A AMIZADE INSTANTÂNEA É UMA BELA AVENTURA
Depois da pornografia, a comida. Depois do alimento sexual, o alimento do estômago. Um pequeno grupo da funda São andou às compras no Salão, viu o que tinha a ver e depois emigrou para Carcavelos, para o restaurante “Estrela do Mar”, onde mais de uma vintena de convivas apreciou um agradável repasto, num bom ambiente, sob a batuta da nossa São Rosas.
Houve hino, houve guitarradas da nossa São, numa organização espectacularmente respeitável. Até havia a letra dos temas musicais a correr na parede, tipo karaoke. Muitos e bons temas que levaram um tratamento especial. Ou seja, fodas e guitarradas, enquanto na sala do lado se celebrava um aniversário.
Bebeu-se e comeu-se de tudo um pouco e falou-se de temas muito importantes para o futuro do país. Viram-se as fotos que este vosso escriba lá foi desenrascando do festival (ainda apenas em papel e só dos primeiros dias). Já com a madrugada a piscar o olho a Domingo, uma dezena de convivas resolveu fazer uma espécie de “Woodstock de praia”.
Todos à volta do computador do Jorge Costa, ouvimos temas musicais verdadeiramente notáveis e rimos a bom rir com alguns sketches do “Gato Fedorento”, com Ricardo de Araújo Pereira e Zé Diogo Quintela a brilhar tão alto como as estrelas do céu.
Na praia, apenas mais um casal, deitado na areia, a contemplar essas mesmas estrelas. E nós por ali, a saborear uma cálida madrugada de Verão, sem arrastões de nenhuma espécie em perspectiva. Ou melhor, somente um arrastão. Porque nos deixámos arrastar para uma amizade instantânea, daquelas que se cozinham via Net e depois explodem como borboletas de meiguices.
A malta bebeu espumante, comeu o farnel que o Jorge Costa simpaticamente trouxe e havia alguma coisa de inexplicável na atmosfera: aquele sentimento indecifrável de que ainda é possível criar laços entre as pessoas, que a sintonia existe como por magia, que o mundo faz sentido.
É isto possível com gente que frequenta salões de sexo e vê pornografia, sem grandes complexos?
Se conhecessem os “cromos”, por certo descobririam que por baixo de cada pornógrafo há uma tonelada de ternura à espera de se evaporar.
Digo eu, que senti viável a utopia matreira da fraternidade num mundo cheio de contracurvas do destino.
Bem-hajam pelos olhares de uma madrugada de Julho.
Ou será que tudo não passou de um sonho de uma noite de Verão?
Talvez não seja preciso que William Shakespeare nos venha beliscar.
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