foto nopdesign
Sai-me desta língua
o saber-rio das mãos,
quando desço em refrão,
entre os pêlos do teu peito.
E nas margens de lábios feitos
Descubro-te a foz do orgulho macho
Onde me inundas do teu mar
E no teu mar a minha nascente acho
Margarida
Sai-me desta língua
o saber-rio das mãos,
quando desço em refrão,
entre os pêlos do teu peito.
E nas margens de lábios feitos
Descubro-te a foz do orgulho macho
Onde me inundas do teu mar
E no teu mar a minha nascente acho
Margarida
"Ainda me sobra na polpa dos dedos
a sensação macia da tua pele
nos ouvidos, o som dos teus gemidos
na boca, o sabor escorrido do teu mel
Ainda me sobram no peito
as marcas dos teus lábios
Na memória ainda se reflecte esse teu jeito
observante de astros, astrolábio"
Bartolomeu
"A barca
Que jorre deste rio uma enxurrada,
se a enchente passa já na tua margem,
que a barca vai rumando com a aragem,
depressa a vela mestra está enfunada.
E é doce o navegar em cavalgada,
nas ondas da tua cheia e da viagem,
à bolina toda a barca em contramargem
beija tua boca... beija... está afogada!
E venha este caudal ao teu amor,
regando a tua pétala adorada,
na ânsia de colher a tua flor.
Bonança volta à barca já atracada
na foz deste teu rio de calor...
E paramos como a água... tão parada!"
Alcaide
"E se eu me afundasse na tua sintaxe
e repousasse bem dentro do verbo,
que sentirias tu, se eu iluminasse
dentro de ti os quereres que exacerbo?
E quando a língua percorresse sem fim
os recônditos muros que envolvem o sexo,
Que êxtase! Darias por ti a gritar por mim
sentimentos, emoções, palavras sem nexo
Respiras ofegante, oferecendo-me o seio
para que eu o beije, para que o morda...
E de entre os dois, ofereces-me o meio
de saltar o rio, cujo leito transborda!
Ficamos assim, num amplexo divino
sentindo as veias saltando do corpo!
E a cada minuto, perdemos o tino...
O muito que fomos, soube-nos a pouco"
Zé
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia