28 fevereiro 2010

Um copo


Um copo. Um brinde.

Vens?
Ficas?!

Um copo e a incerteza,
o brinde e a não certeza...

Vamos?!
Claro.
Ficamos?!
Não sei...

Este copo e este brinde
é por ti. Por aí,
pela certeza da incerteza.

Pelo brinde certo
do copo que não fica...

Foto e poesia de Paula Raposo

Estremecer

Estremeço, sim, amor? Eu estremeço, lembras-te? E estremecer, ainda te lembras do que é estremecer? Já conseguiste perder-te assim, sem mim? Já fizeste voar mais gemidos e suspiros? Já mais alguém apanhou os teus do ar e os prendeu nos cabelos? Devia ter-te agarrado bem, bem no meio das minhas coxas, fincado os pés nas tuas costas; devia ter parado esse teu vai-vem - esse erotismo triste sulcado de um eminente ir - ficavas num eterno vem, num constante vir. Ficar mudo, ainda te lembras de ficar mudo? Tantas palavras rebentavam a voz, não existia palavra para tantas palavras. Paravas e eu abria os olhos; paravas para eu abrir os olhos e enchias os teus de mim, da pele das minhas pernas escancaradas para olhares por mim a dentro; nem olhos nem pernas, só janelas e tu no interior de mim - em casa. Já entraste mais, amor? Ainda sabes o que é entrar? É estremecer.

Vamos ao cinema mudo (não, não é cine mamudo!)


Filme porno francês dos anos 20 do século XX

Eureka!


crica para visitares a página John & John de d!o

27 fevereiro 2010

Amor, tenho um vazio um bocadinho mais vazio.

Amor, tenho um vazio um bocadinho mais vazio.
Podes encher-me um bocadinho? Larga-te,
como um homem se deve largar, bem no centro
das minhas coxas e o meu vazio enche-se de cio.

Amor, tenho um vazio um bocadinho mais vazio.
Podes encher-me um bocadinho? Perde-te
como um homem se deve perder, bem cá dentro,
dentro e fora, mendigo e senhor, rei e vadio.

Tenho um vazio um bocadinho mais vazio, amor;
não creio que seja frio, não creio que seja calor.
Podes encher-me um bocadinho? Cala-te
como um homem quando se deve calar, senta-te
como um homem se deve sentar; despe-te;
não creio que seja prazer, não creio que seja dor;
é este não ser a quase ser que se expandiu
num orgasmo ensurdecedor que nem se sentiu.


O Charlie não pode ouvir falar em amor que ode logo:

"Amor, a caminho, vou andando esconso
de odres fartos e colheita grossa.
Ao pé da horta a besta descanso
enquanto manso te toco à porta

Espreito p'la nesga, o brilho da sala
mas na horta as uvas que a vinho exalam
Levam-me a lingua em pistas molhadas
primeiro p'lo caminho onde as mãos ja lavraram

E entro na sala, primeiro um dedo
a mão trabalhando, na porta quase a medo
E volto a sair, fingindo envergonhado
para voltar depois já de dedo duplicado

E já não é dedos, é tudo mão, uma, duas
a sala de portas abertas e nuas
estremece o solo, a terra mãe quente
afoga-me as mãos, no seu fluido fervente

e não há mais frio nem vontades de nada
nem outro desejo que beber tudo à farta
e retiro as mãos de copo quase meio vazio
que outro cheio já volta, num farto avio"


O Bartolomeu não se lhe fica (mas vai) atrás:

"Amor, como os os teus vazios são três
E o Charlie se encarregou de um deles
Abre bem as tuas coxas, agora é a minha vez
Vamos tirar-te o frio, com o agasalho mais belo
Cobrindo-te com altivez
Com o nosso casaco de peles
Abre para mim o caminho que leva ao teu castelo
Deixa que te tome as muralhas e te fure a porta d'armas
Que te conquiste o paiol e te invada o dossel
Que viole as tuas aias
E o teu mordomo Manel
E no fim... ainda de bandeira hasteada
Cantaremos o belo hino, dos três da vida airada!"

Arre, burro!

A aquisição mais fresquinha da minha colecção veio do Reino Unido: um colar com uma cena retirada da obra «Canterbury Tales» (contos da Cantuária), de Geoffrey Chaucer.


Colar «Canterbury Tales»

Balada das Duas Mocinhas de Botafogo

Botafogo, bairro carioca dos casarões antigos, das colegiais em flor... e do cemitério. Duas irmãs como só Vinícius de Moraes viu.




Link directo para o filme aqui.

Dia de Sol!

Da série: Sendo um desgraçado em um único passo.


O bronzeado final vai ficar uma maravilha!

Capinaremos.com

26 fevereiro 2010

Pequena Carta da Vulva às Tuas Falanges

Procurei-te aquando o teu torso estava côncavo.
Onde as minhas fantasias se desnudaram e rebentaram.

Perguntei-te, na vertigem do espasmo sísmico, onde eu e tu nos tornamos visíveis.Unidos. Preciosos.
Será apenas um clarão dos centros ou nos meus delírios de fêmea?
Saía ardente, de onde se avassalam os desejos contínuos. Nas falanges. Suor. Carne que vibra dentro em mim. De baixo. Tensão. De cima. Esponja-se na ribeira brusca que nos descerra e nos inunda todos os sentidos, nos altos. Toco-me. Nas zonas últimas, sinto os teus dedos potentes. Plenos. Que me rasgam as trevas internas. Diz. Esmaga. Atiça. A brasa em ferro cai dentro deste nosso dia. Na brecha. Num lugar interior, cortam-me, as minhas orlas em fogo. Sento-te. Cego. Sinto-te. No assimétrico tesão, que na palavra em fogo te entrecruza e te desequilibra.

Espero-vos mais logo, aparecem?

[Blog Vermelho Canalha]

Um dia


Sei dos teus cabelos desgrenhados
e das tuas mãos descobrindo-me
- aos poucos -,
perdida a timidez inicial
(confessa),
tudo foi mais simples.

Continuo a saber dos teus cabelos,
assim, desgrenhados
e das tuas mãos à minha procura;
virás, um dia, alazão e ousado,
dizer-me de mim, o que eu já soube!

Então, eu tentarei inventar-te
nas respostas que não tive.

Foto e poesia de Paula Raposo

Gostas da cuequita?



Não, não perguntei se querias dar uma quequita!

Sistema revolucionário de rega automática de jardins

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25 fevereiro 2010

Busca à SAD do FCP



HenriCartoon

Comissão de ética - liberdade de expressão



HenriCartoon

Quebranto de amor


No remanso dos teus braços
Meu amor, quero minha alma repousar
Abraça-me sem trégua
Abate esta saudade que me fustiga
Cala o silêncio com que me trajo

Arde de febre meu corpo
Trémulo, inquieto por te sentir
Percorro teu rosto na escuridão da memória
De dia e de noite, tormento meu
Desejo que me atinge como um açoite

Impudico desejo que me enlaça
Me consome e me abate
Clama vorazmente por teu ardor
Suspenso neste quebranto
Onde espero por ti, meu amor

Quero no remanso dos teus braços
Apaziguar a paixão que me devora
Que me transforma numa onda
Mareando em mil suplícios
Que me amarra o entendimento

No fundo dos teus olhos
Desamor quero afogar
Espero em devaneios meus
Este anseio apaziguar, a ti me entregar
Rio com rumo ao mar

Maria Escritos
© Todos os direitos Reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com

Imagem: "Erotic Ballet Boots" de John Tisbury

Salomé: conto da sofreguidão

Não, eu não sou devassa; são precisos muitos amantes para repararem o que tu me danificas, para me consumirem o desejo que tu acendes, para dispersar neles todo o amor que tu me largas - a alargar - nas costelas, para lamberem onde tu feres. Não, eu não sou devassa; esta devassidão é o desejo de ti, vem da paixão, vem do amor. Esta devassidão é sexo, sim, mas é do sexo de ti, ampliada por se reflectir nos cristais do teu corpo, ampliada por se expandir nos canais da tua pele, guiada pelo teu cheiro. Não, eu não sou devassa; mas são precisos muitos, muitos amantes - pobres amantes! -para beberem tudo o que tu me fazes transbordar.


Nas suas experiências, o professor Antonino confessou-se tão surpreendido, como todas as outras pessoas, com tantos dos seus pacientes que eram, em vidas passadas, furiosos ninfomaníacos.

Sex business

24 fevereiro 2010

O Tempo Acabou

O tempo parou, Luísa. Não há mais, acabou. Nem sentimentos, nem paixões, nem sequer sensações: o tempo parou, não há mais, acabou. Não sei, Luísa, agora não sei se quero, o que é estranho pois andei toda a vida à procura do tempo parado, que o tempo parasse, que acabasse. E agora?, pergunto. E agora, Luísa, agora que o tempo acabou, onde estás? Onde te posso encontrar? Sabes, eu nunca te quis, na verdade, eu nunca te quis e, afinal, agora que por fim o tempo parou, o meu primeiro pensamento vai para ti e olho em volto e procuro-te e queria que o tempo não tivesse acabado e ainda te pudesse procurar e encontrar-te e dizer-te que nunca te quis. Nunca te quis… Nunca te quis porque não sabia então o que era querer alguém como sempre te quis a ti. E se eu te encontrasse e te falasse, tu havias de me sorrir, com o teu sorriso contemplativo e o teu olhar distante, havias de me dar o braço e me guiares calmamente com os teus passos silenciosos, com a tua voz suave e havias de me dizer que o tempo não acabou e que sempre me quiseste mas nunca o disseste… Mas o tempo acabou, Luísa, o meu tempo acabou. Às vezes, ainda me lembro de ti, do que terá sido feito de ti, do que terá sido a tua vida. Recordo-me dos teus passos que não oiço, nunca ouvi. Fico a cismar na tua voz, na tua voz suave, pausada que me envolvia. Lembro-me de ser envolvido pela tua voz, pelo teu brilho, pelo teu cheiro. Lembro-me de ti, lembro-me sempre de ti, Luísa, ainda que nem saiba se me falaste, ainda que, se calhar, nunca me tivesses sequer visto… E o tempo acabou, Luísa, o meu tempo parou enfim e quando achava que me ia libertar de ti, quando passei uma vida a fugir de ti ainda que te procurasse sempre, eis que o meu primeiro pensamento é para ti. O meu último pensamento é para ti. E nem sei, ou melhor, sei, sei que não te chamavas Luísa mas não sei o teu nome mas lembro-me dos teus olhos e do teu sorriso, se calhar, é só disso que me lembro de verdade mas nunca me esqueci de ti, nem do que senti por ti. E agora que o meu tempo acabou espero que te possa procurar, espero que te possa encontrar e saber de ti, saber que vida podias ter tido e se me viste e se te lembras de mim. O tempo parou enfim, Luísa, o meu tempo acabou e o meu primeiro pensamento vai para ti: Onde estás?... Aqui?

Ana Paula: conto de um "hoje"

Olá! Falo-te para te dizer que estou vazia. Podes encher-me um bocadinho? Olá! Hoje não me apetece ligar os dedos às palavras, quero ligar os dedos aos teus; hoje, quero uma forma diferente de expulsar a solidão, quero fingir que somos ninguém, fingir que somos nada e que somos nós, apenas. Olá! Podes vir, hoje, dás-me a mão, como fazíamos quando acreditávamos em nuvens? Não contes a ninguém, vamos ser um segredo, um grão ao acaso que cai na ampulheta, misturado em tantos que nem se vê; ninguém nos vê, ninguém nos danifica. Hoje o teu corpo pode ser as minhas teclas e eu posso escrever palavras grandes, redondas e nuas, devagarinho, no teu peito. Olá! Hoje? Apenas hoje. Hoje, apenas?

Vantagens competitivas (um par delas)



Capinaremos.com

Outro filme porno francês de 1920


Julgavam que «fio de terra» é uma modernice?

23 fevereiro 2010

Conto enlameado

A voz hipnotizava. O colar, não tires o colar. O que é que acordaste? Recuar. Olhar congelado já meio tremido. Bebida de lucidez não embriagava. Assim sendo, prefiro o delírio da garrafa ao lado. Pelo menos poderei alegar que bebi demais. Inspiro-me em mim. Chão, empurrão seco. Montas-me mas continuas de pé. Conto: uma, duas, três...acabou. Continuas de pé. Enlameado em suor; sujas-me. Não me consigo levantar. Vai-te embora.

Ambíguo


É pequeno o mar
para guardar
todas as palavras de amor
que te digo;
o céu de nuvens, carregado,
prenuncia chuva,
água na enchente do rio:
palavras de amor
nas margens submersas.

Enorme foi o mar
Rasando a minha ambiguidade.

Foto e poesia de Paula Raposo

Rato (?), ponto G e tudi tudi tudi!


Um rato. Com ponto G.
Pumba!

(imagem e info retirada daqui)


Educação de adultos


3 páginas - basta cricares em "next page" a partir da página inicial acima

oglaf.com

22 fevereiro 2010

Projecto Mulheres Reais - primeira publicação da sessão fotográfica da Paula Raposo





A HR FotoDigital concebeu e pôs em marcha o Projecto Mulheres Reais, cujo mote é:

"Procuramos mulheres gordinhas, cheiinhas
de vontade de aumentar a sua auto-estima
que nos ajudem a provar
que a sensualidade é apenas
uma questão de atitude, postura e...
Curvas!"

A Paula Raposo é uma «mulher de armas» e, mesmo sendo inicialmente a idade limite 45 anos (ela tem mais alguns meses...), candidatou-se... e foi seleccionada, levando até a HR FotoDigital a aumentar a idade limite para as candidatas.
Depois de uma fase de nervoso miudinho à medida que se aproximava a data da sessão fotográfica, ficou encantada com o resultado final: "Adorei! Vi algumas das fotos ainda na máquina e de facto eles são uns artistas. Além da subida em flecha do meu ego durante aquelas duas horas e meia! Obrigada por me teres incentivado. Afinal a idade estendeu-se até aos 65 anos, mas podes escrever que sou a mais velha, o que é uma honra. O resto da malta não se atreve, pelos vistos!"
E é uma honra para mim permitires-me fazer a primeira publicação de uma foto da tua sessão.
Parabéns!


Amor, se não me deres a tua palavra nua... @MissJoanaWell

Amor, se não me deres a tua palavra nua,
a roupa dela fica entre a minha pele e a tua...
Deixa-as despir,
primeiro baixinho,
como a brisa começa por sentir
as velas de um moinho.
Amor, já não te entrego a minha pele nua
porque a cautela vestiu a minha palavra e a tua...
Deixa-as sentir,
despir cada momento,
corpo noutro corpo existir
como a brisa existe no vento.
Amor, se vestíssemos a lua, mesmo de belo espartilho,
a nudez do seu brilho, não inundava a rua.

Fechamole

Já não é o primeiro desenho de Ittosan na minha colecção. Admiro a sua criatividade e a «história que cada desenho conta». E dá-me ainda mais prazer quando, além de conhecer um artista, ter um amigo.


«A fechadura»

Aguarela de Ittosan

Engolir ou cuspir?


Alexandre Affonso - nadaver.com

21 fevereiro 2010

Pequeno paraíso artificial privado

O meu amigo Bernard Perroud, escultor e fã da minha colecção da arte erótica, apresentou-me esta imagem deliciosa.
Bernard: "Petit paradis artificiel privé."
São Rosas: "Paradis artificiel?! Elle me semble bien naturelle..."
Bernard: "Et bien cachée de la vue des voisins."


Fabius von Gugel (1910-2000) e modelo

Roma - Itália - 1950
Foto de Jack Birns

Fonte: Life

Heresias: o conto dos perdidos

Naquele sítio até um sussurro ecoa - mas aquele sussurrar era tão ácido que, em vez de ecoar, quase demolia as paredes no caminho, tinha a violência de um ricochete ácido nos ouvidos. Desta vez é que era, estava perdida, estavam perdidos. Apanhados, nus, obscenos; ele - ainda - de rosto mergulhado em pernas que lhe cravavam o dorso a acompanhar os gemidos possessos do desejo de quem tinha que manter a virgindade intacta. O orgasmo estridente, abafado pelos dentes cravados na almofada; o dorso que se arqueou, lançou as mãos ao cabelo dele e esfregou-lhe as ondas vibrantes que jorravam do sexo no rosto. A porta abriu-se, o grito da mãe era um grito de bruxa, um rugido de abutre da carne de Deus, fanática na ruindade que clamava ser em nome do Senhor. Correu pela casa, gritando ao seu Deus que punisse os pecadores. O amante aproveitou e lançou-se pela janela, em fuga; a rapariga - ainda semi-nua, os seios expostos rosados, dilatados do prazer - ordenava-lhe que corresse. Depois, a ira nos olhos da mãe, desordenados escorriam para fora das órbitas, roxos e pendurados em agulhas acusatórias. As veias saltavam-lhe dos braços palpitantes como centenas de verrugas a cobrir a pele até aos dedos que a agarraram. Arrastada para ali, para o ninho dos pássaros cadavéricos chamado templo do Senhor. Agora, tentava apenas distinguir a conversa, imaginava as consequências - piores para ele que para ela; a mãe tinha visto tudo. Agora, silêncio absoluto. A mãe caminhava na sua direcção, os pés sobre chamas não fazem barulho, os demónios são assim. Cuspiu no chão à passagem e apontou-lhe o caminho do sacerdote: ele espera-te, que Deus tenha misericórdia.
Entrou na câmara. Olhou-o, trémula. E agora? Ele soltou duas risadas, irónicas. Agora, sua rapariguinha devassa e perdida? Agora, a sua mãezinha exige que eu a castigue severamente, deve redimir-se do seu pecado. Portanto, onde é que nós íamos? E apontou-lhe o caminho. O sexo ainda erecto, nu por baixo da batina, tinha abandonado a roupa interior na fuga de casa dela. Vá, ajoelhe!

Há remédio para tudo


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«Kissing (bliss)» - Garm's Kiss

O meu amigo Garm's Kiss já há muito que não fazia nenhum dos seus videos de que gosto tanto e que provocam polémica a quem acha que são pornográficos. Aqui está o mais recente:



Link do video na página original
Link para download (botão direito do rato e "guardar destino como...")

20 fevereiro 2010

Joana: conto dos gestos

Um só gesto. A mão na curva do ombro, os dedos mergulhados, mornos. A mão cresceu e eu na palma. Não! Espera! Ainda não te entreguei a minha vontade e os dedos estão abertos!
Um só gesto. O rosto encostado, os lábios mendigos, pedintes. A boca abriu e eu na língua. Não! Espera! Ainda não te entreguei a minha sede e a garganta está cerrada!
Mais que um gesto. Puxa as cortinas, afasta os cabelos. Não feches as janelas, olha as minhas avenidas. Não! Espera! Mas o fantasma vermelho, de garras nas ancas, alimenta-se no baixo ventre.
Mais que um gesto. Um capítulo. Mais que um capítulo. A nossa história. Capitulei. As mãos nos joelhos, abres os braços, pássaro. Voo picado, descendente, queda. Engaiolaste o meu coração, amor. As penas nos mamilos. Gotas de chuva da noite no casaco. Pousa o orvalho na concha. O sexo, doce, a céu aberto.
Mais que uma história. Vida. Lanço eu, lanças tu. Morremos à vez. Sobrevivemos para morrer novamente. E mais uma vez. E outra. E uma vez mais. A gaiola escancarada, nua. Só a poça na cama é eterna, bebemos-lhe parte, a parte que não mancha....

Lingerie de tamanho errado não é nada erótica

Hoje apetece-me fazer serviço púbico!
Adoro comprar lingerie. E fico triste por ver tantas mulheres que não sabem as suas medidas e depois não se sentem bem usando o que compram.
Já nem consigo contar o número de vezes que tive eu de explicar a funcionárias das lojas os conceitos e o que é correcto fazer! Para o soutien, tens que saber o tamanho e a copa:
1. Tamanho: passa uma fita métrica por baixo dos braços e mede o contorno do tórax, logo abaixo do peito. Tem em atenção que existe uma tolerância de 2 cm. Por exemplo, se medes 73, 74, 75, 76 ou 77 cm, o teu tamanho é o 75 (34).
2. Copa: a copa define a configuração e o volume do peito. Mede o contorno do peito passando a fita métrica por baixo dos braços à altura do bico do peito. Por exemplo, se o teu tamanho é o 75 (34) e medes 90 cm à altura do bico do peito, a tua copa é B.
Consulta a tabela abaixo para descobrires o teu tamanho e a tua copa, bem como o tamanho de slips, cintas, bodies, cintos de ligas,...



Na página da Triumph tens uma tabela em que podes colocar as medidas e obtens de imediato o tamanho e copa de soutiens e bodies, bem como o tamanho para slips e cintas:


Ao entrares na página, crica em "Guia de lingerie" e, de seguida, em "À sua medida"

Fonte: Triumph
No Consultório de Moda da Olga Pinto também encontras sugestões interessantes.

Brigitte Bardot - "Moi Je Joue"

Alegria no trab... caralho

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19 fevereiro 2010

Prostituição: carta aberta

A propósito do texto que a Miss Joana Well escreveu no dia 18 de Fevereiro e que nos faz pensar, eu tenho algo a dizer que não disse nos comentários, mas que passo a contar – embora talvez não seja muito importante – agora:

Não será também prostituição viver com alguém que nos proporciona todos os bens materiais em troca de algumas (poucas) noites de sexo?
São as nossas escolhas.

E porque ao fim de dezoito anos me cansei desse estado, que envolve bastante agressão psicológica, mandei a pessoa em questão dar uma volta.

Passei a ter muito mais sexo a troco de nada – porque devo ser parva -, aliás até porque o P é inicial do meu nome, também.
Os anos que se seguiram não têm sido fáceis e muitas dúvidas me têm assaltado. Uma delas que se tornou bem forte foi a de que, se tudo tivesse acontecido anos antes, eu teria tido sexo a troco de dinheiro, com quem bem me apetecesse e quisesse pagar.
Mas a idade já não era para essas andanças.

Quero com isto dizer, que a prostituição não pode ser um rótulo e que admiro profundamente quem dá a cara.

Subitamente


Encontro no dia, local e hora aprazados:
eu, com um casaco vermelho,
tu, de botas à cowboy e blusão de ganga.
Um metro e oitenta (tu), de fazer perder
a respiração (não a perdi).

O hotel em frente e foi só o tempo
do check-in.

A partir daí só me lembro de ter fugido
pelas 5h da manhã,
quando tu deixaste de respirar
-subitamente-
e eu não sabia que fazer.

Não sei mesmo o que te aconteceu;
não veio nos jornais.

Foto e poesia de Paula Raposo

Tu


Teu odor embriagante
Razão do meu desejo perturbante
Percorre-me em arrepios
Suores frios
Um aroma fulgurante

O gosto da tua pele
Arranca as feromonas da paixão
Este sentido enfurecido
Prazer reprimido
De liberdade e vastidão

Teu beijo no meu corpo fremente
Doces lábios que roçam lentamente
O arder da minha pele
Teu corpo que brada por mim
A respiração em frenesim

Possui-me lentamente
Saciando meu desejo ardente
Tropeça na minha pele
Emboca dentro de mim
Traça um agora sem fim

Maria Escritos – 2010
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com

Terrorismo Inteligente!

Os terroristas estão evoluindo. Não querem mais saber de carro-bomba, caminhão-bomba, avião-bomba, homem-bomba ou gato-bomba. Afinal, atentados suicídas só os fazem perderem membros e também suja tudo, aquele sangue esparramado por tanto canto… Eca!
Então eles desenvolveram uma nova forma de atentado. Mais prático, barato, sem suicídios, e cá pra nós, mais bonito. Vejam:


Viu a eficiência?
Tem um avião caído ali atrás da foto, caso alguém não tenha visto.

Capinaremos.com

Dolce & Gabbana- roupa para homem

O senhor chama-se David Gandy.

18 fevereiro 2010

Prostituição: carta aberta. Pelos e-mails que me enviam a pedir conselho. Pela responsabilidade de desmanchar ilusões.

Riscos? Todos. Tudo em nós fica em risco. A vida. A saúde física. O equilíbrio mental. Tudo. Uma pequena parte do que nos acontece depende da cautela; a grande parte depende da sorte. E não se pode confiar na sorte. E não se pode confiar em quase ninguém. Porque as pessoas que tiveram poucas ou nenhumas oportunidades na vida costumam ficar com as garras mais saídas. E as garras estão preparadas para arranhar. E muitas já só sabem sobreviver a arranhões. E muitas arranham-te porque acham que és uma ameaça ou porque isso lhes traz ganhos e outras arranham-te só porque sim. E vais estar num sitio onde ninguém sabe o nome de ninguém, ninguém sabe a morada de ninguém, ninguém sabe quem é quem. E podes bater na porta errada ou na porta muito errada. E podes abrir a porta à pessoa errada ou à pessoa muito errada. Num dia podes ter uma arma na cabeça, noutro podes ter uma faca no pescoço ou até uma doença grave. Ou podes simplesmente sentir-te mal, apenas porque viver assim te faz sentir mal ou porque alguém te fez sentires-te mal. A dignidade pode transformar-se em areia que escorrega entre dedos e os sonhos podem começar a cheirar a naftalina.

Dificuldades? Todas. Tudo é difícil. Começar. Sair daqui.Ter clientes. Não ter clientes. Perceber que a realidade luxuosa que se imagina não existe para a maioria ou que não se chega lá pelo menos sem começar mais baixo. E mais baixo pode ser ganhar trinta ou quarenta euros (ou menos) por cada pessoa que nos despe. E perceber que mesmo que se aceite isso, pode ganhar-se pouco, muito pouco. Sim, eu sei que ali digo que são duzentos ou duzentos e cinquenta euros. E é a responsabilidade de dizer isso que me faz confessar que já foram 25 euros. E que não consegui melhorar as condições por ser muito bonita - não sou - ou por ser muito inteligente. Sorte, foi pura sorte. E a sorte maior que tenho, depois de tudo, é a de estar viva - por sorte, sim.

Dicas? Tem mesmo que ser? Tens mesmo que...? Tentaste os caminhos todos? É que se vais arriscar vida, saúde física e mental, um dia podes ter que explicar a ti mesma(o) porque te fizeste tanto mal. E como vou eu dar dicas a quem pretende iniciar-se, se eu mesma não vejo a hora de sair e só agora tive um vislumbre da porta de saída? Ninguém nos força, ninguém nos obriga, ninguém nos retém aqui mas parecemos presas em teias e ficamos, quase sempre, muito mais tempo do que prevíamos. Acreditem. Ao entrar corre-se sempre o risco de ficar aqui como se fosse a única vida que se conheceu até agora; há quem fique até depois da fase em que se torna ridículo pela idade. Cuidado com o mundo, cuidado com as ilusões, ambição não é ganância, cuidado com a falta de segurança, arriscar o mínimo e rejeitar tudo o que não permitir manter a dignidade.

Não gosto de escrever acerca da minha actividade como prostituta, nem mesmo acerca da prostituição no geral. É a responsabilidade que sinto que me faz fazer isto. Porque recebo vários e-mails de homens e mulheres a pedir conselho. Porque os valores que pratico e o que escrevo podem dar a ideia de luxo e facilidade. Porque não é assim. Porque foi ainda mais difícil, tremendamente mais difícil do que agora é. Penso que cada resposta que dou a cada pergunta pode influenciar uma vida. Penso que o que escrevo por aqui e a forma como consigo fazer as coisas agora podem influenciar decisões. Penso que não tenho a culpa... mas terei culpa se não perceber que, ao virar costas à responsabilidade e ao manter o silêncio, posso mesmo vir a ter. De mim, o que vão ouvir, é a parte deste mundo que é feia, porca e má. E ainda vos asseguro que, depois disso, o que resta por contar é - existe - , mas é muito pouco.


O diciOrdinário ilusTarado visto pela Kikas

"Momento Cultural

Aconselho vivamente pois, neste manual de cabeceira, procura-se evidenciar as diferenças e convergências observadas na elaboração dos dicionários de língua geral e nos dicionários, vocabulários e glossários de línguas de especialidade. A consulta ao dicionário tem sempre uma motivação, nunca é «inocente».
O leitor procura resolver um problema de significado, esclarecer aspectos da linguagem, aperfeiçoar a sua forma de comunicação linguística.
São esses os objectivos do dicionário: preencher lacunas de conhecimento, facilitar a comunicação linguística, aperfeiçoar os meios de expressão, descodificar correctamente as normas sociais e científicas e aumentar ou desenvolver o conhecimento sobre o parceiro.
Ora vejamos o que nos reserva o "O" (já dizia a Ana Malhoa: e tudo começou no Ó... ó, ó, ó!!!

Visita a página do «DiciOrdinário»

Ode – composição poética lírica enaltecendo o potencial sexual de alguém, tipicamente escrita depois do acto (ver oder)
Oder – fazer odes eróticas, odendo a torto e a direito, a todas e a eito
Odisseia – ode e ceia (de preferência por esta ordem, para evitar congestões)
Odomizar – fazer odes a inserções traseiras
Olarila – forma de chamar um paneleiro
Olhão – olho de dimensões hiperbólicas; o mesmo que Boavista
Onanimismo – onanismo unânime, prática generalizada de masturbação
Opiçodele – equivalente masculino da apitadela
Oralgésico – medicamento alternativo para quem não tolera analgésicos
Orgasmar – organizar uma orgia. Daí a palavra de ordem mais ouvida nesses ambientes: “orgasmisem-se”"

Kikas
Blog FuckyTales

O diciOrdinário ilusTarado continua a poder ser encomendado aqui.

Banheira quase cheia


Vem que ainda cabes!


Depois de uma vida impiedosa, o Carlos foi lançado para a cova sem fundo.

17 fevereiro 2010

O Que Não Mata

“Não quero mais”, disseste tu, lembras-te?
Não me querias ver, nem ouvir, lembras-te?
Querias enterrar o nosso caso – foi o que lhe chamaste – e esquecê-lo. Esquecer-me. “Esquecer que tu existes, que exististe, que te amei e que nos amámos”, foram estas as tuas palavras, lembras-te?
Foste definitiva e não tiveste contemplações. Fizeste bem, percebi depois. Muito depois, mas a incapacidade de perceber antes foi minha. Só minha.
E pediste-me para ir buscar as coisas num fim-de-semana em que tu não estavas e para deixar a chave em cima da mesa. “Leva o que quiseres” disseste. “Leva tudo.”
E despediste-te com o mais frio adeus que eu ouvi alguém dizer.
Ainda bem. Foi bom. Ardeu mas curou.

Placebos de paixão

E eis que vejo
que a lado nenhum pertenço,
sem nada meu, apenas este desejo
sempre demasiado intenso,
esta fome de saudade murcha;
saudade de quê? Saudade de quem?
Não tem alguém, não perde ninguém;
não pinta, só mancha.
E eis que vejo e prevejo
o vazio imenso em mim a crescer,
pois que tanto me despejo
que nada me pode encher,
esta febre de vontade queima;
febre de quê? Febre por quem?
Não aquece ninguém? Não aquece alguém;
não arde, só chama.
E eis que me vejo
lasciva, corpo de mão em mão.
Amantes? Um cortejo,
são placebos da tua paixão.


Sei lá…

Eu não sei por que, mas me deu uma vontade de entrar pro exército…


Alguém sabe por que?

Capinaremos.com

«All is full of love» - Bjork

16 fevereiro 2010

disfarces de carnaval: Valentim


... essa é a flecha mais... doce
Raim's Blog

Ficheiro secreto

Ouviu soar a campainha às primeiras horas da manhã e interrompeu de imediato o que estava a fazer. Abriu a porta e deparou-se com o rosto do seu amante secreto, expressão determinada.
Afastou-se para lhe dar entrada e mal teve tempo para balbuciar um bom dia enquanto ele fechava a porta com um pé e a agarrava com os seus braços fortes com a firmeza que lhe conhecia e a arrastava aos poucos para o quarto onde ela bem sabia o que a esperava, já meio despida e ele todo espalhado por cima de si.
Ambos sabiam que o tempo urgia e nenhum tempo se perdia a conversar, era o prazer a comandar mais o instinto que os mantinha rotinados naquela visita ocasional mas frequente o bastante para que já nem precisassem de combinar, ele só precisava de aparecer com aquela vontade tremenda tão bem reflectida no seu olhar.
Como uma boneca de trapos via-se colocada na posição que ele decidia enquanto a comia, sôfrego pelos dias de ausência que se impunham para evitarem repetir algum tipo de convenção naquilo que nem assumiam como uma relação mas apenas como um imperativo carnal, uma terapia sexual para algumas das suas lacunas por preencher.
E ele preenchia tudo aquilo que havia, dominador, e devassava-lhe o interior com a força do seu desejo, o gosto do proibido que afinal era consentido mas só podia acontecer assim, de surpresa, num momento qualquer do dia onde se cruzassem ou nos raros dias em que soubessem o paradeiro um do outro, o que lhes denunciava à partida a sede daquela fonte de vida que os estimulava a um ponto tresloucado e os empurrava para aquele ritual mantido em segredo mas quantas vezes acrescentado em tesão pelo risco corrido sempre que ele aparecia sem avisar.
E ela entregava-se sem hesitar porque não conseguia dispensá-lo dos seus dias tão iguais, tão isentos de emoções poderosas como aquela que sentia quando ele a possuía assim, palavras poucas e só mesmo no fim de alguns minutos de uma atracção animal, inexplicável, que mantinha aquela loucura indispensável entre duas pessoas sem ligação emocional assumida, ligadas apenas por laços de um passado recente que deveria ter-se esgotado num presente que os impedia (mas apenas em teoria) de viver aquele pecado a dois.
Ele limitava-se a seguir o seu caminho depois de cumprido o desígnio que o motivava, sabia que pouco durava aquele momento que ela encaixava no seu corpo e no seu tempo e num espaço remoto da consciência que anestesiava e assim não atormentava com sentimentos de culpa que pudessem destruir o encanto daquele apelo que pretendia manter porque sentia que precisava daquela pica que lhe dava o sexo porque sim.
Não aceitava que um dia chegasse ao fim, aquela explosão aleatória de tesão tão necessária para o seu equilíbrio mental, que do ponto de vista emocional estava bem servida porque tinha, para além daquela relação clandestina, quem lhe fornecia o carinho e o amor mas lhe falhava com aquele furor que ansiava muitas vezes num fogo que a consumia e só aquele homem possante lhe conseguia apagar.
Por isso ela às vezes até queria e lutava para impor a si própria um dia para aquela situação insana acabar mas nunca não conseguia mais do que apenas adiar.

Aroma doce


Adivinho a tua voz
sobre as flores do meu jardim;
os teus gestos têm o aroma doce
de fruta madura
-adivinho-te-,
no regresso ansiado
entre um voo marcado
e uma sombria chegada.

Adivinho os teus passos na calçada
(com a preguiça habitual
das tuas manhãs de Inverno).

Foto e poesia de Paula Raposo

Cinema mudo - filme porno francês de 1920


No tempo dos nossos bisavós também se divertiam


Princesa?...


1 página

oglaf.com

15 fevereiro 2010

Amor ou sexo?

- Falo de amor ou de sexo?
- De sexo, claro. Que percebes tu de amor?
- E que percebo eu de sexo?
- Percebes?
- Só percebo aquilo que faço.
- Nunca ninguém se queixou do teu sexo, pois não?
- Também tinha alguma graça trazermos um livro de reclamações.
- Acho que os homens preferiam um livro de instruções.
- Mas só consigo falar de amor.
- Mas se falares de sexo expões-te menos, já pensaste nisso?
- É curioso não é?
- O quê?
- Isso. A exposição. Realmente não me sinto muito confortável quando levanto a pele.
- Mas se falares de sexo é bem mais aliciante. E em complemento com as imagens que escolhes funciona muito melhor.
- Pois…deve ser.
- E o amor é uma coisa complicada.
- Pois, e o sexo é descomplicado.
- Nem sempre mas é muito mais simples do que o amor.
- Mas faço sexo com amor.
- Fazes sexo e fazes amor.
- Não, faço sexo com amor.
- Isso é…complicado.
- Não é nada. Faço sexo como nunca antes. Mas aprende-se com o passar dos anos e com sorte.
- Sorte?
- Sim, sorte. É preciso sorte para encontrarmos a pessoa certa.
- E como sabes que a tua é a pessoa certa?
- Senti quando demos o primeiro beijo, quando o senti pela primeira vez, pelo arrepio na pele, no suor das mãos, no quanto me faz rir e como consigo ser genuína.
- Sem jardim secreto?
- Sim, sem jardim secreto.
- E o sexo?
- É feito com amor.
- E o amor?
- É o melhor dos orgasmos.

Não percebo nada disto mas...

... será que é por receber centenas de mensagens de Viagra que o meu computador tem o disco rígido?!

The pussy lover

Acredito verdadeiramente nisto.



Em boas condições de higiene, há poucas coisas que se lhe comparem.

* Esta imagem foi encontrada algures na web, não me recordo exactamente onde. Se é sua, avise, para crédito ou remoção.
* This image has been taken somewhere from the web, can't quite recall where. If it's yours, let me know, for credit or removal.

Porosidade etérea... e erótica






No Poesia Erótica 45, Luís Voz d'Ouro Gaspar deu-me a conhecer o blog Porosidade Etérea: "é um espaço na internet, dedicado à poesia, que já alcançou um lugar de primeiro plano na blogosfera em língua Portuguesa. Notícias, autores, eventos, lançamentos de livros, biografias, efemérides, um mundo de informação para autores e leitores, para quem, enfim, gosta de poesia. De vez em quando, informalmente, a Inês desafia os seus visitantes a enviarem poemas sobre um determinado tema. Pela segunda vez escolheu o erotismo e foi...um sucesso. Em poucos dias recebeu perto de uma centena de trabalhos."
Podem encontrar por lá os nossos Jorge Castro, Paula Raposo, Joana Well, Maria Escritos, o Quim Nogueira do Lobices (que tem andado desaparecido destas bandas) e muitos outros poetas que também ficariam muito bem por aqui.
Deliciem-se com poemas de seis poetas: “E se o riso” de Fernando Aguiar, “Clube Privado” de Fernando Girão, “L(e)itania” de Jorge Castro, “Luandino” de Maria de Fátima. “Membro a Pino” de João Norte e “Espanto deitado” de José Alberto Mar, ditos pelo Luís Voz d'Ouro Gaspar.

Ilustração - poema gráfico de Renato de Mattos Motta.

Cavalo alado

Lá, onde o tempo não inquieta,
que os meus dedos são os seus ponteiros
e os amantes são bravos guerreiros
mas só o desejo os atenta.

Lá, onde o mar não afoga
que as minhas mãos são as suas ondas
e as mulheres são fortes amazonas
mas só a paixão as ataca.

Lá, onde o ar não sufoca
que os meus seios são as suas nuvens
e os soldados são corajosos homens
mas só o amor os afronta.

É lá, nessa terna morada,
onde o tempo não inquieta,
onde o mar não afoga,
onde o ar não sufoca,
que o desejo atenta,
que a paixão ataca,
que o amor afronta,
que eu amazona, tu soldado
selamos a madrugada,
nosso cavalo alado.

Modernismo ou caralhismo?

"Para tu colección de imágenes"
luka



Fonte: Madrid Me Mata