Todas as manhãs te ligo insistentemente enquanto caminhas pelo passeio sob a minha janela até desapareceres no cruzamento da avenida. Volto a ligar-te sem parar ao fim da tarde, quando ressurges na esquina e fazes o trajecto oposto. Não sei se as chamadas se perdem ou se as ignoras. A verdade é que nunca atendes. Nem sequer te vejo esboçar um gesto com essa intenção. Amanhã, tentarei de outro modo. Olhos nos olhos, talvez a telepatia funcione melhor.
Fernando Gomes
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Uma por dia tira a azia