Estou numa praia de areia branquíssima. O mar é de um azul tão nítido que nem os imensos raios de sol o tornam verde. Nisto, aparece um príncipe, loiro como todos os príncipes dos contos de fadas.
Olha-me nos olhos e como numa descarga eléctrica cola-se a mim. E beija-me. E afaga-me o cabelo, descendo um dedo ao longo do meu pescoço. E aperta-me contra a sua carne para deixar escorregar as mãos ao longo da coluna vertebral até pousarem nas minhas nádegas, enquanto dançamos descompassadamente, ventre contra ventre, ao som de «Lucy in the sky with diamonds».
O príncipe beija-me lânguida e profundamente que até sinto a sua língua a desenrolar pelo meu esófago, atravessar-me o estômago, penetrar-me o útero e sair pela minha vagina para me fazer cócegas no clitóris. É então que o príncipe se transforma num gigantesco favo de mel que eu lambo de alto a baixo até à última gotinha, absorvendo o conteúdo de cada poro salgado.
E depois, como num desenho animado, eu torno-me a areia da praia e o príncipe transmuta-se em mar azul a desenrolar as suas ondas de espuma. Passado um segundo, ou um minuto, ou umas horas, retomamos as nossas formas habituais embora os nossos cristalinos tenham ficado azuis, de um pigmento tão nítido como o mar.
O príncipe loiro acena-me e num clique esfuma-se no espaço surgindo no seu lugar um indiano a abarrotar de canudinhos de rosas que me pergunta «Quer frôr?».
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Uma por dia tira a azia