Era uma espécie de ursa preguiçosa. No inverno, hibernava. Fechava-se em casa e no seu egoísmo. O gozo era só seu. Vinha-se infalivelmente e não sentia falta de ninguém.
Mas quando o sol começava a fazer despertar os dias, saía para a caça. Faminta de carne fresca, a pele eriçada pela expectativa, as pulsações a denunciarem-lhe a presença, o cheiro, ai o seu cheiro, de tal forma intenso que mal tinha tempo para escolher a presa. As presas escolhiam-na a ela, a esta ursa faminta.
Depois era onde calhasse, onde fosse mais perto, que os devorava enquanto eles se iludiam pensando que a pirâmide estava invertida.
Com eles, os caçados, não se vinha. O orgasmo era só seu. Fodia-os enquanto lhe apetecia e só depois, de novo no seu egoísmo, se vinha.
Infalivelmente.
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Uma por dia tira a azia