Há na vida semelhanças que são em tudo diversas
Que fazem a gente tanta deixar-se ir em tais conversas
Sem cuidar de se apurar da vida as razões dispersas
Vem ao caso a reflexão colhida em trato de enganos
De sermos nós tudo quanto de nós faz o passar de anos
Mas sermos feitos também de quanto passa pelo ânus
Os anos lá vão passando assim construindo a vida
Enquanto passam pelo ânus desperdícios de comida
A que o tracto digestivo entendeu não dar guarida
E quando eu ouço dizer que esta vida é uma merda
Embaraço-me a saber se o que esse alguém sobreleva
Será mero desabafo de uma vida em triste perda
Ou se nele ressalta apenas o que o ânus não conserva
Por estas e outras questões que a filosofia apura
É que o homem descobriu na vida diversa andança
E se aos anos passantes não altera a contradança
Já ao ânus pelo contrário lhe dá diversa andadura
Afinal o que resulta desse lento passar de anos
É a margem de prazer que alcança a criatura
E pelo ânus colher o prazer de que falamos
Será apenas também mera questão de postura
Por certa fica a certeza de que o tal doce remanso
Neste suave balanço de uma vida bem levada
Se nem a todos agrada... certo é ser um descanso.
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