"Foi entre garfadas de arroz com maionese de wasabi que olhei para duas crianças que estavam sentadas não muito longe, acompanhadas pelos pais, levando-me a comentar o corte de cabelo delas – as crianças -, pente zero ou perto de zero de lado, e em cima cabelo comprido como que lambido por uma vaca. Comentei: já viste o cabelo daqueles rapazes? Aquilo está muito para lá de um corte de cabelo “à foda-se”.
Nessa altura desceu em mim uma revelação. Tive uma epifania. Estamos limitados pelo foda-se. Na verdade, o foda-se é como o limite do Universo. Para lá do foda-se só está o vazio, o nada, o “não ser”. Em suma, o foda-se marca o limite. Para lá dele, verbos como ser e estar não se aplicam. São as trevas.
A língua portuguesa é extremamente rica. Tanto, que é possível dar-lhe grandes pontapés e ainda assim parecer selecto na escrita, é possível usar as entrelinhas para lá esconder palavras preciosas que pouca gente consegue ler. Na língua portuguesa tudo se diz, tudo se faz, e com grande qualidade. Mas não se conhece palavra que substitua ou vá além de um foda-se quando toca a qualificar o limite de alguma coisa. Quando tudo está perdido, está tudo fodido. Mas, se nos precipitarmos e dissermos que está tudo fodido antes de a coisa piorar, como fazemos? Há mais alguma coisa para lá de fodido? Se vemos algo de inacreditável exclamamos um sonoro foda-se. Mas e se logo a seguir virmos algo ainda mais inacreditável? O foda-se está gasto. Há alguma coisa que possa dizer-se a seguir a um incrédulo foda-se que o ultrapasse? Que lhe adicione dimensão? Valor? Não. O foda-se é um limite intransponível. Não há como estar mais fodido do que fodido. Uma foda não é cumulativa. Nós não estamos pouco ou muito fodidos. Estamos fodidos e pronto! Ninguém diz “estou muito fodido”. Ninguém diz “foda-se esta foda”. Não. Há a normalidade, há o momento do foda-se, e há o silêncio.
O cabelo das pobres criancinhas, como que lambidas pela língua de uma vaca, não pode estar para lá de um cabelo “à foda-se”. Seja isso o que for – as explicações variam -, um cabelo “à foda-se” é o limite. Se o delas, ao meu olhar, me pareceu incrível, terá sido isso, ou até menos, mas nunca além de.
O ridículo não conhece limites. A estupidez não conhece limites. Há muitas coisas que, comprovadamente, não conhecem limites. A foda sim, a foda conhece limites. A foda é o limite."
João
Geografia das Curvas
31 agosto 2012
A posta da cabeça aos pés
Ela: Porque insistes em mimar-me tanto com palavras?
Ele: Foi a única solução que os meus lábios encontraram para beijar uma parte dos teus encantos que lhes está inacessível.
30 agosto 2012
Gata em telhado...
Gabriela, telenovela da Rede Globo, de 1975
(adaptação televisiva do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado)
blog A Pérola
«A Giocona» - Patife
Patife
Blog «fode, fode, patife»
29 agosto 2012
pétreo
(...) Tesões estalam. Minhas bocas abertas. Resplandecente. Gritando. Desenfeixam-se membros erectos nos bravos delírios de um ventre. Acendem-se camas embrionárias e tornam-se geometricamente vermelhas, nos bosques do erotismo, onde crescem jardins leves e ardentes, em buracos fortes, pulsantes ao som firme, nas frutas redondas que descem em bocas maduras. Numa elegância violenta. Magnífica. Expelida nos coitos e nos anais do mundo.(...)
Luisa Demétrio Raposo
Luisa Demétrio Raposo
[Blog Vermelho Canalha]
«chuva» - bagaço amarelo
Encontrei este anúncio quando pesquisava, na internet, a história duma das marcas mais emblemáticas de sempre para quem gosta de equipamento de fotografia e cinema vintage: a Bell & Howell. Em 1959, ano da revolução cubana, a Sabrina apresentava assim o novo projector de slides desta marca americana. Sinceramente, a esta distância temporal, não estou a ver quem é a Sabrina, mas percebo imediatamente a sua escolha para esta publicidade muito pouco subtil. É que os projectores de diapositivos não devem apanhar chuva. Só pode ser por isso...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
As coisas não são sempre o que parecem
Anúncio no Japão ao Toyota Auris (conhecido como Corolla, na Europa), com o/a modelo transsexual Stav Strashko, de 19 anos, da Ucrânia.
O slogan é «Não segue a tendência, não é informal, não é para todos»
O slogan é «Não segue a tendência, não é informal, não é para todos»
É preciso não meter água!
Náiades
2 páginas (cricar em "next page")
oglaf.com
"Náiades são ninfas aquáticas com o dom da cura e da profecia e com certos controles sobre a água. Assemelhavam-se às sereias e, com a voz igualmente bela, elas viviam em fontes e nascentes ou até cachoeiras; deixavam beber dessa água, mas não se banhar delas, e puniam os infratores com amnésia, doenças e até com a morte." [Wikipédia]
28 agosto 2012
Poesia medieval dita por Luis Gaspar - «Luzia Sanchez» de João Soares Coelho
O nosso amigo da voz d'ouro, Luís Gaspar, do Estúdio Raposa, preparou uma prendinha para quem gosta de poesia: o iBook «Coletânea de Poesia Portuguesa - I Volume- Poesia Medieval, disponível no iTunes Store - Livros - Luis Gaspar por um preço que é praticamente à borla.
Deixo-vos aqui um aperitivo, «Luzia Sanchez», uma cantiga trovadoresca de escárnio e maldizer, da autoria de João Soares Coelho:
Poesia Medieval III - Luzia Sanchez from Luis Gaspar on Vimeo.
João Soares Coelho (1200-1278) foi um Rico-homem e cavaleiro
medieval do Reino de Portugal e do conselho real do rei D. Afonso III.
Luzia Sánchez, estais em grande falta
comigo, que nom fodo mais nada senão
uma vez; e, pois fodo, se Deus me valer
fique disso afrontado bem por três dias.
Por Deus, Luzia Sánchez, Dona Luzia,
se eu vos pudesse foder, foder-vos-ia.
Vejo-vos deitar comigo muito defraudada,
Luzia Sánchez, porque não fodo nada;
mas se eu com isso vos satisfizesse,
pois eu foder não posso, peidar-vos-ia.
Por Deus, Luzia Sánchez, Dona Luzia,
se eu vos pudesse foder, foder-vos-ia.
Deu-me o Demo esta pissuça cativa,
que já nem pode cuspir saíva
e, de certo, parece mais morta que viva,
e se lh’ardess’a casa, não s’ergueria.
Por Deus, Luzia Sánchez, Dona Luzia,
se eu vos pudesse foder, foder-vos-ia.
Deitaram-vos comigo para mal dos meus pecados
pensais de mi coisas tão desconcertadas,
cuidais dos colhões, que tragu’inchados,
porque o são com foder e é com doenças
Por Deus, Luzia Sánchez, Dona Luzia,
se eu vos pudesse foder, foder-vos-ia.
Deixo-vos aqui um aperitivo, «Luzia Sanchez», uma cantiga trovadoresca de escárnio e maldizer, da autoria de João Soares Coelho:
Poesia Medieval III - Luzia Sanchez from Luis Gaspar on Vimeo.
João Soares Coelho (1200-1278) foi um Rico-homem e cavaleiro
medieval do Reino de Portugal e do conselho real do rei D. Afonso III.
Luzia Sánchez, estais em grande falta
comigo, que nom fodo mais nada senão
uma vez; e, pois fodo, se Deus me valer
fique disso afrontado bem por três dias.
Por Deus, Luzia Sánchez, Dona Luzia,
se eu vos pudesse foder, foder-vos-ia.
Vejo-vos deitar comigo muito defraudada,
Luzia Sánchez, porque não fodo nada;
mas se eu com isso vos satisfizesse,
pois eu foder não posso, peidar-vos-ia.
Por Deus, Luzia Sánchez, Dona Luzia,
se eu vos pudesse foder, foder-vos-ia.
Deu-me o Demo esta pissuça cativa,
que já nem pode cuspir saíva
e, de certo, parece mais morta que viva,
e se lh’ardess’a casa, não s’ergueria.
Por Deus, Luzia Sánchez, Dona Luzia,
se eu vos pudesse foder, foder-vos-ia.
Deitaram-vos comigo para mal dos meus pecados
pensais de mi coisas tão desconcertadas,
cuidais dos colhões, que tragu’inchados,
porque o são com foder e é com doenças
Por Deus, Luzia Sánchez, Dona Luzia,
se eu vos pudesse foder, foder-vos-ia.
Eva portuguesa - «Cobardia»
Acho piada que aqueles que fazem comentários negativos, ofensivos, ordinários até no meu blog, nunca se identifiquem...
Pura cobardia!
Para além da ignorância de quem não sabe do que fala, do preconceito que revela uma falsa moral, ainda são cobardes!
E criticam, ofendem, mas lêem...
Então, para vocês, é escusado responderem, pois os comentários estão sujeitos a moderação e esses são logo considerados spam.
Já uma vez, quando foi feita uma denúncia a um senhorio numa casa onde trabalhei, também foi anónimo!
Claro que, para além de toda a maldade que estas situações encerram, ao mesmo tempo esta cobardia revela alguma moralidade... duvidosa, é certo, mas no fundo as pessoas que e quando fazem o mal, não querem ser identificadas... ou por vergonha ou por terem noção que estão a proceder mal. Isto pode ser mau pois, apesar de terem consciência de que estão a praticar o mal, estas pessoas fazem-no na mesma.
Mas, ao mesmo tempo, revela que existe uma moralidade, contrapondo-se à vergonha de praticar o oposto.
E, por muito negativo que seja uma pessoa ser imoral, é preferível a ser amoral (pelo menos no meu entender).
A falta de moral revela uma incapacidade anormal e anti-social de distinguir o que está certo do que está errado... e isto sim, é assustador! Uma pessoa que não distingue o bem do mal facilmente se torna num sociopata, não controla os seus impulsos, comporta-se como um animal, é um pária e um perigo para a sociedade e todos os que a constituem.
Já uma pessoa que pratica o mal mas sabe que o está a fazer, normalmente é uma pessoa com valores (mais ou menos correctos), em que grande parte das vezes controla esse impulso animalesco de tentar ferir quem julga ser mais fraco. E, ao fazê-lo, revela a sua própria fraqueza, bem superior à da sua "vítima", visto que não consegue exercer a sua faceta maléfica contra alguém mais forte, nem sequer procura um confronto directo, limpo e honesto... Esconde-se atrás de um anonimato e de uma falsa moral que lhe dão uma sensação de segurança e superioridade (falsas, obviamente!).
Porquê o facto de grande parte das minhas colegas não atender números anónimos?... Porque é maioritariamente daí que vêm os insultos, as frases ordinárias e as falsas marcações... Mais uma vez, cobardes que se escondem atrás de um anonimato...
A cobardia tem cara, tem nomes, tem vozes... mas estes escondem-se atrás de um manto de pseudo invisibilidade...
Só há uma coisa que eu não entendo: o que ganham estes cobardes em agir assim?....
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Pura cobardia!
Para além da ignorância de quem não sabe do que fala, do preconceito que revela uma falsa moral, ainda são cobardes!
E criticam, ofendem, mas lêem...
Então, para vocês, é escusado responderem, pois os comentários estão sujeitos a moderação e esses são logo considerados spam.
Já uma vez, quando foi feita uma denúncia a um senhorio numa casa onde trabalhei, também foi anónimo!
Claro que, para além de toda a maldade que estas situações encerram, ao mesmo tempo esta cobardia revela alguma moralidade... duvidosa, é certo, mas no fundo as pessoas que e quando fazem o mal, não querem ser identificadas... ou por vergonha ou por terem noção que estão a proceder mal. Isto pode ser mau pois, apesar de terem consciência de que estão a praticar o mal, estas pessoas fazem-no na mesma.
Mas, ao mesmo tempo, revela que existe uma moralidade, contrapondo-se à vergonha de praticar o oposto.
E, por muito negativo que seja uma pessoa ser imoral, é preferível a ser amoral (pelo menos no meu entender).
A falta de moral revela uma incapacidade anormal e anti-social de distinguir o que está certo do que está errado... e isto sim, é assustador! Uma pessoa que não distingue o bem do mal facilmente se torna num sociopata, não controla os seus impulsos, comporta-se como um animal, é um pária e um perigo para a sociedade e todos os que a constituem.
Já uma pessoa que pratica o mal mas sabe que o está a fazer, normalmente é uma pessoa com valores (mais ou menos correctos), em que grande parte das vezes controla esse impulso animalesco de tentar ferir quem julga ser mais fraco. E, ao fazê-lo, revela a sua própria fraqueza, bem superior à da sua "vítima", visto que não consegue exercer a sua faceta maléfica contra alguém mais forte, nem sequer procura um confronto directo, limpo e honesto... Esconde-se atrás de um anonimato e de uma falsa moral que lhe dão uma sensação de segurança e superioridade (falsas, obviamente!).
Porquê o facto de grande parte das minhas colegas não atender números anónimos?... Porque é maioritariamente daí que vêm os insultos, as frases ordinárias e as falsas marcações... Mais uma vez, cobardes que se escondem atrás de um anonimato...
A cobardia tem cara, tem nomes, tem vozes... mas estes escondem-se atrás de um manto de pseudo invisibilidade...
Só há uma coisa que eu não entendo: o que ganham estes cobardes em agir assim?....
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Beija-me
Beija-me os lábios carnudos
e rasga-me a roupa
com a loucura do desejo
que te toma
e t’incendeia.
Percorre-me o corpo sedento
e toma-me como tua outra vez.
Abocanha-me os seios,
aperta-me, agarra-me,
como s’eu fosse fugir...
Entra em mim erecto
e crava-me fundo, profundo,
a tua força de macho amado.
Usa-me, abusa dos segredos
e profana-me corpo e alma,
por cima, por baixo,
à frente, atrás...
Faz-me tua puta-mulher
e não faças amor comigo hoje...
Fode-me!
Vera Sousa Silva
poema do meu novo livro "Bipolaridades"
blog Palavras Soltas
Caça à raposa - copo de vidro com imagem escondida
Já tinha um copo idêntico (com uma bailarina) na minha colecção.
Este tem uma imagem de uma caçadora, com uma raposa. Olhando para a parte de trás da imagem, através do vidro do copo, vemos a mulher nua... e a raposa de olhos arregalados.
Este tem uma imagem de uma caçadora, com uma raposa. Olhando para a parte de trás da imagem, através do vidro do copo, vemos a mulher nua... e a raposa de olhos arregalados.
27 agosto 2012
«Ato Mundial contra Belomonte»
Ato Mundial - World act from brwax on Vimeo.
Este filme tem um ano mas vale sempre a pena ver uma causa bem defendida.
"A usina hidrelétrica Belomonte
a terceira maior usina hidroeléctrica do mundo, causará impacto ambiental
2X a cidade do Rio de Janeiro
80% das águas do rio Xingu serão desviadas
Mais de 20 etnias indígenas desabrigadas
Destruição do único meio de transporte para todas as comunidades
Famílias indígenas obrigadas a abandonar suas terras
«se o Xingu cair não há mas quem salve o Xingu»
Dia 20 de Agosto de 2011
Em defesa dos povos, da floresta e do rios da Amazônia
Ato Mundial Contra Belo Monte"
Moira Johnston, activista em topless
É uma boa pergunta: Por que razão uma mulher não pode mostrar o peito em locais públicos?
Moira Johnston é uma norte-americana de 29 anos que trabalha como dançarina de topless num bar na Filadélfia e que decidiu praticar topless durante todo o dia, numa campanha pessoal pelos direitos das mulheres.
[via Testosterona]
Moira Johnston é uma norte-americana de 29 anos que trabalha como dançarina de topless num bar na Filadélfia e que decidiu praticar topless durante todo o dia, numa campanha pessoal pelos direitos das mulheres.
[via Testosterona]
«os adeptos de futebol» - bagaço amarelo
Não há nada mais egoísta do que passar a noite a buzinar um penduricalho qualquer só porque uma equipa qualquer ganhou um jogo. Pior, enchem as redes sociais na internet com fotografias e frases baratas, centram a discussão pública na porcaria dum fora-de-jogo que não foi e devia ter sido, alimentam uma indústria milionária que não produz nadinha.
A má notícia para os adeptos de futebol é que só é assim porque o futebol é fácil, e quem não consegue discutir mais nada porque não chega lá, acaba mesmo a pensar no que é mais fácil e não tem interesse nenhum: o futebol. Estava tudo bem, desde que não chateassem mais ninguém.
A Rita é uma amiga minha que, a mim não me engana ela, sabe tão pouco do que passa no futebol como eu. Provavelmente sabe os resultados dos jogos porque o marido dela lhos diz. Mais nada. Mesmo assim mandou-me uma dessas frases feitas, com uma imagem azul por trás, a dizer que Ama o Futebol Clube do Porto. Não faltava mais nada do que agora virem dizer que Amam um clube qualquer, que normalmente até já nem é um clube mas sim uma Sociedade Anónima Desportiva, da qual fazem parte vários accionistas que só pensam no valor das suas acções.
Mas percebi. Finalmente percebi. Quem acha que pode Amar um clubezeco qualquer é porque anda mesmo alheado da vida. Tão alheado que nunca se apercebeu do que quer dizer a palavra Amor. Por mim podem continuar assim mas, por favor, não me chateiem.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
26 agosto 2012
Treino de bancada
Oh mana,
este teu email à beira de um ataque de nervos, lembra-me que o futebol não está erradicado das conversas nem os media que o difundam mas caramba, as manobras de diversão ainda existem.
Foi uma ideia peregrina comprares esse plasma de cento e tal centímetros, mesmo convidativo para ele se esparramar no sofá atafulhado em latas de cervejas e cascas de amendoins e pistácios. Ainda estás vestida a lamentar a tua sorte?... E se pegasses nos trajes menores e por tudo e por nada, passeasses constantemente as tuas bolas saltitantes à frente do televisor? Faz de conta que apanhas algo do chão e sem flectir as pernas, nivela-me o rabo bem pelo meio do ecrã. Senta-te ao lado dele no sofá, de cerveja na mão, a beber directamente pelo gargalo e de língua espetada sorve todas as gotas de espuma que comecem a escorrer, com pronunciados sons guturais, que os gajos emprenham muito pelos ouvidos. E quando uma gota de água escorrer da cerveja geladinha mesmo para cima dos teus seios, ou tu forçares um bocadinho para que isso aconteça, chama-lhe desmesuradamente a atenção para a desgraça que te aconteceu e te está a gelar o corpinho.
Se nada disto lhe provocar a tumescência desejada, não há como sentares-te directamente no colo,agitares as nádegas como uma gelatina e garantires o domínio da bola.
Qualquer coisinha mais, é só ligares o chat do facebook ou pegares no head set para delinearmos a táctica nesse mesmo instante.
25 agosto 2012
«conversa 1907» - bagaço amarelo
Eu - Aquele com quem andavas a sair há quase meio ano?
Ela - Sim. Até chorei.
Eu - Doeu-te?
Ela - Não estúpido. Fiquei emocionada.
Eu - Ah!
Ela - Ah?! É só isso que tens para me dizer?
Eu - Eu não estava lá. Queres que te diga o quê?
Ela - Como amigo, podias perguntar-me como é que me sinto.
Eu - Já sei que choraste porque te emocionaste. Como é que sentes, então?
Ela - Nem sei bem...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
«Memoires de Versorand»
Livro erótico francês de 1751 (1ª edição) em dois volumes e seis partes (136, 140 e 132 páginas + 135, 123 e 142 páginas).
Editado em Amesterdão.
500 gr / 8 x 14 cm /
Esta obra foi por vezes sub-intitulada «o libertino que se tornou filósofo».
Recebido de fresco na minha colecção.
Editado em Amesterdão.
500 gr / 8 x 14 cm /
Esta obra foi por vezes sub-intitulada «o libertino que se tornou filósofo».
Recebido de fresco na minha colecção.
24 agosto 2012
«Repetidamente e uma vez mais» - João
"Estávamos num vigésimo segundo andar ao final da tarde, e nenhum outro prédio das redondezas era tão alto quanto este. Uma das paredes da casa-de-banho, como aliás a de outras divisões da casa, era totalmente envidraçada. Noutra parede, perpendicular à vidraça, existia um espelho que acompanhava toda a parede até à porta, e, abaixo dele, uma bancada de pedra negra, ampla, com dois lavatórios próximos e dois copos de vidro. Em pé, apoiado na bancada, observava os pequenos sabonetes e um pincel de barba.
A ausência de prédios próximos com a mesma altura, e o facto de os pisos no topo terem superfícies envidraçadas, retira a necessidade de reserva. Naquele duche podem tomar-se banhos prolongados com o sol a beliscar a nudez, pode passear-se por toda a casa sem que a roupa seja necessária, pode ler-se um livro junto ao vidro, olhando o resto da cidade, como se se estivesse sozinho no mundo. Ninguém vê.
Ninguém te viu entrar. Traiu-te o barulho de chaves pousadas sobre loiça numa pequena prateleira junto à porta de entrada. O som de saltos no pavimento foi discreto, quando te aproximavas de um roupeiro onde deixaste um casaco comprido. A mala atiraste para o longo sofá com vista para a cidade e uma avenida que se projectava distante e perpendicular à fachada envidraçada daquele apartamento. Sentaste-te numa parte dele e depois deslizaste até à chaise longue. Arranjaste o cabelo ao mesmo tempo que um pé empurrava primeiro um sapato para o chão, e depois o outro. Desapertaste a blusa que vestias botão por botão, deixando-a vestida mas com o soutien rendado visível, através do qual havia um vislumbre de mamilos bem desenhados.
Ouviste-me, por fim, dentro da casa de banho, quando a torneira da água foi aberta, e a lâmina se limpava dos pêlos de uma barba desfeita. Rolaste no sofá até te ergueres, soltando o colchete e deslizando o fecho que segurava a saia lápis no seu lugar. Caiu, sem amparo, no chão. Sem ruído e sem queixume, não muito longe dos sapatos. Eras tu, de blusa aberta e renda arejada como que deslizando até à porta de onde eu estava, apenas para me provocar enfiando um dedo entre a tua carne e o tecido que te cobria a genitália, descendo-o lentamente, passando o joelho, tombando também. Estavas a pouca distância de nua. E, rodando, viravas-me as tuas nádegas num convite, como quem me pergunta se já tinha almoçado naquele dia, se tinha fome, se estava interessado numa sobremesa e café.
Disse-te que sim, perseguindo-te pelo espaço, enquanto me fugias em direcção ao sofá. Detiveste-te nas costas dele, parada de costas para mim. Costas, as tuas, que inclinaste em frente, deixando-me um caminho aberto, umas pernas ligeiramente afastadas e nádegas que ofereciam visão e espaço para uma invasão. Disse-te que sim, que uma sobremesa e um café seriam boa ideia, e penetrei-te repetidamente, sem pensar no sofá que se marcava com os nossos odores, sem pensar em mais nada. Ejaculei profundamente dentro de ti, enquanto te segurava as mãos, puxando os teus braços atrás das costas. Quando as larguei, julgo que estavas sem forças. Deixaste-te cair, e eu também, rodando até me sentar ao teu lado.
Num mundo sem consequências terias sido fodida assim, mas no mundo que existe, fiquei de mãos assentes na bancada de pedra escura, segurando com pouca firmeza uma lâmina, a cara ainda coberta de espuma, dois copos de vidro por usar e um pincel da barba molhado. Com o meu olhar na água que corria e o calor do sol que entrava e me banhava a nudez, pensava na sobremesa e no café, nas mãos presas atrás das costas, nas penetrações profundas, e nos acidentes de que tentamos fugir."
João
Geografia das Curvas
A ausência de prédios próximos com a mesma altura, e o facto de os pisos no topo terem superfícies envidraçadas, retira a necessidade de reserva. Naquele duche podem tomar-se banhos prolongados com o sol a beliscar a nudez, pode passear-se por toda a casa sem que a roupa seja necessária, pode ler-se um livro junto ao vidro, olhando o resto da cidade, como se se estivesse sozinho no mundo. Ninguém vê.
Ninguém te viu entrar. Traiu-te o barulho de chaves pousadas sobre loiça numa pequena prateleira junto à porta de entrada. O som de saltos no pavimento foi discreto, quando te aproximavas de um roupeiro onde deixaste um casaco comprido. A mala atiraste para o longo sofá com vista para a cidade e uma avenida que se projectava distante e perpendicular à fachada envidraçada daquele apartamento. Sentaste-te numa parte dele e depois deslizaste até à chaise longue. Arranjaste o cabelo ao mesmo tempo que um pé empurrava primeiro um sapato para o chão, e depois o outro. Desapertaste a blusa que vestias botão por botão, deixando-a vestida mas com o soutien rendado visível, através do qual havia um vislumbre de mamilos bem desenhados.
Ouviste-me, por fim, dentro da casa de banho, quando a torneira da água foi aberta, e a lâmina se limpava dos pêlos de uma barba desfeita. Rolaste no sofá até te ergueres, soltando o colchete e deslizando o fecho que segurava a saia lápis no seu lugar. Caiu, sem amparo, no chão. Sem ruído e sem queixume, não muito longe dos sapatos. Eras tu, de blusa aberta e renda arejada como que deslizando até à porta de onde eu estava, apenas para me provocar enfiando um dedo entre a tua carne e o tecido que te cobria a genitália, descendo-o lentamente, passando o joelho, tombando também. Estavas a pouca distância de nua. E, rodando, viravas-me as tuas nádegas num convite, como quem me pergunta se já tinha almoçado naquele dia, se tinha fome, se estava interessado numa sobremesa e café.
Disse-te que sim, perseguindo-te pelo espaço, enquanto me fugias em direcção ao sofá. Detiveste-te nas costas dele, parada de costas para mim. Costas, as tuas, que inclinaste em frente, deixando-me um caminho aberto, umas pernas ligeiramente afastadas e nádegas que ofereciam visão e espaço para uma invasão. Disse-te que sim, que uma sobremesa e um café seriam boa ideia, e penetrei-te repetidamente, sem pensar no sofá que se marcava com os nossos odores, sem pensar em mais nada. Ejaculei profundamente dentro de ti, enquanto te segurava as mãos, puxando os teus braços atrás das costas. Quando as larguei, julgo que estavas sem forças. Deixaste-te cair, e eu também, rodando até me sentar ao teu lado.
Num mundo sem consequências terias sido fodida assim, mas no mundo que existe, fiquei de mãos assentes na bancada de pedra escura, segurando com pouca firmeza uma lâmina, a cara ainda coberta de espuma, dois copos de vidro por usar e um pincel da barba molhado. Com o meu olhar na água que corria e o calor do sol que entrava e me banhava a nudez, pensava na sobremesa e no café, nas mãos presas atrás das costas, nas penetrações profundas, e nos acidentes de que tentamos fugir."
João
Geografia das Curvas
Kruzes, Kredo!
Pode parecer estúpido mas não é,
sobretudo quando se está na minha pele.
Aqui há dias reparei num sms trocado
entre dois jovens coisos agarrados a jovens pilas e para meu horror
vi lá escrita por diversas vezes uma palavra nova e que, confesso,
me custou a admitir que queira dizer o mesmo que a outra.
Cada coiso ou coisa agarrados a nós
sente-se no direito ao respeito pela sua sensibilidade mas
dificilmente encontram naquele monte de coisas estranhas uma zona
mais sensível do que a nossa, a zona erógena. Por isso mesmo não
me inibo de manifestar o meu desagrado pela forma como os coisos
pequenos adulteram (isto soa bizarro, eu sei) a língua sem
necessidade alguma e sem respeito pela forma como isso pode afectar
uma piroca no âmago do seu ser.
A palavra que me chocou é kona. Até
me custa olhar esta monstruosidade que associa à imagem de algo belo
uma outra que a transforma num pesadelo e eu posso explicar porquê.
A palavra cona, a que os jovens coisos
se referiam, não é um termo feliz, isso posso admitir, e só ganhou
popularidade por apesar do estatuto de palavrão acabar por ser uma
opção mais razoável do que o termo institucional vagina.
Porém, cona é uma palavra inspiradora
até nas letras que a formam, nomeadamente aquele ó tão apetecível
que nos permite uma ligação mental directa a um espaço paradisíaco
e sem o qual nenhuma pila como eu conseguiria sobreviver, pelo menos
com a mesma vitalidade que gosto de louvar. Sim, os coisos agarrados
à nós convencionaram que cona não se pode dizer ou não se deve
dizer embora ande na boca de muita gente e disso não falo por
interposta piroca, sou testemunha.
Contudo, essa palavra para mim tão
apelativa sofre uma mutação tão horrível como se de repente os
coisos agarrados a nós passassem a ter lâminas de barbear entre as
pernas em vez de pirocas magníficas como a que coube em sorte ao
coiso agarrado a mim,
Kona parece ser a mesma coisa, soa
parecido e tudo, mas há a tal questão de pormenor (e o diabo está
sempre nos pormenores) que parece irrelevante para as coisas e os
coisos mas para uma pila não é, pois transforma um espaço seguro e acolhedor numa guilhotina imaginária..
Bastam dois dedos de prepúcio para
perceber que é um insulto associar à palavra mais bonita do
Universo a letra mais insuportável do alfabeto! Qualquer pila
percebe porquê.
E a de um tal de Lorenzo Bobbit pode
explicar com maior detalhe...
São Rosinhas!...
Recebo regularmente informação sobre as novidades da malta amiga da Erosfarma.
Desta vez, chamou-me a atenção um "adorno mamilo Rosinhas vermelho". Que bela homenagem me fazem!...
Alguma alma caridosa me quererá oferecer isto? Eu juro que uso (na minha colecção)!
Desta vez, chamou-me a atenção um "adorno mamilo Rosinhas vermelho". Que bela homenagem me fazem!...
Alguma alma caridosa me quererá oferecer isto? Eu juro que uso (na minha colecção)!
23 agosto 2012
A origem da menstruação
(De uma fábula inédita de Ovídio, achada nas escavações de Pompeia e vertida em latim vulgar por Simão de Nântua.)
’Stava Vénus gentil junto da fonte
Fazendo o seu pentelho,
Com todo o jeito, p’ra que não ferisse
Das cricas o aparelho.
Tinha que dar o cu naquela noite
Ao grande pai Anquises,
O qual, com ela, se não mente a fama,
Passou dias felizes...
Rapava bem o cu, pois resolvia
Na mente altas ideias:
– Ia gerar naquela heróica foda
O grande e pio Eneias.
Mas a navalha tinha o fio rombo,
E a deusa, que gemia,
Arrancava os pentelhos e, peidando,
Caretas mil fazia!
Nesse entretanto a ninfa Galateia,
Acaso ali passava,
E vendo a deusa assim tão agachada,
Julgou que ela cagava...
Essa ninfa travessa e petulante
Era de génio mau,
e por pregar um susto à mãe do Amor
Atira-lhe um calhau...
Vénus se assusta. A branca mão mimosa
Se agita alvoroçada,
E no cono lhe prega (oh! caso horrendo!)
Tremenda navalhada.
Da nacarada cona, em subtil fio,
Corre purpúrea veia,
E nobre sangue do divino cono
as águas purpureia...
(É fama que quem bebe dessas águas
Jamais perde a tesão
E é capaz de foder noites e dias,
Até no cu de um cão!)
– “Ora porra” – gritou a deusa irada,
E nisso o rosto volta...
E a ninfa, que conter-se não podia,
Uma risada solta.
A travessa menina mal pensava
Que, com tal brincadeira,
Ia ferir a mais mimosa parte
Da deusa regateira...
– “Estou perdida!” – trémula murmura
A pobre Galateia,
vendo o sangue correr do róseo cono
Da poderosa deia...
Mas era tarde! A Cípria, furibunda,
Por um momento a encara,
E, após instantes, com severo acento,
Nesse clamor dispara:
“Vê! Que fizeste, desastrada ninfa,
Que crime cometeste!
Que castigo há no céu, que punir possa
Um crime como este?!
Assim, por mais de um mês inutilizas
O vaso das delícias...
E em que hei de gastar das longas noites
As horas tão propícias?
Ai! Um mês sem foder! Que atroz suplício...
Em mísero abandono,
Que é que há de fazer, por tanto tempo,
Este faminto cono?...
Ó Adónis! Ó Júpiter potentes!
E tu, Mavorte invito!
E tu, Aquiles! Acudi de pronto
Da minha dor ao grito!
Este vaso gentil que eu tencionava
Tornar bem fresco e limpo
Para recreio e divinal regalo
Dos deuses do Alto Olimpo.
Vêde seu triste estado, ó! Que esta vida
Em sangue já se esvai-me!
Ó Zeus, se desejais ter foda certa
Vingai-vos e vingai-me!
Ó ninfa, o cono teu sempre atormente
Perpétuas comichões,
E não aches jamais quem nele queira
Vazar os seus colhões...
Em negra podridão imundos vermes
Roam-te sempre a crica
E à vista dela sinta-se banzeira
A mais valente pica!
De eterno esquentamento flagelada,
Verta fétidos jorros,
Que causem tédio e nojo a todo mundo,
Até mesmo aos cachorros!”
Ouviu-lhe estas palavras piedosas
Do Olimpo o Grão Tonante,
Que em pívia ao sacana do Cupido
Comia nesse instante...
Comovido no íntimo do peito,
Das lástimas que ouviu,
manda ao menino que, de pronto, acuda
À puta que o pariu...
Ei-lo que, pronto, tange o veloz carro
De concha alabastrina,
Que quatro aladas porras vão tirando
Na esfera cristalina.
Cupido que as conhece e as rédeas bate
Da rápida quadriga,
Co’a voz ora as alenta, ora co’a ponta
Das setas as fustiga.
Já desce aos bosques, onde a mãe, aflita,
Em mísera agonia,
Com seu sangue divino o verde musgo
De púrpura tingia...
No carro a toma e num momento chega
À olímpica morada,
Onde a turba dos deuses, reunida,
A espera consternada!
Já Mercúrio de emplastros se a aparelha
Para a venérea chaga,
Feliz porque naquele curativo
Espera certa a paga...
Vulcano, vendo o estado da consorte,
Mil pragas vomitou...
Marte arranca um suspiro que as abóbadas
Celestes abalou...
Sorriu o furto a ciumenta Juno,
Lembrando o antigo pleito,
E Palas, orgulhosa lá consigo,
Resmoneou: – “Bem-feito!”
Coube a Apolo lavar dos roxos lábios
O sangue que escorria,
E de tesão terrível assaltado,
Conter-se mal podia!
Mas, enquanto se faz o curativo,
Em seus divinos braços,
Jove sustém a filha, acalentando-a
Com beijos e com abraços.
Depois, subindo ao trono luminoso,
Com carrancudo aspeto,
E erguendo a voz troante, fundamenta
E lavra este DECRETO:
– “Suspende, ó filha, os lamentos justos
Por tão atroz delito,
Que no tremendo Livro do Destino
De há muito estava escrito.
Desse ultraje feroz será vingado
O teu divino cono,
E as imprecações que fulminaste
Agora sanciono.
Mas, inda é pouco: – a todas as mulheres
Estenda-se o castigo
para expiar-te o crime que esta infame
Ousou para contigo...
Para punir tão bárbaro atentado,
Toda humana crica,
De hoje em diante, lá de tempo em tempo,
Escorra sangue em bica...
E por memória eterna chore sempre
O cono da mulher,
Com lágrimas de sangue, o caso infando,
Enquanto mundo houver...”
Amém! Amém! com voz atroadora
Os deuses todos urram!
E os ecos das olímpicas abóbadas,
Amém! Amém! sussurram.
Bernardo Guimarães (1825-1884)
’Stava Vénus gentil junto da fonte
Fazendo o seu pentelho,
Com todo o jeito, p’ra que não ferisse
Das cricas o aparelho.
Tinha que dar o cu naquela noite
Ao grande pai Anquises,
O qual, com ela, se não mente a fama,
Passou dias felizes...
Rapava bem o cu, pois resolvia
Na mente altas ideias:
– Ia gerar naquela heróica foda
O grande e pio Eneias.
Mas a navalha tinha o fio rombo,
E a deusa, que gemia,
Arrancava os pentelhos e, peidando,
Caretas mil fazia!
Nesse entretanto a ninfa Galateia,
Acaso ali passava,
E vendo a deusa assim tão agachada,
Julgou que ela cagava...
Essa ninfa travessa e petulante
Era de génio mau,
e por pregar um susto à mãe do Amor
Atira-lhe um calhau...
Vénus se assusta. A branca mão mimosa
Se agita alvoroçada,
E no cono lhe prega (oh! caso horrendo!)
Tremenda navalhada.
Da nacarada cona, em subtil fio,
Corre purpúrea veia,
E nobre sangue do divino cono
as águas purpureia...
(É fama que quem bebe dessas águas
Jamais perde a tesão
E é capaz de foder noites e dias,
Até no cu de um cão!)
– “Ora porra” – gritou a deusa irada,
E nisso o rosto volta...
E a ninfa, que conter-se não podia,
Uma risada solta.
A travessa menina mal pensava
Que, com tal brincadeira,
Ia ferir a mais mimosa parte
Da deusa regateira...
– “Estou perdida!” – trémula murmura
A pobre Galateia,
vendo o sangue correr do róseo cono
Da poderosa deia...
Mas era tarde! A Cípria, furibunda,
Por um momento a encara,
E, após instantes, com severo acento,
Nesse clamor dispara:
“Vê! Que fizeste, desastrada ninfa,
Que crime cometeste!
Que castigo há no céu, que punir possa
Um crime como este?!
Assim, por mais de um mês inutilizas
O vaso das delícias...
E em que hei de gastar das longas noites
As horas tão propícias?
Ai! Um mês sem foder! Que atroz suplício...
Em mísero abandono,
Que é que há de fazer, por tanto tempo,
Este faminto cono?...
Ó Adónis! Ó Júpiter potentes!
E tu, Mavorte invito!
E tu, Aquiles! Acudi de pronto
Da minha dor ao grito!
Este vaso gentil que eu tencionava
Tornar bem fresco e limpo
Para recreio e divinal regalo
Dos deuses do Alto Olimpo.
Vêde seu triste estado, ó! Que esta vida
Em sangue já se esvai-me!
Ó Zeus, se desejais ter foda certa
Vingai-vos e vingai-me!
Ó ninfa, o cono teu sempre atormente
Perpétuas comichões,
E não aches jamais quem nele queira
Vazar os seus colhões...
Em negra podridão imundos vermes
Roam-te sempre a crica
E à vista dela sinta-se banzeira
A mais valente pica!
De eterno esquentamento flagelada,
Verta fétidos jorros,
Que causem tédio e nojo a todo mundo,
Até mesmo aos cachorros!”
Ouviu-lhe estas palavras piedosas
Do Olimpo o Grão Tonante,
Que em pívia ao sacana do Cupido
Comia nesse instante...
Comovido no íntimo do peito,
Das lástimas que ouviu,
manda ao menino que, de pronto, acuda
À puta que o pariu...
Ei-lo que, pronto, tange o veloz carro
De concha alabastrina,
Que quatro aladas porras vão tirando
Na esfera cristalina.
Cupido que as conhece e as rédeas bate
Da rápida quadriga,
Co’a voz ora as alenta, ora co’a ponta
Das setas as fustiga.
Já desce aos bosques, onde a mãe, aflita,
Em mísera agonia,
Com seu sangue divino o verde musgo
De púrpura tingia...
No carro a toma e num momento chega
À olímpica morada,
Onde a turba dos deuses, reunida,
A espera consternada!
Já Mercúrio de emplastros se a aparelha
Para a venérea chaga,
Feliz porque naquele curativo
Espera certa a paga...
Vulcano, vendo o estado da consorte,
Mil pragas vomitou...
Marte arranca um suspiro que as abóbadas
Celestes abalou...
Sorriu o furto a ciumenta Juno,
Lembrando o antigo pleito,
E Palas, orgulhosa lá consigo,
Resmoneou: – “Bem-feito!”
Coube a Apolo lavar dos roxos lábios
O sangue que escorria,
E de tesão terrível assaltado,
Conter-se mal podia!
Mas, enquanto se faz o curativo,
Em seus divinos braços,
Jove sustém a filha, acalentando-a
Com beijos e com abraços.
Depois, subindo ao trono luminoso,
Com carrancudo aspeto,
E erguendo a voz troante, fundamenta
E lavra este DECRETO:
– “Suspende, ó filha, os lamentos justos
Por tão atroz delito,
Que no tremendo Livro do Destino
De há muito estava escrito.
Desse ultraje feroz será vingado
O teu divino cono,
E as imprecações que fulminaste
Agora sanciono.
Mas, inda é pouco: – a todas as mulheres
Estenda-se o castigo
para expiar-te o crime que esta infame
Ousou para contigo...
Para punir tão bárbaro atentado,
Toda humana crica,
De hoje em diante, lá de tempo em tempo,
Escorra sangue em bica...
E por memória eterna chore sempre
O cono da mulher,
Com lágrimas de sangue, o caso infando,
Enquanto mundo houver...”
Amém! Amém! com voz atroadora
Os deuses todos urram!
E os ecos das olímpicas abóbadas,
Amém! Amém! sussurram.
Bernardo Guimarães (1825-1884)
Thomas Karsten - A concha de Vénus
blog A Pérola
|
«Quem desdenha quer pinar» - Patife
Patife
Blog «fode, fode, patife»
Desejos na Solidão das Horas & Confissão
Confissão IV
Há sempre dentro do peito
Uma verdade escondida
Um sonho desfeito
Uma alma ferida
Há horas de desespero
Lágrimas que não se contêm
Algo de tão verdadeiro
Que não se mostra a ninguém
Há sempre em cada peito
Um secreto alçapão
Que nunca pode ser desfeito
Nem mesmo em confissão
É algo de que não se fala
Que se enterra bem fundo
E tudo o que o coração cala
Nunca vê a luz do mundo
Mas mói a alma por dentro
Num rendilhado tão fino
Seca-a tira-lhe o alento
E esconde-lhe o destino
A pobre coitada vagueia
Á toa sem se deter
Por todo o lado passeia
Ninguém a pode entender
É assim que eu me sinto
Sem ter com quem falar
Se falo pareço que minto
Se não falo, vou rebentar…
____________________________________
Há várias maneiras de estar só e de sentir a solidão, estas duas são duas das possíveis.
Num diálogo interior ou num fechar de olhos imaginando ou fantasiando realidades alternativas, explorando desejos e fantasias a "solo"...
PS: Mais trabalhos meus podem ser visitados, comentados e quem sabe, admirados em:
aminhagaleriavirtual.blogspot.com
Não é fácil ser escocês
A vida pode ser muito complicada.
Entra em qualquer uma e reza para ver uma ruivinha pelada.
Capinaremos.com
Entra em qualquer uma e reza para ver uma ruivinha pelada.
Capinaremos.com
22 agosto 2012
salmão
{SALMÃO, entre as forma poliglotas da língua se desabotoa no rio aceso, descendo, entre os esquadros, continuamente, na fraseologia HÚMIDA, incerta nas cavidades a descobrir }
A PELE se dependura, animal, na gaze a língua, SALMÃO, fecunda e viajante...
Treme o sangue a roçar a crispação que se lambe num enxame, nos mamilos, em osmose. Os SEIOS e a seda dança, crespa, selvagem, múltipla, luxuosa e eu SORVO-ME neles. Isolando os prados em prantos, gemeres abismais exitados, esfuziantes, que na respiração se exibem, líquenes. Obturada a mão MUSA acende a estrela e a massa cravada a recebe em movimento. Fica assim. Gulosa na dança pelas roupas e a nudez. Duplamente CORPO e remoinho…
Nos lugares opacos a carne fica iluminada!
Os DEDOS inventam imperscrutáveis sílabas. Narinas e curvas tensas numa fronte de beleza em labaredas e uma ABERTURA salgada se desfralda em citadinas avenidas de prazer. Os bífidos sentidos onde os teoremas se ajoelham e rendem em pistas marítimas, dorsos onde as COXAS põe a luzir as falanges: onde o meu sal se deita, cresce e aloja essa força que trago dentro de mim, nua, em quadris que tua boca expele transpira, húmida como a escrita em carne, SALMÃO, respira e transpira desde o fundo da página ao grito que se despenha e se entorna na água QUENTE que transborda de onde me arranco o DENTRO e escrevo. As palavras em sexo e as VAGINAS furiosamente ENTORNADAS nesta página, radiando o que na mente ARDE e nos lembrares treme.
Paragens gráficas o SALMÃO desce, no meio cresce. Sei que toco o desvastador, em sinos que desmaiam as raias, a braçada quente. Beijo-te por dentro. A BOCA no chão. O branco da matéria deixando-nos em BRASA os LÁBIOS, na sagacidade dos sítios, e o incêndio não sabe que estás algures na paisagem que ergues em múltiplas tragadas, na VULVA alta, alimento, pura. Tremendo no meu mundo ou no aroma aterrada a colher rotativa a substancia primária. Delicada. Tão ABERTA que apanha toda a rósea LÍNGUA dentro no SEXO desabrochada.
A bexiga planta e discursa laços, acolhimentos, corpúsculos nas vertingens agora poltronas do meu, do nosso, SALMÃO em total desalinho, perto do Porto. ONDE o rebuço ruge agudo os rasgões de LANHA em LANHA.
A choupa pulsa o umbigo. Redondo. A conjuntura chupando um CLITÓRIS, femenino, a carne em círculos debruçada. Brilha, Branco o TESÃO, côncavo grita, geme relâmpagos entre o óleo táctil, no profundo das águas ardentes, o HAUSTO idioma e as efervescências hieroglíficas_____________________ENTRANDO.
«locutora» - bagaço amarelo
É verdade que nunca a cheguei a ver, mas também é verdade que ela me fez perceber uma das muitas coisas que um homem procura numa paixão: um abrigo. Durmo sempre com a persiana corrida, deixado os seus buracos abertos. Desta forma, todas as manhãs a luz do Sol vai entrando devagar no quarto, como se tivesse que pedir licença para me vir despertar dum sono bom. Nesse momento não sei como está o mundo lá fora. Talvez haja uma revolução, talvez um acidente na rua tenha feito vítimas mortais, talvez dois homens se agridam um ao outro depois de um desentendimento no trânsito. Nunca me interessou. Dentro do meu quarto, por aqueles dias, a voz dela era o meu mundo e dizia-me que estava tudo bem. Ela também gostava dessa ténue luz que me espreitava, e depois punha uma música a condizer Só para mim.
Senti a falta dela quando, por causa do meu horário de trabalho, passei a acordar mais tarde. Durante alguns dias, por não a sentir perto de mim, levantava-me ainda ensonado e passava o resto dos dias a dormir em pé. Alguma coisa estava mal comigo, e demorei tanto a curar a falta dela como se fosse um outro Amor qualquer. Mas, claro, como se fosse outro Amor qualquer, lá acabei por passar a ressaca.
Hoje acordei mais cedo do que o costume e foi dela a primeira voz que ouvi. "Se ainda está no vale dos lençóis, fique a saber que tem mais sorte do que eu, e aproveite para ouvir esta música ainda de olhos fechados", disse. Eu fechei os olhos e ouvi-a.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
21 agosto 2012
Eva portuguesa - «Sabor de amor proibido»
Espreguiço-me devagar e sensualmente na cama, onde estivemos aninhados até agora...
Sinto o corpo maravilhosamente dolorido pela sofreguidão com que nos amámos. Contigo é sempre como se fosse a primeira vez... o tesão não diminuiu... antes pelo contrário, aumentou... o meu corpo reclama o teu, a minha alma chama por ti, a minha boca satisfaz-se na tua, eu só existo por ti e através de ti...
Os lençóis estão húmidos de suor e sémen... o quarto cheira a sexo...
Agarro-me a este cheiro que é a soma do cheiro de cada um...
Saíste deixando-me, achavas tu, adormecida.
Mas eu só não queria abrir os olhos para não perder o momento... o teu momento... o nosso momento.
Como em todos os amores proibidos, não sei quando te voltarei a ver, quando voltaremos a estar juntos.
E assim tento prolongar ao máximo estes farrapos de tempo que a vida nos dá.
E sinto o teu beijo de despedida, cuidadoso, carinhoso, amoroso, saudoso até.
E recuso-me a abrir os olhos quando oiço a porta da rua bater.
E continuo nesta dormência de prazeres satisfeitos, de saudades que irão surgir...
Entraste sorrateiramente de madrugada. Não te esperava. Dormia tranquilamente com o gato aninhado a meus pés. Só te senti quando puxaste os lençóis e te aninhaste em mim...
Queria levantar-me, ir lavar os dentes, a cara, ficar mais bonita para ti. Não deixaste. Disseste que me amavas ainda mais quando eu estava assim, amassada do sono e da cama, calma, serena e apenas eu própria...
Disseste que sorria enquanto dormia; com certeza sonhava contigo, numa forma inconsciente de pressentir a tua chegada.
Amámo-nos apressadamente, como se o mundo fosse acabar na próxima meia hora. Enroscaste-te então em mim e adormecemos numa confusão de braços e pernas. Passadas poucas horas acordámos com o amanhecer e tornámos a fazer amor. Desta vez com lentidão, beijos que começam na testa e acabam nos pés... língua que percorre a autoestrada do corpo, detendo-se demoradamente no centro do prazer... mãos que exploram, agarram, arranham, trepando pelo corpo que se abre e se oferece ao outro... chupaste-me e eu chupei-te... lambeste-me e eu lambi-te... mordiscaste e eu fiz-te o mesmo...penetraste-me, primeiro devagar, depois com vigor e urgência... tu por cima, eu por cima, de lado, de trás... nada ficou por fazer, por explorar, por amar... parecíamos sanguessugas um no outro... eu começava onde tu acabavas e vice-versa. E juntos gememos, gritámos, fomos às estrelas... eu mais do que uma vez, fazes sempre questão disso... e brincas, dizendo que é hora do leite, fazendo-me vir selvaticamente na tua boca...
Como é divino e incomparável o amor que fazemos! Sexo com sentimentos mas por vezes animalesco...
E assim deixo-me estar, nua, saciada, besuntada do teu sémen e do meu... e cheiro o nosso amor proibido, que ainda palpita nos meus lençóis e no meu corpo...
E sinto este sabor que apenas um amor proibido tem...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Sinto o corpo maravilhosamente dolorido pela sofreguidão com que nos amámos. Contigo é sempre como se fosse a primeira vez... o tesão não diminuiu... antes pelo contrário, aumentou... o meu corpo reclama o teu, a minha alma chama por ti, a minha boca satisfaz-se na tua, eu só existo por ti e através de ti...
Os lençóis estão húmidos de suor e sémen... o quarto cheira a sexo...
Agarro-me a este cheiro que é a soma do cheiro de cada um...
Saíste deixando-me, achavas tu, adormecida.
Mas eu só não queria abrir os olhos para não perder o momento... o teu momento... o nosso momento.
Como em todos os amores proibidos, não sei quando te voltarei a ver, quando voltaremos a estar juntos.
E assim tento prolongar ao máximo estes farrapos de tempo que a vida nos dá.
E sinto o teu beijo de despedida, cuidadoso, carinhoso, amoroso, saudoso até.
E recuso-me a abrir os olhos quando oiço a porta da rua bater.
E continuo nesta dormência de prazeres satisfeitos, de saudades que irão surgir...
Entraste sorrateiramente de madrugada. Não te esperava. Dormia tranquilamente com o gato aninhado a meus pés. Só te senti quando puxaste os lençóis e te aninhaste em mim...
Queria levantar-me, ir lavar os dentes, a cara, ficar mais bonita para ti. Não deixaste. Disseste que me amavas ainda mais quando eu estava assim, amassada do sono e da cama, calma, serena e apenas eu própria...
Disseste que sorria enquanto dormia; com certeza sonhava contigo, numa forma inconsciente de pressentir a tua chegada.
Amámo-nos apressadamente, como se o mundo fosse acabar na próxima meia hora. Enroscaste-te então em mim e adormecemos numa confusão de braços e pernas. Passadas poucas horas acordámos com o amanhecer e tornámos a fazer amor. Desta vez com lentidão, beijos que começam na testa e acabam nos pés... língua que percorre a autoestrada do corpo, detendo-se demoradamente no centro do prazer... mãos que exploram, agarram, arranham, trepando pelo corpo que se abre e se oferece ao outro... chupaste-me e eu chupei-te... lambeste-me e eu lambi-te... mordiscaste e eu fiz-te o mesmo...penetraste-me, primeiro devagar, depois com vigor e urgência... tu por cima, eu por cima, de lado, de trás... nada ficou por fazer, por explorar, por amar... parecíamos sanguessugas um no outro... eu começava onde tu acabavas e vice-versa. E juntos gememos, gritámos, fomos às estrelas... eu mais do que uma vez, fazes sempre questão disso... e brincas, dizendo que é hora do leite, fazendo-me vir selvaticamente na tua boca...
Como é divino e incomparável o amor que fazemos! Sexo com sentimentos mas por vezes animalesco...
E assim deixo-me estar, nua, saciada, besuntada do teu sémen e do meu... e cheiro o nosso amor proibido, que ainda palpita nos meus lençóis e no meu corpo...
E sinto este sabor que apenas um amor proibido tem...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
No fundo de mim
Cresces-me na boca,
no peito,
pujante membro que m’arrebate
e bate...
e bate
fundo.
Teso, forte, delicado
pinga num doce-salgado,
e bate...
e bate
fundo.
Entra, sai,
vira, geme,
grita
e bate
fundo.
Bem no fundo de mim!
Vera Sousa Silva
in "Bipolaridades"
Blog Palavras Soltas
Taça em porcelana com imagem erótica escondida na parte de baixo
Tenho um gosto especial por objectos que têm segredos, como esta pequena taça (12,4 x 12,4cm) da época de Napoleão III (1808 – 1873), recebida de fresco para a minha colecção.
A taça tem uma imagem bucólica de um senhor à pesca com uma senhora a assistir:
Em baixo, a legenda "Nos bons Pêcheurs! Une Pêche miraculeuse!" ("Nossos bons pescadores! Uma pesca milagrosa!"):
Virando a taça, a parte de baixo é branca, sem nada à vista...
... a não ser que se passe levemente com um lápis, o que revela uma imagem (tecnicamente está muito bem feito, pois a imagem aparece em falhas do vidro da superfície da porcelana), que é a saia da senhora a ser levantada pelo anzol da cana de pesca, mostrando o rabo ao pescador... e a nós:
Na parte inferior da imagem, revela-se também uma assinatura ("??acke"):
A taça tem uma imagem bucólica de um senhor à pesca com uma senhora a assistir:
Em baixo, a legenda "Nos bons Pêcheurs! Une Pêche miraculeuse!" ("Nossos bons pescadores! Uma pesca milagrosa!"):
Virando a taça, a parte de baixo é branca, sem nada à vista...
... a não ser que se passe levemente com um lápis, o que revela uma imagem (tecnicamente está muito bem feito, pois a imagem aparece em falhas do vidro da superfície da porcelana), que é a saia da senhora a ser levantada pelo anzol da cana de pesca, mostrando o rabo ao pescador... e a nós:
Na parte inferior da imagem, revela-se também uma assinatura ("??acke"):
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