O Charlie foi acusado de ostracizar a Maria. Ao abrigo do direito de resposta, ele ode:
"Jamais seria capaz de tamanha desfaçatez.
Se há coisa que gosto é de uma bela ostra aberta.
Como a natureza fez.
Sem outro enfeite aromático que não seja um pingo citrino.
A atiçar o desejo de uma língua gostosa, que após a salivação inicial lhe toma todo o corpo em lances de interioridades abrindo, isso sim.
Vontades de sabor e continuar as aberturas...
E provando sempre mais e mais mar e limão
Sentir o conforto de num golpe de mão
Engolirmos com elas o gozo das funduras
Charlie"
A Maria abre a concha e mostra que sabe:
Das Ostras, já o sábio
dizia, e com razão:
- Mais vale uma ostra no lábio
do que uma casca na mão...
Por isso manda a sageza
abrir a casca sem medo
Deixar pingar a ostra é destreza!
Lamber o pingo... é o segredo...
O Charlie ode esta sabedora dos segredos da dita:
A mulher, esse Ser sensível
Dos saberes, nem se suspeita
Tem na ostra, a parte visivel.
Das funduras de que é feita
Todo elas em areias
em espumas e ondeares
Mergulhamos toda a vida
Não lhes terminamos os mares
Um eterno de sabores
Infinitos em gostosuras
Sonhos línguas e suores
traz a Ostra das funduras
E é tudo o que se quer
quando um pingo alí à mão
Nos traz sonhos de mulher
Mar e sal em gosto de limão
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