Por vezes acontece que, de tanto tempo sem nos chamarem pelo nome, acabamos por esquecer que nome temos.
Assim como se tivermos fome durante muito tempo; chega um momento em que já só pensamos na fome que temos, mas já não nos lembramos do que gostaríamos de comer.
Assim como se estivermos sozinhos durante muito tempo, desaprendemos como é outro viver.
Ou então não é nada assim e eu simplesmente me esqueci do nome que tenho, que não é meu, obviamente, não temos nada; nem o nome escolhido.
Esqueci-me do meu nome por durante tanto tempo ninguém mo dizer.
Depois um dia, na rua, alguém chamou um nome de mulher. Ou de flor, mas as pessoas não andam pela rua a gritar nomes de flores. Só de mulheres. E eu ouvi o meu nome.
Só ao terceiro apelo atentei na voz. Não porque me lembrasse que era o meu nome, mas porque a repetição se torna irritante, e a irritação, esta da alma, consegue a reacção que tantos outros estímulos, ainda que com essa intenção, não conseguem.
Ouvi o meu nome e à terceira vez, olhei.
Havia muito que não me lembrava de ti. Habituei-me à tua ausência como nos habituamos a toda a simplicidade. Habituei-me ao espaço na cama como nos habituamos a tomar conta de nós mesmos. Habituei-me a caminhar a direito como se estivesse inteira.
Dantes, quando chamavas o meu nome, sussurravas. De duas maneiras, com ternura ou com urgência, mas era sempre sussurrado.
Nesse dia gritaste jovialmente o meu nome na rua. Agora Rosa já não é a flor feita espinho que trazias cravado na pele e nas mãos, nem púrpura será a cor de desejo algum.
Agora gritas Rosa na rua e eu não me lembro que sou eu.
Agora acenamo-nos de longe, como num filme francês, eu sorrio-te enquanto seguro o chapéu que teima em voar e depois do sorriso, do aceno, do nome de flor gritado na rua, cada um continua o seu bailado caminhar e como nos filmes, terei os outros homens, aqueles que não sabem o meu nome, aqueles que não sabem dos meus espinhos, aqueles que na cama não terão nome para me chamar, a ensaiar sorrisos e charmes que se perdem à flor da pele.
Assim como se tivermos fome durante muito tempo; chega um momento em que já só pensamos na fome que temos, mas já não nos lembramos do que gostaríamos de comer.
Assim como se estivermos sozinhos durante muito tempo, desaprendemos como é outro viver.
Ou então não é nada assim e eu simplesmente me esqueci do nome que tenho, que não é meu, obviamente, não temos nada; nem o nome escolhido.
Esqueci-me do meu nome por durante tanto tempo ninguém mo dizer.
Depois um dia, na rua, alguém chamou um nome de mulher. Ou de flor, mas as pessoas não andam pela rua a gritar nomes de flores. Só de mulheres. E eu ouvi o meu nome.
Só ao terceiro apelo atentei na voz. Não porque me lembrasse que era o meu nome, mas porque a repetição se torna irritante, e a irritação, esta da alma, consegue a reacção que tantos outros estímulos, ainda que com essa intenção, não conseguem.
Ouvi o meu nome e à terceira vez, olhei.
Havia muito que não me lembrava de ti. Habituei-me à tua ausência como nos habituamos a toda a simplicidade. Habituei-me ao espaço na cama como nos habituamos a tomar conta de nós mesmos. Habituei-me a caminhar a direito como se estivesse inteira.
Dantes, quando chamavas o meu nome, sussurravas. De duas maneiras, com ternura ou com urgência, mas era sempre sussurrado.
Nesse dia gritaste jovialmente o meu nome na rua. Agora Rosa já não é a flor feita espinho que trazias cravado na pele e nas mãos, nem púrpura será a cor de desejo algum.
Agora gritas Rosa na rua e eu não me lembro que sou eu.
Agora acenamo-nos de longe, como num filme francês, eu sorrio-te enquanto seguro o chapéu que teima em voar e depois do sorriso, do aceno, do nome de flor gritado na rua, cada um continua o seu bailado caminhar e como nos filmes, terei os outros homens, aqueles que não sabem o meu nome, aqueles que não sabem dos meus espinhos, aqueles que na cama não terão nome para me chamar, a ensaiar sorrisos e charmes que se perdem à flor da pele.
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