08 julho 2006

Preliminares* - por Charlie e Papoila Rubra

Já uma gaja não pode brincar que se vêm logo com conversas sérias:

"O mais interessante dum relacionamento é a aventura dos preliminares.
Começar com o olhar, o aproximar lento, os aromas dos corpos a tomar conta dos sentidos. Os lábios a descobrir-se e a afundar...
Quanto mais tempo melhor. Devagar, que a pressa não é boa conselheira. Quase em simultâneo vêm as mãos, eternos navios a desbravar os segredos dos corpos...
A temperatura a subir e a tempestade a tomar forma...
Deixem que o tempo se encarregue de disparar os raios e os trovões.
Não tenham ânsias de terminar a viagem.
Voltem costas ao porto de abrigo e deixem-se afundar nas eternidades dos espíritos perdidos nas tormentas.
Afinal, as fragilidades dos nossos navios de madeira e velas rasgadas não cabem nos espaços frios e exíguos de um micro ondas...

Charlie"



"Adoro que me surpreendas
e te aproximes pé-ante-pé
e me agarres por trás
e me segures pela cintura.

Adoro que as tuas mãos

em frenesim
descubram os meus contornos
percorram minhas coxas
acariciem minhas nádegas
e levantando-me a saia
encontrem a minha nudez
por dentro da roupa...
E depois
ser apertada com força
no peito
dentro do abraço
desses teus braços fortes e grandes
onde os meus seios
encaixam e preenchem as tuas mãos
enquanto ofegante

roço meu rosto no teu
sentindo o sangue a ferver
sob a pele ruborizada
sentindo o picar da tua barba
deslizando no meu pescoço
nos meus ombros
que o teu queixo desnuda...

É tempo de não adiar mais
de me fazeres rodar
de unir minha boca à tua
de respirar o teu ar
de colar todo o meu corpo no teu
em bicos de pés
num ajuste perfeito
sempre possível
entre o côncavo e convexo...

É tempo da tua mão
encontrar o meu sexo
e sem mais delongas
medir-lhe a profundidade
sentir-lhe o calor
aumentar-lhe a humidade
triplicar a velocidade
fazendo-o transbordar
repetidamente
todo o prazer
por não conseguir suster mais
acontecendo assim e apenas
o primeiro dos muitos orgasmos
que me farás sentir...

Já nos adivinhamos.
Vem... Eu sei que será assim...

Papoila Rubra"

E em verSão mais... mecânica (como diria o George Coast):

"preliminares = ZERO

Quando eu estou sozinha
A contas com o meu «lilás»
Nunca há preliminares
É logo... zás... zás... trás!...

Quando a ele eu recorro
É por estar mesmo à rasquinha
Com a dor no baixo-ventre
E muito mais que molhadinha...

Por isso não há esperas
E logo num arremesso
Movimento-o bem rápido
Sempre desde o começo
Apressada «bato» então
Uma, duas, três ou quatro...
Só páro se treme a mão
ou quando me dói o braço...

Com o lilás sinto bem forte
O gozo de ser mulher...
Acho que tenho sorte
nos orgasmos que quiser...

Obedece quando mando
e nunca se queixou do nome
não tem pilhas, nem comando
o meu homem de silicone

Por isso não há humano
Que vença o meu lilás
É sempre uma fervurinha
É pegar e... zás... zás... trás!...

Papoila Rubra"

George Coast: "Se é para ser a sério... então lá vai: Mas ele existe no planeta alguma coisa que se assemelhe aos preliminares de duas almas que perdidamente se amam? Eu tive um preliminar que durou 11 meses! Alguém aqui (ou ali) imagina o que vale um preliminar assim?
A queca que lhe acabei por dar... foi isso mesmo, uma queca (preciso de amenizar isto, senão fica sério de mais).
Mas aquele início de tudo, tenho eu a certeza que poucos terão tido... um semelhante.
A Sãozinha diz (e muitos outros dirão, é claro) e eu também partilho: Melhor do que a viagem, é muitas vezes a preparação da mesma.O que não se «goza» a preparar uma viagem, não é? E muitas vezes, chegados ao destino...
Agora imaginem preparar uma «viagem»... 11 meses?!
É que hoje em dia e na verdade só me lembro da preparação. Da «estadia»... já nem sei como foi!"

* para dizer esta palavra até se enrola a língua... e isso é bom... hmmm...

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