24 janeiro 2007

Voluntariado


Grande vantagem tinha aquele homem que era voluntário para tudo, fosse no quartel de bombeiros fosse na minha cama, que até equacionei a hipótese de ele trazer mais um soldado da paz para nos entretermos numa perseguição trivial.

Sempre pronto era o seu lema e depois do seu corpo ginasticado escorregar pelo tubo, da camarata para o átrio de saída, ir apagar um fogo a desenrolar pesadas mangueiras que segurava firmes para jorrar o que controlava o fogo, mascarrado de fumo e suado, ainda me pegava ao colo para uma festa de espuma na banheira.

Piscava-lhe o olho, destapava o gel e fazia-o escorrer para as minhas mãos antes de o aplicar no seu pescoço, contornando-o, movimentando-lhe as omoplatas e sugando-lhe um beijo molhado como se nos pudéssemos extinguir pela falta daquela respiração boca-a-boca. Com a corda das suas mãos na minha cintura, não fosse o meu pézito escorregar, espalhava-lhe o sabonete líquido pelo tronco, arrastava-o pelos glúteos de cima para baixo e de baixo para cima, com um ou outro apalpão que aquele rabinho era mesmo como os canapés a que não resistimos nas vernissages, até lhe levantar pela frente o outro tronco e encharcados em risos cúmplices esfregar bem as peles menos expostas das esferas alongadas que celestialmente elevadas me faziam acoplar naquele corpo escorregadio, fincando as minhas tenazes nas suas costas pela linha do umbigo, a balouçar suavemente as minhas nádegas nas suas mãos.

E é por estas que cada vez que convenço mais que o futuro e a felicidade está nas mãos dos bombeiros, tanto mais que agora são eles os parteiros deste país.

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