Pode parecer estúpido mas não é,
sobretudo quando se está na minha pele.
Aqui há dias reparei num sms trocado
entre dois jovens coisos agarrados a jovens pilas e para meu horror
vi lá escrita por diversas vezes uma palavra nova e que, confesso,
me custou a admitir que queira dizer o mesmo que a outra.
Cada coiso ou coisa agarrados a nós
sente-se no direito ao respeito pela sua sensibilidade mas
dificilmente encontram naquele monte de coisas estranhas uma zona
mais sensível do que a nossa, a zona erógena. Por isso mesmo não
me inibo de manifestar o meu desagrado pela forma como os coisos
pequenos adulteram (isto soa bizarro, eu sei) a língua sem
necessidade alguma e sem respeito pela forma como isso pode afectar
uma piroca no âmago do seu ser.
A palavra que me chocou é kona. Até
me custa olhar esta monstruosidade que associa à imagem de algo belo
uma outra que a transforma num pesadelo e eu posso explicar porquê.
A palavra cona, a que os jovens coisos
se referiam, não é um termo feliz, isso posso admitir, e só ganhou
popularidade por apesar do estatuto de palavrão acabar por ser uma
opção mais razoável do que o termo institucional vagina.
Porém, cona é uma palavra inspiradora
até nas letras que a formam, nomeadamente aquele ó tão apetecível
que nos permite uma ligação mental directa a um espaço paradisíaco
e sem o qual nenhuma pila como eu conseguiria sobreviver, pelo menos
com a mesma vitalidade que gosto de louvar. Sim, os coisos agarrados
à nós convencionaram que cona não se pode dizer ou não se deve
dizer embora ande na boca de muita gente e disso não falo por
interposta piroca, sou testemunha.
Contudo, essa palavra para mim tão
apelativa sofre uma mutação tão horrível como se de repente os
coisos agarrados a nós passassem a ter lâminas de barbear entre as
pernas em vez de pirocas magníficas como a que coube em sorte ao
coiso agarrado a mim,
Kona parece ser a mesma coisa, soa
parecido e tudo, mas há a tal questão de pormenor (e o diabo está
sempre nos pormenores) que parece irrelevante para as coisas e os
coisos mas para uma pila não é, pois transforma um espaço seguro e acolhedor numa guilhotina imaginária..
Bastam dois dedos de prepúcio para
perceber que é um insulto associar à palavra mais bonita do
Universo a letra mais insuportável do alfabeto! Qualquer pila
percebe porquê.
E a de um tal de Lorenzo Bobbit pode
explicar com maior detalhe...