10 julho 2006

Sonetos luxuriosos de Pietro Aretino


A editora Guerra & Paz publicou os Sonetos Luxuriosos de Pietro Aretino, que foram originalmente escritos para acompanhar desenhos eróticos de Giulio Romano. Esta obra foi perseguida pelo Vaticano. Actualmente, só se conhece um exemplar completo da obra numa colecção particular e uma das gravuras, conservada no British Museum.
Esta edição publica o texto original (em italiano) e respectivas traduções pelo poeta brasileiro José Paulo Paes. Apresenta duas capas opostas: uma para o sonetos e outra para excertos ilustrados com fotos actuais (de gosto questionável, mas enfim).
Aqui têm um dos sonetos, para vos aguçar a tusa:

Fottiamici, vita mia, fottiamici presto,
Poi che per fotter tutti nati siamo,
E si el cazzo ami tu, la ponta io bramo,
Chè il mondo saria nullo senza questo.

Se dopo morte il fotter fosse onesto,
Direi: fottiamici tanto che moriamo,
Chè di là fotteremo Eva ed Adamo,
Che trovorno il morir si disonesto.

Veramente egl'è ver che se i furfanti
Non mangiavan quel pomo traditore,
So ben che si fottevano gli amanti.

Ma lasciamo le ciance e sino al core
Ficchiamo il cazzo e fa che mi si schianti
L'anima, che nel cazzo or nasce or muore

E si possibil fore
Vorrei por nella potta anche il coglioni
D'ogni piacer fottuti testimoni
.
Fodamos, meu amor, fodamos presto,
Pois foi para foder que se nasceu,
E se amas o caralho, a cona amo eu;
Sem isto, fora o mundo bem molesto.

Fosse foder após a morte honesto,
"Morramos de foder!" seria o meu
Lema, e Eva e Adão fodíamos por seu
Invento de morrer tão desonesto.

É bem verdade que se essestratantes
Não comessem do fruto traidor,
Eu sei que ainda se fodiam os amantes.

Mas caluda e enfia-me sem temos
Esse pau que à minha alma, em seus rompantes,
Faz nascer ou morrer, dela senhor.

E se possível for,
Quisera eu pôr na cona estes colhões
Que de tanto prazer são espiões.


O João Mãos de Tesoura diz que "a tradução não tem nada a ver com o poema", mas o Falcão responde em verso:
"Bem ou mal traduzido
podemos chamar-lhe poema
e da forma como for lido
a todos agrada o tema

Tema de paixão e amor
de enlaces fortes, carnais
onde não se fazem favores
e o prazer é sempre mais

Se não foi para foder
que a este mundo viemos...
Foi então só para comer?
E ao tesão... o que fazemos?!"

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