22 março 2019

Já acabou a conversa da violência? Agora falo eu !

Sou eu, que fui agredida pelo amor, que vou falar.
Acho um piadão a pessoas que dizem de peito inchado: "Eu não admito que ele me toque!" , pois e eu estava lá sempre a dizer, "quando quiseres bater, estás à vontade"... Não se trata de admitir, em especial se for uma situação pontual, como a minha, como +e que alguém sabe se não sai do quarto e é espancado à saída? Quer pegar no telefone para ligar às autoridades e ele rebenta com o telefone? É que eu , que nunca na vida tinha sido agredida, passei por este filme. Não se trata de admitir, trata-se de acontecer.

O meu agressor foi à GNR e confessou porque eu não abria a porta de casa e ele estava com medo que eu me tivesse suicidado, ou seja confessou às autoridades e processo aberto duas vezes , nada feito.

Também gosto das comparações idiotas entre BDSM e violência. É que nem em vou dar ao trabalho de definir, porque estes ignorantes que o fazem nunca praticaram BDSM e felizmente nunca foram agredidos pelo parceiro.

Posto isto, a prevenção é mesmo não valorizar como o agressor se safa, mas o que ele fez. Eu ,no meu caso, sei o que o levou a bater-me mas não o justifica, depois foi cada um para o seu lado. A sua educação não era aquela e os pais ficaram incrédulos mas era a mais pura das verdades.

Não falem de realidades que desconhecem, ajudem, apoiem, mas não opinem demasiado nem façam comparações ridículas, isso ofende ex vítimas.
Ofende mesmo, toca na ferida. E a minha vida seguiu em frente, assim quero que continue.

9 comentários:

  1. Olha mesmo, mas que nervos tomarem dores que não conseguem!

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    1. Nem consigo imaginar o que deve sentir quem passou ou passa por estas situações, quando se depara com palpites!

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    2. São tantos sentimentos misturados em questão de horas: frustração, a pergunta clássica: "Porquê?" (se bem que eu até sabia que ele estava com um esgotamento) , a desorientação de te veres coberta em sangue, pescoço roxo, lábios inchados, no dia seguinte, não andava. O que digo aos meus pais? Aos dele? O que faço eu aqui a 300km da minha terra... É tanta coisa para processar...

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    3. E deve ser tão importante quem passa por isto saber que não está só!...

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  2. Li e reli e fico incrédula como e possível tanta cobardia, ainda bem que haja quem consegue dê a volta por cima

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Uma por dia tira a azia