20 dezembro 2004

Sem jeito

foto:David Vance

Tento prender-te numa quadra
Mas mesmo apertando-te
A quadra é pequena para nela te prender.
Tento então um soneto
Mas fico eu num aperto
Porque não sei escrever sonetos,
Têm uma métrica estreita
E desisto da empreitada
De escrever um soneto
Ou prender-te numa quadra.
O melhor é mesmo um poema corrido
Livre, irregular sem sentido
Sem linhas alinhadas, trabalhadas,
Atabalhoado como é o desejo
Que arrumado já tu estás no meu peito,
E para quadras ou sonetos
Eu não tenho jeito.

(Para a São)
encandescente

O OrCa ode sempre que tem um ataque de ciúmes:

Não te prendas no soneto
Ou até na fraca rima
Porque te encima a veneta
De dares à São a estima

Daqui de longe te afirmo
Do meu estro imperfeito
Que o teu empenho confirmo
No versejar escorreito

Há assim incandescências
Que mal se vêem no olhar
Mas que são mais que evidências
Que apuras no versejar

(Então, a mim, mal me venho à Funda São logo me dá p'rà rimação...)

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