23 novembro 2012

Concha prateada



Quando a lua se despe sobre o mar,
as estrelas protegem essa pele nua e cristalina
diminuindo a intensidade com que iluminam a vigília noturna.
Apenas um feixe mínimo te acaricia a tez prateada
e esse longo cabelo negro que esvoaça sobre os seios claros...
O vento beija-te o ventre húmido, abraçando-te o corpo firme...
Danças, subindo e descendo num voo rasante sobre a água,
enquanto as gaivotas espreitam curiosas esse amor cósmico
que se desenha em constelações de rosas e tulipas...
E assim que te entregas à noite,
uma fina névoa desliza sobre o leito denso,
que ondula em espuma e sal sobre os rochedos
que se erguem do imenso areal agora em silêncio...
Não há vozes, nem pegadas inscritas à beira-mar,
mas escuto-te no interior desta concha prateada!


Lua Cósmica