31 janeiro 2007

Erotismozinho


Não me terem nascido os dentes do siso só pode ter sido um prenúncio que eu passaria a reagir por impulso. Ele cheirava bem, a DKNY e tinha aquele ar lavado de quem toma banho todos os dias e por isso mesmo só podia ter uma pele sedosa e macia que mal eu me prantasse em cima dele seria como um escorrega de cetim.

Conhecia-o de parte nenhuma que é como quem diz que com ele só tinha trocado ideias empresariais embora para o efeito isso também não me parecesse pertinente pelo que aguardei pelo jantar de Natal que incluía os fornecedores e não o meti na mala porque era grande demais para isso, mas levei-o para casa.

Com os preliminares apalpões e beijos molhados no elevador como é da praxe, despimo-nos um ao outro como também convém nestas ocasiões, a demorar a descoberta de toda a pele como aquele pedacinho de bife que se deixa para o fim porque parece mais saboroso e nisto ele sussurra-me, ofegante, que queria provar a minha rata e dar-me o seu pau para eu beber o seu leitinho.

Oh senhores que se eu tivesse tomates, tinham-me caído logo ali que ele há metáforas que parecem saídas do cano de esgoto. É que a carga erótica da cona, uma palavra que se pronuncia sofregamente aberta não existe num bicho malcheiroso e peludo dos subterrâneos. E depois, pau é tão curtinho e leitinho tão infantil que antes de ser acusada de pedofilia, perguntei-lhe se não era melhor pararmos por ali.

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Reacções dos membros:
"As palavras importantes
são ditas de modos vários...
Secaram-te o sexo antes
cortaram meus comentários.

Mas parece que começa
pela aventura ou momento
Ir p´ra cama tão depressa
sem haver conhecimento...

Tuas palavras escritas
contam bem momentos vários
soam bem... são tão bonitas...
Sempre os homens são «otários»!"
Alcaide

"Que os homens são otários
sobre isso nem há cisma
Todos caimos em desvairos
corre-nos a boca pró calvário
Da asneira dita como sina

Depois de desfeita a magia
Dum instante sem retorno
Perde-se aquilo que mais se queria
Escorre pelas pedras a aleivosia
Nesse chão cinza cor de corno.

Aprendamos com a idade
A silenciar o que se aprende
Segure-se doce, ela beldade
O corpo todo em mocidade
Fazer calado é o que rende.

E rende tão completamente
O silencio é todo dourado
Perde-se a fala em cor de argente
Sabemos e sabe toda a gente
Quem tudo vence é o calado..."
Charlie

"Calado não pode ser
calado só, sem falar
nem me cala uma mulher
nem me calou Salazar!

Haverá sempre alguém
que dirá sempre o contrário
haverá quem fale bem
e haverá sempre o «otário»!"
Alcaide

"há momentos de enleio
em que mais se perde o fito
quando se perde em paleio
o que por actos está dito

pouco a pouco lá se vai
acto a acto se consegue
por vezes sem dar um ai
faz-se a bem o que se negue

mas deixem-me que vos diga
que esta árvore é floresta
tem olhos e tem barriga
e faz de tudo uma festa."
OrCa

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