23 outubro 2004
Desconhecidos na noite
Alice, João.
A amiga apresentou-os assim, enquanto ela despia o casaco.
A respiração dele no ouvido quando lhe beijou o rosto, sobrepôs-se à música dos Skunk que ecoava no bar.
Quando descobriu o olhar dele soube.
Aceitou o convite para a levar a casa.
- Vamos dar uma volta? - disse ele, já sentados no carro.
- Vamos. - respondeu, afundando-se no banco ao lado.
Num semáforo vermelho da cidade adormecida ele estendeu a mão e tocou-lhe o rosto.
Ela fechou os olhos, roçou a pele naqueles dedos, virou-se e com a língua provou a palma da mão que a tocava.
Pousou a mão no colo dele, enquanto ele conduzia, sentindo, antecipando a dureza que a penetraria.
Ele suspirou.
Um local ermo, com árvores.
Encostou-se ao carro. Olhou-o.
A mão dele na camisa desabotoando os botões que o impediam de chegar à pele.
Sentiu a saliva no peito, o vento nos cabelos, o desejo no sexo.
Ele levantou-a. Deitou-a no banco de trás, subiu no corpo dela até afundar o rosto ali, onde o desejo palpitava.
- Faz amor comigo.
E arqueou o corpo quando ele lentamente entrou nela.
- Não venhas ainda, espera! - exigiu arquejante quando sentiu que ele estava quase no orgasmo.
Amou-o então só com os músculos do corpo, em movimentos imperceptíveis, até se esgotarem um no outro, um ao outro.
- A minha mulher volta amanhã com as crianças. - despediu-se ele quando a deixou à porta de casa.
Ela soltou uma gargalhada:
- Quem disse que te queria ver outra vez?
Foto: Howard Schatz
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Uma por dia tira a azia