14 maio 2006

Fome - por Charlie

Tenho de repente apetites selvagens de ir procurar-te e esquecer que és poema.
De caçar-te desprevenida e de roubar-te a alma pelos lábios, enquanto te exploro as carnes com as garras afiadas.
Deixar-te em brasa e devorar o teu corpo escorrendo de humidades. Esqueço-me de tudo e não tens rosto.
Nem nome.
Só um corpo que me apetece comer sem parar até saciar a fome de lobo que me atormenta num Inverno de anos.
Devoro-te e depois durmo o sono calmo das feras saciadas.
Sem remorsos, sem pensar em coisas que me atormentam.
Só o conforto do instinto satisfeito.
Sonharei contigo em poema novamente e acordarei homem.
E no alvorar da primavera uivarei ao Sol nascente,
Do calor com que sonhei todo o Inverno...

Charlie

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia