Sempre fui muito fraco na hora de fumar o cigarro pós-sexo. Presumo que tal se deva ao facto de não fumar. Essa assincronia social sempre me deixou algo inferiorizado em tais cruciais momentos. E o caso não é para menos se imaginarmos a cena: a busca patética de um isqueiro não existente, o tactear titubeante pelo maço de cigarros não presente, tudo isto num momento de suposta glorificação e segurança en si mesmo, são momentos de um constrangimento avassalador quando temos sobre nós assestado um olhar tranquilamente avaliador e apenas é remível através do acto singelo de nos virarmos para esse olhar e começarmos tudo de novo... uma vez mais, até chegarmos àquele momento de constrangimento e começarmos tudo de novo... até chegarmos, afinal, àquele momento de constrangimento e começarmos tudo de novo... até chegarmos, ainda uma outra vez, àquele momento de constrangimento e começarmos tudo de novo... até chegarmos, irremediavelmente, àquele momento de constrangimento e começarmos tudo de novo... até chegarmos, inevitavelmente, àquele momento de constrangimento e começarmos tudo de novo... até...
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Uma por dia tira a azia