30 novembro 2009

Beijo


Lembro-me perfeitamente, numa manhã, em que eu me dedicava à tarefa prosaica mas necessária de lavar a loiça do pequeno almoço e tu cirandavas na cozinha, à procura de um tempero para a carne que irias confeccionar mais tarde.

Eu tinha o cabelo apanhado num rabo de cavalo e, ambos calados, como tantas vezes que não precisávamos de falar, passaste rente a mim para abrires o armário que estava por cima da minha cabeça.

Num lapso de segundo, deste-me um beijo no meu pescoço, inesperadamente, gesto nada vulgar em ti.
Arrepiei-me.
Aquele arrepio bom que me percorreu de alto a baixo, me acariciou, e me fez estremecer de paixão. E disse : “Que bom!”.
Os meus olhos brilhavam, olhaste para mim, sorrimos um para o outro e ambos continuámos o que estávamos a fazer.

Confessa que existiram breves momentos em que me conseguiste amar... porque, eu, senti-os todos.

Foto e texto de Paula Raposo

Danae(da para a brincadeira...)


Gustav Klimt é, na minha opinião, dos pintores que melhor retrata o erotismo de todos os tempos e hoje, recebi, finalmente, a reprodução em alto relevo da minha obra favorita dele. Chama-se Danae e partilho-a convosco com um bocadinho de história à mistura.
Danae é uma figura da mitologia Grega, mãe de Perseu (o "moçoilo" que matou a Medusa - aquela com um mau penteado de cobras) por quem Zeus se enamora. Preocupado com um oráculo que dizia que seria morto pelo próprio filho, Acrísio, pai de Danae, encarcera a filha numa torre de bronze para que esta nunca pudesse gerar herdeiro. Ora como a luta era desigual - homem vs deus nunca corre de feição para os humanos - Zeus arranjou forma de possuir a sua amada transformando-se numa chuva de ouro, banhando Danae e engravidando-a por fim. O resto é "ancient history". Acrísio ordena que mãe e filho sejam deitados ao mar (para que Zeus não pudesse culpá-lo por ter tirado a vida ao seu filho e pudesse atirar as culpas para o mar) mas estes sobrevivem e, anos mais tarde, a profecia acaba por cumprir-se quando, nuns jogos em que participava o neto, Acrísio acaba por ser assassinado involuntariamente por um dardo "perdido".
São várias as representações desta alegoria na pintura e na escultura mas nenhuma delas, a meu ver, emana o erotismo desta, onde Danae abandona o aspecto virginal e inocente das representações anteriores em que é engravidada involuntariamente por Zeus, e adopta uma postura de mulher feita, numa pose que indicia a masturbação e a busca do prazer em si mesmo.

Bicicleta com bomba de ar incorporada

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29 novembro 2009

Essa mão

Essa pele que é a minha, a sensação que o corpo não estranha, familiar, essa mão que acaba de tocar esta pele que é a tua, arrepio.
Esta noite que é a nossa, toda nua, a emoção prateada pela lua, a brilhar, esta luz no teu olhar, tão quente, o amor emergente.
Já não resiste.
O frio.

Prisioneira


Surgiste em mim
Como um jacto de frescura
Apoderaste-te de mim
Com palavras de ternura

Sonhando aqui fiquei
Presa neste meu querer
Divagando entre os teus braços
Enfeitiçada pelo teu poder

O meu coração explode
Entrevendo em pensamento
A fúria do amor
Surgida naquele momento

Foi com um beijo
Essa tua fonte de doçura
Que enfeitiçaste o meu ser
E me banhaste com a tua candura

Prisioneira me fizeste
Dentro do meu coração
Agarrada ao teu beijo
Agrilhoada com paixão

Maria Escritos - blog Escritos e Poesia

À espera de investidor (como eu com a minha colecção)


crica para visitares a página John & John de d!o

28 novembro 2009

Lógica musculada

Quando o confrontaram com o facto de disputar uma amada com um verdadeiro adónis com anos de ginásio e nem um minuto de biblioteca encolheu os ombros e respondeu com serenidade:
- Não me parece que ele seja um concorrente. É que a mim bastariam poucos anos de preparação física para ficar como ele nessa dimensão e não esqueceria o que entretanto aprendi, mas o gajo teria que investir muitos mais no cérebro para se equiparar a mim. E no final desses anos sem trabalhar o corpo ficaria como eu estou agora...

Sabes bem

Sabes bem a quem me sabe
(e eu odeio o teu cabelo)
nesse saberes-me que é sabor da minha vontade
(e eu odeio o teu mundo)
sabes bem que te sei a sabor da saudade
(e eu odeio o teu apelo)
que é o sabor que antecipo como sabor da verdade
(e eu odeio o teu ciúme)
no saber da nossa verdade sabes-me com sabor a cobarde
(e eu odeio o teu nome)
sabes bem e eu sei que bem sabes
(e eu odeio a forma como me deitas em chão solene)
mas sabes tão bem que eu ando ao sabor da tua palavra
(odeio a forma como me consegues desarmar)
o sabor da tua palavra, minha, sozinha se soletra
(e eu odeio tentar e tentar e não te conseguir odiar)
sabes bem
(odeio-te)
que sabes a amor
(odeio-te)
e sabes ao amor
(odeio-te)
que é sabor de mais ninguém.


A Sauna

Ficção, Conteúdo Adulto - De Marco Abujamra - 2003 - 15 min

Com Samir Abujamra, Bruce Gomlevsky, Expedito Barreira, Fernanda Bond, Thaís Tedesco, Pedro Gomlevsky, Yasmim Gomlevsky

"Conheça o filme mais exibido no Porta Curtas em 2007: Sexo, desejo e traição mudam completamente a vida de um jovem pai de família.
Um pai de família não resiste a tentação e trai sua mulher. O problema é que ele não esperava que aquela noite de dor e prazer pudesse mudar todo o rumo de sua vida."



Link directo para o filme aqui.

27 novembro 2009

Workshop para ELAS e para ELES Este Natal a sua intimidade tem outro brilho...APOSTE na SUA INTIMIDADE


Finalmente a pedido de muitos, os primeiros (espero) de muitos workshops para eles e elas... Estes são já dia 6 de Dezembro, Domingo nas instalações da HUG (Linda-a Velha).

Objectivos Gerais:

Sensibilizar para as dificuldades e problemas existentes na intimidade ao longo da relação. Desmistificar tabus e preconceitos. Incentivar a quebra da rotina na relação. Promover a mudança na relação sexual dos casais.

Objectivos Específicos:

Identificação das zonas de prazer. Compreensão da resposta sexual. Compreensão das mudanças ao longo do relacionamento, primeiras experiências, maternidade, o envelhecimento. Como lidar com os problemas mais comuns, problemas e disfunções sexuais? Estratégias para quebrar a rotina na relação sexual. Apresentação de cosmética erótica e produtos sensuais que podem mudar a sua vida íntima.

O valor da inscrição pode ser convertido num produto sensual à sua escolha…
Um mimo para si neste Natal, para que a sua vida íntima ganhe um brilho especial…

Este workshop conta com a colaboração das empresas HUG e SensualEmotion. Esta última estará presente com uma exposição de produtos sensuais, onde poderá aconselhar-se e adquirir os presentes com que surpreenderá o(a) parceiro(a) este Natal.

Corpo


Hoje quero vaguear
Quero ver-te
Quero olhar-te
E quero dizer.

Avanço na avenida
O pensamento percorre-te
E tu distraído
Reparas em mim.

Lambes-me os dedos,
O pescoço
E deslizas o teu sexo
Como se me descobrisses

E o teu tesão acentua-se
Na proporção directa
Do meu frenesim.

Envolvemo-nos
E nunca sabemos como acabamos…

Foto e poesia de Paula Raposo

As verdadeiras «Scissor Sisters»!

Que bela caixinha com uma tampa com duas meninas entrecoçando-se... na minha colecção.



Contos de fadas? Contos de fodas são melhores.


26 novembro 2009

Luís Gaspar lê poesia erótica como sempre... mas agora em video

Judith Teixeira - «Volúpia»

Derrotas

Levantava-se mais cedo que o mundo. Engolia o café a custo, pequenos goles que se arrastavam na garganta a descerem empastados pelo fluido da solidão que o mantinha engasgado. Apeteceu-lhe acordar a mulher. Abraçá-la e cheirar a sua combinação azul, macia, tão macia. Dormia, respirava pesadamente - certamente do ar que os rodeava, não devia ser apenas imaginação dele, aquele peso de uma densidade cinzenta e infeliz - ainda bela, ainda perfeita, agora perfeitamente distante e amorfa, alheada dele no seu vestido de frigidez completa. Cheirava ao amante, certamente um novo, o perfume e as feromonas masculinas eram diferentes. Acariciou-lhe o cabelo longo, beijou-lhe o pescoço de gazela. Ela balbuciou o nome do amante anterior. Amaldiçoou a boa sorte que lhe trouxe fortuna. Foram tão felizes no pequeno apartamento, lutavam os dois, lado a lado e abraçavam-se todos os dias. Suavam juntos. Conseguiu. As noites no escritório. As ausências. O cansaço. O afastamento. Sua culpa. Deu-lhe jóias, deu-lhe carros; ela perguntava se ele chegava cedo, se jantavam juntos. Afastou-se dele, lentamente. O homem derrotado pela vitória levantou-se da cama, onde se tinha sentado. Saiu devagar, fechou cuidadosamente a porta para não a acordar. A meio da ponte pediu ao motorista que parasse, que estava mal disposto. E voou...


A Frase

No calor da paixão, enquanto lhe enfiava a mão dentro das cuecas e lhe sentia as nádegas e o rego do cu, acho que lhe disse – acho, porque não tenho bem a certeza: “Anda… Despe-te! Despe-te e abanca-te na minha fuça!”. E ela parou. Parou imediatamente como se tivesse sido fulminada por um raio, ainda que não tivesse caído para o chão a fumegar. Parou e, por um momento, olhou-me fixamente como, além da surpresa de ter sido atingida por um raio, descobrisse de repente que estava a beijar um alienígena – eu, pelo menos, sob o olhar escrutinador dela senti-me como se fosse de Marte.
E eu também parei, claro – era ridículo continuar sozinho – mas não percebi a razão da paragem abrupta, pois, claramente, ela não tinha sido abrasada por um raio, nem eu sou de Marte – ainda que, às vezes, consiga levá-las à Lua.
Então, depois do curto mas confrangedor silêncio que enquadrou a inexplicável interrupção do nosso caminho para o satélite, do olhar nada devoto com que me brindou como se eu tivesse dito alguma coisa espantosa, ela tentou conter uma onda de risinho nervoso que explodiu em tão descabidas quanto sonoras gargalhadas, entre pedidos de desculpa e tentativas infrutíferas de abafar com a mão na boca as gargalhadas que não paravam. E eu já nem me sentia de Marte, não percebendo nada de nada, nem o motivo de fosse o que fosse, parecia-me que tinha passado a infância, a adolescência e quase toda a idade adulta em Urano ou coisa parecida. “Mas que fiz eu? O que terei dito de tão estapafúrdio que a leve a isto?”, perguntava-me em ânsias, afogado na dúvida, na sexualidade interrompida e na certeza de que nada daí em diante iria ser como eu previra.
E, claro, ainda que já o antecipasse, também não percebi a razão do “desculpa-me, não consigo” que ela disse enquanto se levantava e compunha sem parar de rir – menos os olhos, que me parece que os olhos dela nunca riram como a boca, o corpo ou a garganta; os olhos nunca abandonaram uma espécie de desolada e opaca irritação que ganharam depois de um primeiro e fugaz brilho de espanto.
“E eu fico assim?” perguntei, perplexo mas com bons modos que não me apetecia manter.
Ela olhou-me e as pálpebras ainda se afastaram um pouco mais, se isso era possível, o que eu, pensando agora à posteriori e lembrando-me do seu primeiro olhar, duvido muito. “Assim como?” perguntou sem parar de rir, enquanto endireitava a saia e repunha as cuecas no seu sítio.
E eu calado, sem perceber o motivo da interrupção, sem compreender a razão do esfriamento gargalhado da paixão, sem entender o motivo de ela em vez de se despir estar a compor o que ainda mantinha vestido, procurava com esforço e concentração normalizar a respiração, que o afogueamento não é uma boa base para iniciar um diálogo.
Há anos assim, de seca e penúria, como se as calotes polares já tivessem derretido e andássemos todos em calções e camisolas de cavas aos buraquinhos à espera de uma pinga de chuva e, de repente, quando estamos na rua a apanhar os primeiros pingos na tromba, numa felicidade inominável, num expectativa deslumbrada, apanhamos com um bloco de gelo em cima que nos esmaga todos os ossinhos, que nos congela quase instantaneamente e que nos mirra o membro para proporções microscópicas. Não sei se ela é do bloco mas que me esmigalhou todinho, lá isso esmigalhou.
Se ainda não perceberam nada do que se estava a passar e chegaram até aqui, tenho de vos dizer duas coisas: a primeira é que vos gabo a paciência, a segunda é que vos estais a sentir um pouco como eu me senti: perdido, aparvalhado e arrependido de estar ali – no vosso caso, aí.
Se, por acaso, chegaste agora, segue daqui que eu resumo: homem, mulher, sozinhos, beijos, amassos, mãos exploratórias, roupa a começar a sair, até que ele lhe diz “abanca-te na minha fuça” e, depois, silêncio, imobilidade e, de repente, risos, perplexidade, risos, perplexidade… já deves ter percebido e se queres continuar estás por tua conta e risco.
Agora que uma pausa emperrou a narrativa, podia aproveitar e abrir um parêntesis para falar de sentimentos, dos sentimentos naquela ocasião, mas acho que não vale a pena; se os havia acabaram ali – ou talvez não, o que sabe um narrador, ainda que escreva na primeira pessoa?
Fechado o parêntesis e ultrapassada a pausa para o narrador se dirigir a vossas excelências, poderia seguir a narrativa mas a realidade – a realidade é tantas vezes tão bisonha, tão absurda, tão marcada por uma frase infeliz, por um gesto de que logo nos arrependemos. A realidade é má e atropela-nos! – A realidade, dizia, é que não há mais nada para contar. Nada.
É certo que ainda houve coisas mas nada mais foi o mesmo, os olhos dela não ganharam brilho, eu não percebi nada (e continuo sem perceber) e o que houve – que é como se não tivesse havido – foi feito a despachar: vamos lá a acabar com isto e adeus.
Que pouca sorte a minha...

Outra de padres...


Bispo do Porto diz que casamento entre homossexuais exige "(re)flexão".

Género, número e grau


Alexandre Affonso - nadaver.com

25 novembro 2009

Flor de Luna

Como terra húmida e temperada
Pincelo uma lua
Na tua boca
E no teu sorrir-me
em forma d' espelho
cintilam brilhos refractários
difundidos pelos teus dentes
trincando-me com os luares
advindos dessa doce seiva
de pronome tu
de nome incansável à minha fala
mastiga-me,come-me,
quase te imploro !
rebenta-me em movimento espasmódico !
sinuoso delírio dum despertar-te
quando o crepúsculo adormece
e rendida
despedida de cansada
a noite falece
engolida pela luz ainda disfarçada
da manhã despontando
na dobra
da mais colorida,espessa e vital flor :

- A junta das tuas coxas escorrendo ...

Enquanto , num tom de epopeia
o sino da Sé,
ao longe,
se une ao cantar do galo...

Luiz Sommerville

É a minha estreia... não são palavras minhas mas foram-me enviadas há uns tempos e achei que este era o sítio perfeito para as partilhar. A todos vocês um muito caloroso: "Olá! É bom estar aqui neste cantinho!" :)

Um padre do Carvalho

O padre da aldeia do Carvalho (Celorico de Basto) fugiu sem deixar rasto com uma jovem da terra, acabada de completar os dezoito anos de idade.
A população local, ainda que atónita com este despir da batina, parece relativamente conformada e houve até quem perante as câmaras de televisão tenha afirmado que o padre nosso (deles) ao fazer o que fez acabou por ser muito homem, explicando que muitos no seu lugar não teriam coragem de assumir assim a relação pecadora (o que diz muito da imagem do clero nos dias que correm).
Sendo pouco provável que ainda seja virgem, esta jovem maria, bem como o seu ex-celibatário josé, é igualmente de esperar que exista nesta altura entre o casal alguma crise de fé.

Rasga-me a razão


Escuta o pulsar
Deste meu corpo
Que se tinge
No teu lirismo
E se derrama
Na minha pele

Rasga-me a razão
E tolhe-me os sentidos
Acolhe-me na paixão
E na suavidade
Dos teus gemidos

Desnudo-me enquanto
Aguardo por ti
E pelos ensejos delirantes
Do fogo que despertas em mim

Maria Escritos - blog Escritos e Poesia

Foto de Carlos Pereira do Álbum "W"

A posta precoce mas nada prematura

Tinha ouvido um médico referir essa nova expressão e até ouvi a sua explicação num noticiário qualquer acerca da pertinência desta troca.
Dizia ele que basta aplicar o conceito de precoce a uma criança, por exemplo. E visto dessa forma até faria sentido, mas eu preferi interrogar-me porque é que numa língua onde se chamam coisas tão feias a coisas tão bonitas logo haviam de se debruçar sobre esta...

Na interpretação literal, precoce e prematuro implicam algo que chega antes do tempo previsto ou “normal” para esse algo acontecer. Nesse caso querem dizer praticamente a mesma coisa.

Contudo, se deixarmos as crianças de fora de um tema mais para adultos ocorre-nos pensar que o problema em causa não se compadece de correcções na nomenclatura.
Ejaculação precoce seria a de um puto com quatro anos, ainda que só acontecesse duas horas depois de estimulada. E se esse puto tivesse nascido aos seis meses de gestação até seria mais razoável chamar-lhe prematura (à ejaculação, não ao puto). Mas em ambos os casos estaríamos perante um fenómeno digno do 24 Horas ou da TVI e o exemplo em causa volta a meter menores neste debate em torno da cena.
Uma ejaculação prematura será, portanto, aquela que nasce antes do tempo previsto. Até aí tudo bem. Mas então vamos lá falar de rigor científico: que tempo é esse? Vinte minutos? Meia hora? Hora e meia?
Não creio que alguém esteja em condições de me responder a essa pergunta, até porque depende da perspectiva e estou certo de que as minhas em cinco minutos, quando as obtinha a sós e à pressa para não ser caçado, não eram prematuras mas se transportarmos esses mesmos cinco minutos para estes dias podiam chamar-lhe precoce, extemporânea ou outra coisa qualquer que no final iria sempre ter que lhes chamar um grande transtorno ou uma enorme maçada.
Quero com isto dizer que me preocupa que a malta ande à procura de nomes porreiros para dar ao problema em vez de se debruçar sobre a respectiva resolução, num tique bem portuga mas que só resulta em esbanjamento desnecessário de tempo e de cornadura.
Por outro lado, o novo nome não facilita de todo a vida às vítimas do sucedido. Precoce ou prematura vai ser sempre complicada de assumir na condição, de verbalizar essa realidade tão confrangedora que o povo parodia com a célebre é tão bom, não foi?.
Mas basta-nos imaginar um cromo qualquer debruçado sobre o tema: é pá, isto de ejaculação precoce não soa nada bem. Xacávêr se arranjo uma alternativa porreira...
Qual terá sido o processo de raciocínio? E a motivação?
E uma pessoa tentar visualizar tudo isto e ao mesmo tempo pensar que o bacano achou que “ejaculação” estava bem e nessa parte não seria preciso mexer?

A Eterna Guerra



Capinaremos.com

24 novembro 2009

de encontro ao 12º Encontra-a-Funda...


...este demorou, mas era importante que alguém repusesse a verdade em alguns... dos factos.

Conto simples

Amanhecia quando abandonou as ruas desalmadas. Já a queimava o sol quando entrou em casa. Doze machos que a atravessaram, de onze já nem se lembrava, tinha guardado a memória na carteira. Apenas uma reminiscência do agitar frenético e violento em cima dela, dos caninos salivados e brilhantes no escuro. Ah! Mas o décimo segundo! Foi ela que se agitou frenética, lânguida na sua brandura. Permitiu-se, apenas uma vez, sonhar um bocadinho. E, dessa que era a décima oitava (sim, contava-as desde que se conheceram) devolveu, às escondidas, a memória que costumava guardar na carteira, ao bolso do casaco dele. Em troca levou a recordação para casa.





Tributo


3 páginas - basta ires cricando em "next page" a partir da página inicial acima

oglaf.com

Garm's Kiss

Durante vários meses publiquei aqui, com a autorização do blog Garm's Kiss, videos que muita malta achou pornográficos... mas eu não. As imagens (fotos e videos) do blog Garm's Kiss reflectem o que para mim distingue a pornografia (sexo pelo sexo) do erotismo (amor pelo sexo).
Sugiro que descarreguem* e apreciem alguns exemplos (têm mais no menu lateral do blog) de trabalhos deste senhor da arte erótica:




See me touch me!



Taste me eat me!



Markus [video mp4]


E esta delícia, uma espécie de revista «Gina» dos tempos modernos:

Guess who's coming for dinner - Dirty picture book

* Estes links vão para a página do Rapidshare. Se não tens conta lá, crica em "Free user", espera o tempo indicado até teres acesso e crica finalmente em "download".

23 novembro 2009

Cinemateca Portuguesa - «Marilyn Chambers e o porno dos anos 70»

Avisa o Fin:
"Ciclo: Filmes para adultos dos anos 70 - Semana do porno vintage
Se fossem exibidos na televisão teriam direito a bolinha vermelha, mas a
Cinemateca Portuguesa vai passá-los em horário nobre, ainda que deixe o aviso de que as sessões são para maiores de 18 anos.
Entre hoje e quinta-feira, o ciclo ‘Marilyn Chambers e o Porno dos anos 70’ recupera obras que geraram polémica, mas também muito dinheiro.
O objectivo é lembrar que a pornografia também tem lugar na história da Sétima Arte porque, antes dos DVD e da internet, muita gente foi às salas para ver cenas de sexo explícito. O VHS acabou com o género de massas no grande ecrã, mas, lembra a Cinemateca, 1972 foi “o ano da visibilidade cinematográfica” da pornografia com o sucesso global de ‘Garganta Funda’.
O filme em que Linda Lovelace ‘sofre’ por ter o clítoris na garganta ainda é o mais rentável de sempre: custou 14 700 euros e gerou receitas globais de mais de 400 milhões de euros. A Cinemateca exibe-o quarta-feira, às 22h00"
Programação aqui (a partir da página 22, ao fundo)

Oral Sex Gel


Conforme prometido à São; após experimentar o gel que figura na imagem, tenho a dizer que o gel não é bem gel - porque é mais líquido que o gel - mas não se evapora e basta utilizar pouco de cada vez, para o efeito pretendido.
O efeito pretendido é o que cada um quiser, mas mais na base de lubrificar e ter um sabor agradável.
O sabor é um pouco ácido e digamos que podemos passar sem este produto. Podemos utilizar a saliva e o sabor do utilizado (!) é mais agradável do que este, suposto - tropical.
O frasco embora só tenha 30 ml poderá durar alguns dias (dependendo de quantas vezes o usam) porque a quantidade a utilizar por cada vez, é mínima.

Obrigada pela atenção dispensada.
Paula Raposo
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Esta foi uma das muitas prendinhas deste ano da Erosfarma, que desde sempre apoia os Encontra-a-Funda.

A minha colecção - especial 12º Encontra-a-Funda

Já não bastava o 12º Encontra-a-Funda ter sido um excelente dia (e noite) de convívio e a malta ainda me apaparica com miminhos, só porque sabe que me deixa toda ensopadita.
Vejam lá se não é caso para isso (e às tantas até para usar fraldas).
Actores no Mercado da Fruta das Caldas da Rainha fizeram-me semear arroz num tapete de relva artificial. Não admira que as senhoras levantassem a saia com afrontamentos, porque o que nascia era só disto:


Há algum tempo o OrCa mostrou-nos um suporte de garrafa com um desenho do Galo das Caldas. Pois desta vez levou-o... e ofereceu-mo:


A Mana Li também já me tinha falado de uma secção da estátua do David que comprou de propósito em Itália para a minha colecção.


A São «Afonso» deixou-me sem palavras com uma surpresa que levava no colar (colar esse que o Car(v)alho nem tinha reparado que ela usava): um porta-chaves articulado em prata com um sistema de corrente que, puxando, transformava um pirilau murchito...


... num enchido que até parece ter osso:


Aqui, o início da demonstração em plena rua (com a vantagem de não nos dispersarmos por nenhum decote, pois a foto só apanha o porta-chaves... e dedos):


Bem de longe - oferecido pelo Jorge, meu amigo e sócio de Caria - trouxe o Katano esta enorme e túrgida cabaça (a que eu prefiro chamar cabiça, por razões... poéticas), associada a uma lenda que me deixa encantada. É assim:
"A cabiça é oriunda de Babe, no Nordeste Transmontano, e reza a lenda que, aquando da chegada de D. Filipa de Lencastre para contrair casamento com D. João I ao abrigo do Tratado de Babe em 1387, a nova rainha portuguesa não vinha muito convencida.
Ora, conta-se que após ter passado algum tempo em Babe, Filipa de Lencastre perdeu-se de amores (e quiçá de calores) pelas terras portuguesas, havendo quem aponte aos prodígios vegetais de Babe as razões para tamanha explosão de apreço". Digam lá que não é um mimo...


Como nem tudo o que é bom é oferecido, lembram-se de uma peça... digo, piça... verde com um casal abraçado a fazer o pino, na Galeria Osíris, que eu disse na altura ser para mim a peça mais bonita que tinha visto em toda a Mostra? Pois o autor, Vítor Pires, meu confrade na Confraria do Príapo, já a tem reservada para mim, logo que termine a exposição e eu passe por lá buscá-la. Que maravilha, Noé?

Quem nunca lhe aconteceu isto que se ria!

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22 novembro 2009

Ninguém

Ninguém nos pode cavar,
no quarto de terra
onde nos enterrámos um no outro.
Ninguém nos pode atonar
no quarto de mar
onde nos afogámos um no outro.
Ninguém nos pode pacificar
no quarto de guerra
onde nos rendemos um no outro.
Ninguém nos pode aterrar,
no quarto de ar
onde nos alámos um no outro.
Ninguém nos pode arear
no quarto de pedra
onde nos concretizámos um no outro.
Ninguém pode.
Ninguém nos pode...

Eu sei que às vezes exagero...

... mas não resisto a comprar peças que certamente foram criadas com a mais inocente das intenções mas que têm um toque de malícia, pelo menos para mim. É o caso desta pulseira para criança, que já faz parte do núcleo das "malandrices sem querer" da minha colecção.

Tudo tem uma explicação racional


crica para visitares a página John & John de d!o

21 novembro 2009

Baratinando-te



Faz de conta que te conheço
Porque não conheço
Apareces subitamente
Na minha vida
Como se fosses o único
Sobrevivente
De um planeta qualquer

Eu faço de conta que sei quem és
E baratino-te as ideias
Pensas que vais por ali
E eu trago-te para aqui

E o melhor é que vens
Manso e convencido
De que a vida é isto
E a vida é só uma ideia tua
Baratinada por mim…

Foto e poesia de Paula Raposo

Cartas de jogar do Museu do Sexo da China

Nenhuma muralha (nem aqui nem na China) vedou o acesso deste jogo de cartas eróticas à minha colecção.






«C'est quoi, être une femme?» - documentário de Agnès Varda

"Sexualité n'est pas sexshop".


20 novembro 2009

A foto que junta a temática do Natal com a temática da cenoura

É caso para dizer, se ainda não é Natal...

Visto em Fail Blog

Luxúria

Ainda não consegui a suprema ascensão
à beleza contemplativa do platonismo,
esse júbilo do belo, ao espiritual onanismo
chamo, assanhada, infinita masturbação.
Quero ser pupila de ti, meu Mestre ancião,
sou de osso, quero carne; e tu, nesse sadismo,
queres roer as palavras, salivar o lirismo,
eu quero ser alimentada e morder-te a mão…

Mas quem és tu, afinal, mulher? Sou animal,
sou sexo, sou luxúria arfante, sou como tu,
serei como queiras, sou chão, cobre-me, nu,
e serei sempre como sou, presa e rum fatal;
Vem cá, vem sem medo, prometo fazer-te mal,
sou frágil, terna, funda, eu serei o teu abismo,
sou a pura, maternal, entrego-me em comunhão,
desmonto-te depois e condeno-te ao ostracismo…



______________________________
O Charlie ode com tusa:
"Ai, luxúria, luxúria.
Que ainda houve
quem te pegasse ao colo
e te fizesse guloseima
entalada de mão morta
entre o bigode do Adolfo e
as gulas do Canibal..."

A Joana Well ode mesmo sem musa (nem precisa dela):
"Ai, poesia, poesia,
que quem soube
enrolar-te em luxúria
fez de ti guloseima
a escorrer pela mão aberta
entre as pernas de Afrodisia e
as gulas de sua caverna..."

O Santoninho não pode ver uma poetisa sem musa que fica logo com tusa:
"Dois estilos... é à escolha da freguesa! Bai sardinha fresquinha, é das Caxinas, freguesa! Sardinha tesa, freguesa, tesa como um carapau! E como o pau do meu home, que me não deixa com fome, e todo o dia à tardinha me arruma com o carapau para cima da sardinha! Ora, tomem lá mais esta!

Amo o bronze, o cristal, as porcelanas,
Os vitrais de esfuziantes cores,
Tapeçarias pintadas de ouro e flores,
Espelhos como águas venezianas.

Amo também as belas castelhanas,
a canção dos antigos trovadores,
os corcéis da Arábia, voadores,
da Alemanha as baladas mais arcanas,

o rico piano de marfim sonoro,
o ressoar do corne na espessura,
do frasco esguio tão fragrante essência,

e o leito de marfim, sândalo e ouro,
em que deixa a casta formosura
a flor sangrenta de sua inocência.
- - - - - - - - - - - - - -
Desmontar... até que pode!
Se cona tem de ventosa?
Meu piço a fode, a fode,
E fêmea fodida só goza!

Ostracismo, querias tu...
E mais as ostras da São!
Eu cá... prefiro o cu,
E foder até mais não!

Onanismo... de Sodoma?
Hedonismo... de Epicuro?
O que queres é que eu te coma

O fruto que tens maduro
Que entre as pernas assoma
E deixa o meu piço duro!"


A Joana Well dá uma rapidinha, que tá com pressa:
"Que se amem as jovens damas,
de pele tão alva, a sugerir odores,
a sonhar com viris amores
a quem entregar as carnes rosadas.

Que se amem as mal amadas
e os seus mal saboreados sabores;
os seus credos são tentadores
quando à cama são jogadas!

Um forte tronco profano,
o seu vibrato rasga-lhes a armadura
e submete-as à urgência,

e num corpo de jasmim, de peito sem dono,
largarás terna loucura,
o líquido espesso da tua incandescência."

GERALDINE

19 novembro 2009

Imagem Poderosa

Quem Ensina?!



Art or Porn - You Decide

A garrafada...


Fui ainda a tempo de desviar a cara para o lado antes que uma garrafa ainda meio cheia de cerveja me atingisse em cheio, embatendo atrás de mim, na parede forrada até meio com ripas de madeira escurecida de verniz já muito sovado, sem brilho e estalado, por onde parte do conteúdo do vasilhame ficou a escorrer.
- Só me trazes para sítios destes - disse quase a gritar ao meu companheiro de farras antes de sairmos apressadamente daquela casa de putas onde tinha estoirado a sessão de pancadaria.
- Ainda bem que o gajo não reparou que foste tu. – disse ele já na rua em jeitos de evitar que me adiantasse a pregar-lhe um bom par de estalos.
- Sacana! Então tu é que começaste com a porra dos recados e a atirar papelinhos, e vens dizer que fui eu?
- Epa...'Tás a ver como foste tu?
- Eu?!....'Tás parvo...!
- Sim! Não vês como tu é que és um parvo que só me arranjas enleios?
- Eu?!... Enleios?! Mas se foste tu quem andava a atirar os...
- Raios te partam! Se fosses um gajo como deve ser tinhas logo sacado a gaja que te estava a fazer os olhinhos e não seria preciso eu estar a safar-te a jogada, meu panhonha da porra!
- E quem te disse que eu queria ir com a gaja? Com aquela ou com qualquer outra dali, daquela choldra?
- Além de parvo ainda te armas em esquisito...
- Não é ser esquisito, mas...
- És esquisito, sim, vai-te foder!
- Escuta, ó merdas! Seja como for, foste tu a acertar com o papelinho dentro do copo de uisque do careca, não fui eu, por isso vai lá à bardamerda com a tua tirada.
- Heeehe... foi boa a parte em que o gajo pensava que era o tipo dos brinquinhos que estava na outra mesa logo ao teu lado.
- Pois mas aquilo ensarilhou-se tudo uns com os outros e eu é que quase levava com uma garrafa nos queixos..
- Também diz-me lá o que farias se te caísse o que ele apanhou dentro do copo.
- O quê? Um papelinho?
- Não... Um preservativo...

Charlie

Casal da China talhado em jade

Sim, sim, uma bela peça... que já está na minha colecção.