Júlio venceu a timidez e pediu a Rosa licença para dançar com a filha. Permissão concedida, e ei-los – corpos à distância do decoro, mãos evitando toques suspeitos – a vencerem o descompasso da banda que trucida «El Reloj». A mãe observa-os, nostálgica e inquieta. Se há dezassete anos, depois do mesmo bolero, não tivesse acontecido o que aconteceu nas traseiras daquele salão, a sua Ritinha não teria nascido.
Fernando Gomes
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Uma por dia tira a azia