Olá! Falo-te para te dizer que estou vazia. Podes encher-me um bocadinho? Olá! Hoje não me apetece ligar os dedos às palavras, quero ligar os dedos aos teus; hoje, quero uma forma diferente de expulsar a solidão, quero fingir que somos ninguém, fingir que somos nada e que somos nós, apenas. Olá! Podes vir, hoje, dás-me a mão, como fazíamos quando acreditávamos em nuvens? Não contes a ninguém, vamos ser um segredo, um grão ao acaso que cai na ampulheta, misturado em tantos que nem se vê; ninguém nos vê, ninguém nos danifica. Hoje o teu corpo pode ser as minhas teclas e eu posso escrever palavras grandes, redondas e nuas, devagarinho, no teu peito. Olá! Hoje? Apenas hoje. Hoje, apenas?
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Uma por dia tira a azia