Quando te escrevo, ainda tímida, palavras e frases, no teclado do notebook, o corpo logo se contrai.
E, como nas torturas, a minha carne se trai.
E, como nas torturas, a minha carne se trai.
Nem muito esforço faço, porém, porque meus poros já respondem ao tato dos meus dedos no teclado.
Sei descrever-te o meu gemido, o que sinto. E sem muito esforço.
A distância da tela... sequer atrapalha. Fagulhas de fogo refletem, enquanto os dedos nas teclas tocam.
Tudo, então, se torna real. Mas é por fragmentos de segundos.
O restante é surreal, porque não te toco com os dedos que tocam os teclados...
Até te beijo, e sentes o beijo. Sei que sentes, porque correspondes, também, com os dedos no teclado do notebook.
Nem vês que te olho, quando meus dedos tocam as teclas.
Mas sabes que te sinto, como o toque dos dedos na tela... que revela, todo nosso desejo de amor.
É assim que amam os cegos, que não se querem olhar. Amam apenas pelos toques dos dedos, no teclado do notebook.
A paixão e o tesão estão nos dedos das mãos, que tocam-te, mesmo sem te tocar.
Já te amei assim, tantas vezes.
Quando nossas vozes sucumbiram...
Os dedos disseram por nós.
E, como na letra daquela canção,
Un jour tu verras,
On se rencontrera.
Mamãe Coruja