28 outubro 2005

Cirurgia de escárnio e mal dizer

(a propósito de uma técnica de cirurgia plástica revolucionária)

- lição rimática: para completar manualmente a rima, a gosto (setembro, outubro, etc.)

ao remirar-se de esguelha
certa dama de alta roda
viu em si perfil de velha
a pele a enrugar-se toda (ninguém lhe dava uma...)

por tanto assim lhe fugiam
os jovens sem dar por isso
nas peles que assim lhe caíam
escondia-se o seu viço (murchava qualquer...)

os seios então pendentes
tais balões esvaziados
estavam tristes dolentes
ao rés do chão pendurados (ninguém os queria...)

e a zona nadegueira
estalada e quebradiça
ainda mais do que madeira
dir-se-ia de cortiça (há que anos não via...)

impunha-se a cirurgia
que lhe esticasse a postura
pondo-lhe o corpinho em dia
com o corte e a costura (que lhe desse a...)

ao dar pelo imenso estrago
o médico cirurgião
condoído e tão bem pago
descobriu a solução (tentou de gatas à…)

pôs-lhe no alto da mona
um parafuso enroscado
quando a ruga vinha à tona
dava-se à rosca um bocado (metia-o bem…)

vê lá agora se gostas
da dona tão esticada
já leva a boca nas costas
e a do corpo atravessada (só ele sabe onde é a…)

OrCa

Ode com ode se c... paga. Ode o Charlie:

Certa dama de alta roda
Estalada e quebradiça
A pela a enrugar-se toda
Dir-se-ia de cortiça

Pensou numa cirurgia
que lhe desse vida nova
Antes dos tratos que urgiam
Lá pediu conselho ao Orca

E em vez da facalhona
ou da lipoaspiração
Meteu-lhe bem na mona
Uma nova solução

E assim como se leu
e lhe aconselhou o Orca
Não foi faca que lhe deu,
enfiou-lhe uma porca!

Sendo ela toda ruga
ou pele em regressão
quando roda aparafusa
estica toda em apertão

Fica toda luzidia
Brilhante até mais não
Vai o Orca qualquer dia
Patentear a invenção

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