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Steve Gough já foi preso e condenado 30 vezes, totalizando mais de sete anos na prisão!
Recentemente, recorreu ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos mas a decisão foi-lhe desfavorável: condenaram a “conduta antissocial deliberada e repetida” do queixoso, deliberando que o ‘direito à nudez’ não pode ser sobreposto ao ‘direito à decência’ dos restantes cidadãos. “Ele possui muitas outras maneiras de expressar opiniões”, adiantou o tribunal, ontem, exigindo que Stephen Gough respeite a sensibilidade das outras pessoas.
As autoridades dizem não querer prendê-lo, mas Stephen tira as roupas assim que é solto e acaba por ser preso de novo. Mesmo dentro da cadeia, ele recusa-se a usar roupas e tem que ficar isolado dos outros prisioneiros.
Por que razões a nudez nos aterroriza tanto?!
Como refere Andrew Anthony no «The Observer», "o comportamento de Gough é obviamente incomum. Mas anormal não é a mesma coisa que criminoso. Ele foi penalizado por ter quebrado a lei mas é difícil identificar que crime ele cometeu. Qualquer sociedade que acha que a prisão é o local correcto para ele perdeu aderência a um princípio básico da liberdade. «O homem nasce livre», escreveu Rousseau, «mas em todos os lugares ele está acorrentado». À sua maneira excêntrica, Stephen Gough foi tentando quebrar essas correntes. Ele pode estar errado, ele pode estar equivocado, mas ele não é mau."
Para Stephen, a questão é simples: ele considera que andar nu em público é uma liberdade fundamental. Que é um aspecto da sua individualidade. Que não é racional agir como se o corpo humano fosse ofensivo.
Outros argumentam que isso é um atentado ao pudor. Que os direitos de Stephen terminam onde começam os direitos dos outros de não serem “perturbados” ou “alarmados” por sua nudez.
Mas, como questiona Alex Castro num artigo bem completo sobre a nudez não sexual, "será que a nudez de um homem andando na dele deveria mesmo ser alarmante e perturbadora?"