24 maio 2006

Engano! - por Alcaide

Não era alta e tinha um ar trigueiro
Redonda sem ser forte mas bem feita
Pernas compridas uma cinta estreita
Forma perfeita era aquele traseiro

Olhava com ar lânguido e matreiro
Olhos pequenos que pintura ajeita
Boca escarlate onde uma língua espreita
Seios nunca vistos em mundo inteiro!

O sorriso traduzia altivez
Flor bem tratada num canteiro farto
Que embelezava a rua desta vez

Quero esta beleza!... P'ra ela parto!
Aquela voz de homem... que mal me fez!
"Filho! Sou travesti... vamos p'ro quarto?"

Alcaide

O Nelo não perdeu a oportunidade para oder uma «melher»:

"É já çabia cu Alcagoita
Era home cá dus méus.
Xprementou a coiza louca
E çubiu inté ós céus

Diz lá intam Melhér
Cumo curreu a funsão
Conta lá cumo quiseres
- Foram-tó trazeiro, não?"

O Alcaide ode ao abrigo do direito de resposta (restante):

"Estava descansado a trabalhar
E não dei pela entrada do rabeta
Que mansinho me volta a versejar
Se levei no cu como ele... a treta.
Só te digo: o travesti era teu par
Dele fugi depressa. Nem punheta!
Dá-me nojo e repulsa a relação
Entre homens. Nem pensar em pôr a mão!

Deves ter esse cu como um pandeiro
Infecções, hemorróidas, pouca vida...
Talvez sejas exemplo, paneleiro
Dessa promiscuidade que traz Sida
Extremo vício sem cuidado inteiro
E aos incautos criam perigo p'ra vida
Serviço público à funda é fazê-lo
Com camisinha... mas lá dentro o Nelo!"

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