Sorriu.
Entrou na loja.
Viu-se ao espelho assim vestida, a saia longa quase a tocar os sapatos.
Ajeitou-a na cintura, alisou-a nas ancas, viu o modo como lhe moldava as pernas.
Antecipou o momento em que entraria no gabinete e ele a veria, a surpresa quando ela, pegando-lhe na mão, o sentasse na cadeira e devagarinho se sentasse, se ajeitasse no colo/corpo dele.
Os movimentos de amor.
As mãos nas pernas dela acariciando, puxando-a.
Os gemidos abafados para que através da porta, das paredes finas do gabinete, um entre tantos gabinetes cheios de gente, não se ouvisse som algum e nada denunciasse o amor que acontecia.
Olhou-se mais uma vez. A empregada da loja perguntou, estranhando:
-Leva a saia vestida?
Acenou um sim, enquanto pegava no telefone e dizia:
-Meu amor, vou ter contigo. Tenho algo importante a dizer-te...
Foto: Lutz Behnke
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Uma por dia tira a azia