Ai Manela, a páginas tantas conheci por lá o João, um homem das informáticas, daqueles que vestem sempre calças de ganga e t-shirts como emblema da profissão e deixam crescer a barba, para poderem dedicar mais tempo aos seus computadorzinhos.
Chamava-me carinhosamente o seu portátilzinho, enfatizando a diferença do seu metro e noventa para o meu metro e meio. E não duvides de que eu era mesmo portátil ao seu colo.
Sempre que precisava de lhe falar, bastava enviar-lhe sms a dizer F1 para ele me telefonar e eu calorosamente atender com a frase «Helpdick, please!...».
Viajámos imenso juntos, conhecemos o Louvre e aqueles destinos turísticos do Brasil, para além dos inúmeros filmes, frente ao ecrã flat de 19 polegadas do seu computador. E além disto, Manela, o homem era danado para jogar, digamos que... de forma proporcional ao tamanho do seu joystick. Sempre que terminava o jogo até dizia «Acho que o sistema crashou. Segundo a minha intuição profissional, o melhor é sair e voltar a entrar».
Tudo decorria funcionalmente Manela, até eu descobrir que o homem não podia ver uma drive que não metesse logo o cêdê. O homem era multitasking!
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Uma por dia tira a azia