Experimentei o morder dele no meu ombro.
Primeiro gostoso e depois com mais força, arrepanhando-me a pele numa prega fina entre os incisivos.
Acre como uma agulha, pensei. E senti-me ligeiramente incomodada. Sem acordar em pleno reagi movendo-me. Mas ele aproximou-se mais de mim. O calor do seu corpo embalou-me e deixei-me afundar durante um instante mais nos braços de Morpheu.
As suas mãos começaram a explorar o meu corpo que era um joguete para ele e a minha consciência pendulava entre o limbo e o sonho. Estava deitada de lado e senti como ele pôs uma perna sobre mim, como as suas mãos tinham posto os bicos dos meus peitos entumescidos, como desciam e como agora explorava o meu umbigo deixando-me arrepiada. Contra o meu corpo sentia agora a pressão da expressão máxima da sua virilidade. Ele desceu mais e continuou. Eu por mim era apenas um frágil barco de papel navegando no infinito lago de desejo que era o dele. Quis dizer não mas não me saiu qualquer som.
Tocou nos meus lábios com os seus.
Não gostei da sensação. Estavam secos! Terrivelmente secos!
Acordei num sobressalto, num breve instante de consciência, mostrando a crueldade da realidade nua.
Ao meu lado não estava ninguém. Ele havia saído de casa havia já meses...
Deixei-me afundar novamente no sono. Senti ainda uma comichão no ombro.
- Um mosquito - pensei, enquanto coçava já quase entregue ao mundo dos Deuses.
Ainda antes de mergulhar dentro de mim, desci com a mão procurando-me e voltando a encontrar o príncipe dos sonhos como aquele com que, momentos antes, tinha interrompido o encontro...
Charlie
O Mano 69 adora dar conatinuidade:
"... com o meu querido bichinho de estimação, que eu fazia questão de sempre me acompanhar na solidão do leito. O massajador eléctrico ainda ronronava. Acariciei-o, senti-o duro e firme, disponível, sempre disponível para tudo. Num instante, um «flash-back» desenrolou-se à minha frente, recordando o dia em que o vislumbrei numa venda por catálogo que inopinadamente tinha aparecido na caixa do correio, o frémito do preenchimento em letra de imprensa e com caneta preta do pedido de encomenda, a colocação no marco do correio do pedido e o aguardar, por largos dias, da chegada do eleito. Até que, numa manhã de neblina cerrada e onde os alvores do Inverno já se faziam sentir, o funcionário da empresa Correio Expresso trouxe o embrulho anódino no seu invólucro normalizado. O «zezinho», petit-nom do meu massajador pessoal, tinha finalmente chegado à minha existência terrena!
No entanto, e de um momento para o outro, o estado de semi-sonolência em que me encontrava foi abruptamente interrompido pelo «zezinho», que passou de um agradável torpor para um imobilismo avassalador. Abanei-o, tentei encontrar nele uma réstia de vida, um recomeço. No entanto o meu amigo íntimo jazia como que... o singular do particípio passado de matar perpassou pela minha mente, enrolou-se na minha boca mas não consegui exprimir o adjectivo.
Levantei-me rapidamente e procurei o carregador automático que alimentava as pilhas recarregáveis dos meus sonhos carnais induzidos. A solução encontra-se perto e bom caminho. Procurei com um olhar inquisitivo o luzir de um led vermelho na penumbra do quarto, que se materializava num carregador eléctrico que continha mais duas recargas (do tipo AAA Ni-MH 1.2 V) prontas a entrar no tubo oblongo, frio num primeiro instante, mas que mercê de uma prática reiterada rapidamente fazia tocar a rebate os sinos e soltar as torrentes de magma ardente. Uma sensação como que... uma lagosta, sem tirar nem pôr!
To be conatinued"
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Uma por dia tira a azia